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caio & ana
00h13 @ ingrid's

"i hate you for what you did
and i miss you like a little kid."
🎧 motion sickness, phoebe bridgers

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Caio: Então, é isso? Nós vamos só... terminar?

Ana: Eu sinto muito.

Caio: Eu não entendo.

Ana: Vamos conversar a respeito. O que você quiser. O que for ajudar a... enfim. A te fazer compreender melhor. Vou ser cem por cento sincera.

Caio: As coisas estavam bem, não estavam? Nós estávamos bem.

Ana: O que é bem?

Caio: Como assim?

Ana: Qual é a sua definição de 'bem'? O que é um bom relacionamento para você? Sem brigas? Sem odiar secretamente o seu parceiro, sem competir com ele? Sem discussões, sem desacordos? Isso não é um relacionamento ruim, mas não é bom. Nós dois merecemos mais que isso e eu, pelo menos, quero.

Caio: Eu achava que você queria a mim.

Ana: Em um determinado momento, eu também achei que era isso que eu queria.

Caio: O que mudou?

Ana: Acho que fui eu. Quando começamos as coisas, eu estava meio conformada. O 'amor' estava arruinado para mim, sabe. Para mim, relacionamentos seriam boas amizades e uma razoável química sexual. Nada além disso. Eu estava satisfeita com o mínimo, porque era tudo que eu conseguia suportar. Então, eu mudei. Quero mais do que mensagens de bom dia e boa noite, jantares em que a comida é o assunto e presentes mensais em uma data específica que supostamente é especial. Eu quero sentir algo, e agora eu sei que eu sou capaz.

Caio: Você conheceu alguém.

Ana: Eu já me sentia assim antes de conhecer ele.

Caio: Então, você não nega.

Ana: Eu só estou tentando fazer a coisa certa. Eu me sinto péssima, mas não posso te manter refém de um relacionamento sem amor só porque eu tenho medo de me apaixonar de novo.

Caio: ...

Ana: ...

Caio: Eu sempre te tratei bem.

Ana: Eu sei, Caio.

Caio: ...

Ana: Não é uma questão de tratar a outra pessoa bem ou mal.

Caio: Eu estive apaixonado por você deste o nono ano do fundamental, sabe. Me lembro de ficar te vendo nos corredores com as suas amigas, você trançando os cabelos de todas e entregando pulseiras de miçanga que você mesma fez. Eu me encantei com isso lá atrás, e nunca te esqueci. Para mim, você sempre foi a melhor coisa daquela cidade esquecida por Deus. Então, você se mudou para cá. E começamos a conversar... eu te perguntei sobre bons hospitais na cidade, sob o pretexto de você me ajudar a escolher onde eu faria residência, mas eu não estava nem aí para isso. Eu só queria falar com você. Saber como você estava. Quando você me deu uma chance, mesmo depois de tudo que aconteceu, achei que era isso. Depois de tudo aquilo, você ainda deu um jeito de me receber no seu coração. Para mim, era um sinal. O maior de todos. Eu estava no caminho certo. Viraria um adulto de verdade. Terminaria a faculdade de medicina, te pediria em casamento e começaria a procurar um apartamento legal para a gente morar enquanto eu estava na residência. Eu sempre soube que você era a garota certa para mim.

Ana: ...

Caio: Eu achei que era o que você queria. Uma vida segura, estável.

Ana: Estável, sim. Segura... acho que isso é impossível. Ninguém pode prometer isso a ninguém.

Caio: Eu nunca te machucaria.

Ana: Caio, não é por isso que eu quero terminar.

Caio: Isso eu já entendi. Você se apaixonou por outra pessoa.

Ana: Sim.

Caio: Você acha que ele é para valer?

Ana: Eu não sei.

Caio: E se ele quebrar seu coração?

Ana: Eu não sei.

Caio: E se ele te fizer sofrer.

Ana: Eu não sei.

Caio: Você está trocando um cara que te ama por um punhado de não-seis.

Ana: Eu sei.

Caio: ...

Ana: Eu sinto muito, mesmo.

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will & anaOnde histórias criam vida. Descubra agora