will & ana

010.

ana & sara
08h47 @ sede da revista passarela

"i'm too good at leaving love,
i don't wanna be."
🎧 walk away, lany

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Sara: Então? Como foi?

Ana: Bom dia para você também.

Sara: Bom dia. Mas vamos direto ao ponto, por favor.

Ana: Fofoqueira.

Sara: Você precisa admitir... esse babado é forte.

Ana: Foi... tranquilo. Não teve nada demais.

Sara: Você conheceu pessoalmente o roteirista que perseguiu por dois anos na internet, e que vai fazer um filme sobre a sua vida, e foi só tranquilo?

Ana: Só para constar, quem perseguiu ele por dois anos foi a Ingrid. E o filme não é sobre a minha vida. É sobre... o ocorrido.

Sara: Ele é gato?

Ana: Qual é a dessa obsessão das pessoas em querer saber se o cara é gato?

Sara: Não é óbvio?

Ana: A aparência dele não importa.

Sara: Se você vai ficar se encontrando com ele para fazer entrevistas, importa sim.

Ana: São conversas. Não entrevistas.

Sara: Então vocês vão sair de novo.

Ana: Nós não vamos sair!

Sara: O que seja. Vai encontrá-lo de novo?

Ana: Não deu tempo de falar tudo ontem. Só isso.

Sara: Eu me lembro distintamente de você dizendo que só concordou com uma conversa.

Ana: Vamos precisar de mais de uma.

Sara: Eu estou vendo na sua cara que alguma coisa está te incomodando. Fala logo.

Ana: Não é nada!

Sara: Ana.

Ana: Eu juro, não é nada demais.

Sara: Então tem alguma coisa.

Ana: É só que... bom, ele é o cara do café.

Sara: O cara do café?

Ana: O cara em quem eu derrubei todo o conteúdo do latte de baunilha de 500ml da Antonella essa semana.

Sara: Você tá me zoando? Ele é gato!

Ana: Irrelevante.

Sara: Não é não. Ele é gato, Ana. Isso sempre é relevante.

Ana: Não para mim.

Sara: Mas-

Ana: Escuta, Sara, eu preciso te pedir desculpas por ontem. Eu sei que é importante para você, o lance do editorial da equipe da Antonella. É um baita reconhecimento, para nós duas.

Sara: Eu entendo por que você não quer aparecer na revista. Relaxa.

Ana: Vou pensar melhor no assunto. Por você.

Sara: Eu agradeço, mas não fuja do assunto.

Ana: Você não vai parar até eu admitir, não é?

Sara: Não vou.

Ana: Ok. Então, acho que posso dizer que, bem...

Sara: Sim?

Ana: Quando eu concordei com essas conversas, ninguém me disse que ele era bonito.

Sara: Pior para o seu namorado, então. Seis meses de trabalho intenso até o filme sair, com um roteirista que ninguém te disse que era bonito...

Ana: O fato de ele ser bonito não é relevante.

Sara: Sei.

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