will & ana

038.

will & ana
07h37 @ starbucks, av. machado de assis

"maybe i fell too fast
maybe i pushed you away
now you're gone and i'm afraid
that you're never coming back this away again."
🎧 california, copeland

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Will: Ana! Ei! Ana!

Ana [se virando]: Não é possível.

Will: Podemos conversar?

Ana: Você tem muita coragem de aparecer aqui, assim, e vir falar comigo como se nada tivesse acontecido.

Will: Esse é o ponto! Escuta, eu acabei de chegar do aeroporto, eu sabia que estaria aqui... eu queria te ver, Ana.

Ana: ...

Will: ...

Ana: Eu me odeio por ter me apaixonado por você.

Will: ...

Ana: Eu era a garota esperta. Blindada. A garota que não seria machucada por ninguém, nunca mais. Mas lá estava você com suas histórias e viagens e mundos e tatuagens sem significado e tendências a viver da porta para fora. E seu talento de contar histórias e gosto por cerveja de trigo e todos os pequenos aspectos que tanto me interessavam. Fascinavam, eu diria. E você chegou e veio e ficou com seus encontros inusitados e ligações à meia-noite. Parado no batente da minha porta, me chamando para sair. E eu saí, William, da porta para fora, para o meio de um incêndio. E você me queimou. Você me deixou queimar.

Will: Eu nunca quis machucar você, Ana.

Ana: Então você não devia ter ido.

Will: ...

Ana: Não devia ter me deixado. Ou devia, sei lá. Eu honestamente não tenho o discernimento do que é melhor ou pior quando o assunto é você.

Will: Morrer sem você, ou te deixar me matar.

Ana: Pare de usar suas frases estúpidas comigo.

Will: Ana, por favor, não vai embora.

Ana: Eu não tenho nada para falar com você, William.

Will: Você sabe que não precisa me chamar assim.

Ana: Verdade. Eu não preciso te chamar de nada, porque eu não te conheço. Você é um estranho, uma pessoa do passado que não existe no presente, porque, lá atrás, escolheu não estar no meu futuro.

Will: Quem está usando as minhas frases estúpidas agora?

Ana: Adeus, William.

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