Os Dotes do Filho de Apolo

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Will Solace, o curandeiro mais prestativo do Acampamento Meio Sangue, conhecido por sua calma e simpatia estava ali, gritando, pulando e correndo como um bebê.

Assim como na luta com a empousai, ele teve que se acalmar. Novamente estava ali o curandeiro tendo que preparar os nervos para salvar seu estupido filho de Hades - Palavras dele.

Ele não ouviu grito nenhum vindo da caixa, por um momento ele pensou que isso fosse positivo, mas logo seu pensamento mudou. Como médico, ele sabia que nesses casos, o silêncio nunca é positivo.

Rapidamente percorreu os olhos tão agilmente como um semideus pode ser por toda a imensidão do Serviços de Entregas Hermes. Então ele teve uma ideia.

Era idiota, mas era a única chance de salvar o Nico. Então, assim que olhou novamente para a caixa, ele puxou o ar e...

Apitou.

Foi sem dúvidas o apito mais alto da história do Planeta Terra. Will usou toda a força possível para colocar força na utilização de um de seus únicos poderes musicais como filho de Apolo.

Não foram precisos nem 5 segundos para ouvir sons de estilhaços. O maior se encolheu e cobriu o rosto com as mãos, para, logo em seguida, sentir um zilhão de cacos de vidro por todo o salão dos correios de Hermes. O volume do som foi bem próximo do apito de Will.

Ele ergueu os olhos. Silêncio total. Pode ver que as máquinas que estavam funcionando até minutos atrás haviam parado e estavam com fios cortados e riscadas com marcas de vidro. Ele também notou outra coisa.

A Caixa Imensamente Grande não estava vibrando. Na verdade, a pouco tempo atrás ele nem havia percebido que ela vibrava, mas agora ele notava a diferença.

Fios cortados impedem o triturador de funcionar? Meio clichê, mas eu sou mesmo um gênio foi o primeiro pensamento do momento que o filho de Apolo teve. Logo em seguida se repreendeu, lembrando o motivo de estar fazendo aquilo. Encarou a máquina em desespero. Ele podia ter parado o triturador, mas como o filho de Hades sairia de lá?

Chegou mais perto da caixa, ficando a centímetros da borda, ele se ajoelhou no entorno e a encarou. Estava prestes a pular lá dentro quando ouviu uma respiração pesada.

Will conseguia ver que dentro da caixa algo se mexia. As folhas das correspondências presentes ali se dobravam e amassavam, como se tivesse alguém se apoiando nelas por baixo. Will não sabia se tinham se passado segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, séculos ou sabe se lá o quê. Ele não se orgulhava disso, mas nem passou pela cabeça dele ajudar o pobre filho de Hades que agora tentava desesperadamente sair de dentro da Caixa Imensamente Grande. Mas, depois de algum tempo, ele pode ver uma mão pálida cheia de cortes de papel saindo dali.

Então, ao voltar para a realidade, puxou a mão do garoto para fora, assim, tendo a visão de um Nico di Angelo com os olhos arregalados, mais pálido do que o normal (se é que fosse possível) e completamente machucado por algo que Will não sabia se eram lâminas trituradoras ou cortes de papel, ele esperava que a segunda opção fosse melhor. O garoto arfava e ofegava, olhando para tudo.

- Solace... O que foi que você - ele parava de frase em frase para respirar melhor - como foi que você-

Sua frase foi interrompida por um tapa sonoro que Will deu na cara do menor.

- Você é idiota, Nico di Angelo? É sério, você acabou de praticamente voltar da morte depois de uma briga com uma empousai e pensa "hmmm, que belo momento para pular dentro de um triturador!!" - Solace disse as últimas coisas com uma voz de retardado, tentando fazer uma interpretação do menor.

- Olha, eu meio que não tive escolh-

- Você vai me ouvir agora! Você não pensou em mim? Eu fiquei preocupado com você, porque a cada momento que passa você tem mais experiências de quase morte para sua coleção, e eu-

Agora foi a vez de Will ser interrompido. Não por palavras, mas sim por um abraço de partida de Nico. O mais velho foi tomado pela surpresa de que Nico di Angelo, o garoto que detesta afeto físico, estava ali, abraçando-o.

- Só... Obrigado. - disse Nico, que agora tinha o abraço retribuído por Will. Os semideuses ficaram ali, no meio de uma explosão de cacos de vidro, apenas abraçados.

- Vejo que conseguiram, AH!! - disse Hermes, num teletransporte, chegando até perto dos semideuses e vendo a situação do seu local de trabalho - Vocês me devem uma explicação, não? - perguntou o deus. Os dois garotos assentiram.

- Mas não agora - falou o rei fantasma, determinado - eu peguei o seu caduceu, compri com minha parte do acordo - ele continuou. Will olhou, e com surpresa, viu que ele tinha em uma das mãos um cajado com duas cobras entrelaçadas. - faça sua parte.

- Acho que deveríamos acrescentar ao acordo que quando tudo isso acabar, vocês dois voltarão aqui para limpar toda a sujeira que vocês-

- NÃO!! - disseram os semideuses em uníssono.

- Quer dizer, cansamos de ficar aqui, Lorde Hermes - Will acrescentou, sem jeito.

- Ah, certo. Depois resolvemos isso. Antártida, aqui vamos nós!!

A Missão da Luz e das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora