Capítulo 7

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Os olhos de Octavia se perderam em um ponto qualquer do quarto, um vazio embrulhava-a ao lembrar do sonho que tivera momento antes, do calor acolhedor dos braços daquele que não podia ver o rosto, que sempre a fazia suspirar e se alinhar mais aque...

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Os olhos de Octavia se perderam em um ponto qualquer do quarto, um vazio embrulhava-a ao lembrar do sonho que tivera momento antes, do calor acolhedor dos braços daquele que não podia ver o rosto, que sempre a fazia suspirar e se alinhar mais aquele pequeno abraço. Octavia em algum momento começara almejar os sonhos com o macho de olhos avelã durante suas poucas horas de sono, era como um ponto de calmaria em meio a tempestade impiedosa que era sua vida e mente. Se achava tola por desejar algo — alguém — que não poderia ter ou se quer talvez existia, mas sua realidade ja era repleta de tristeza e solidão, poderia se permitir consolar em sonhos inalcançáveis.

Ela levantou, caminhado até o banheiro, sabendo que não voltaria a dormir, e se voltasse não estaria mais em uma varanda sendo abraçada enquanto assistiam um lindo espetáculo no céu, não, teria seus terríveis e assombrosos pesadelos.

Um barulho em seu quarto chamou a atenção, fazendo pegar uma das adagas escondidas na gaveta. Ao chegar a porta Octavia hesitou por um momento, confusão preenchendo seu semblante ao encontrar Rhysand sentado na beira de sua cama. Seus mãos estavam unidas e apoiadas sobre os joelhos tremendo, ombros estavam curvados, a respiração agitada e irregular, como se estivesse em meio a uma tempestade interior. Ela deu um passo devagar, chamando-o, mas não obeteve resposta, o macho se quer ergueu a cabeça quando foi chamado novamente.

Octavia apoio a adaga na cômoda antes de continuar andado cautelosamente até o Grão-Senhor, se abaixado em sua frente para encarar os olhos violetas, outrora despidos de emoções, refletiam uma mistura de pavor e desorientação. Ela sentiu os pensamentos deles como uma rajada tumultuosa, uma cacofonia ensurdecedora. Octavia buscou por um sinal do que poderia ter deixado Rhysand tão assustado, mas se assustou quando ele começou a hiperventilar.

— Rhysand, o que aconteceu? — Ele não respondeu, parecia não conseguir fórmula uma simples palavra, se quer erguia a cabeça ou respirava. — Ei, olha pra mim.

Ele negou com a cabeça, as mãos indo em direção ao peito então a gola da camisa, como se quisesse a tirar, como se estivesse sendo sufocando. As expressões de Octavia desabaram, ela conhecia bem aquela sensação angustiante que o Grão-Senhor estava sentido, o pânico que a tantos anos lutava contra. Ela segurou as mãos dele com força.

— Respire, precisa respirar Rhysand. — pediu. Os olhos violeta encontraram o carmim dos olhos dela, perdidos, como se aquilo ja fosse um esforço demais. Octavia mordeu o lábio ao perceber que Rhysand não o respiraria, que provavelmente mal se lembrava como fazia aquilo. — Baixe seus escudos.

Ordenou, usando um tom autoritário quando se forçou contra a muralha de escuridão, que cedeu assim que o comando fora dado. Octavia ignorar a parte da sua mente que pensava nas consequências de revelar ao macho seu dom de deamati, no que aquilo poderia prejudicá-la, ela apenas focou em ajudar o Grão-Senhor, forçando a respirar, a esvaziar a mente e se acalmar. Um suspiro de alívio saiu do seus lábios quando sentou-se ao lado de Rhysand asssim que pânico o abandonou de vez.

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