IVRESSE;

0.5

"Quando te conheci naquele quarto de hotel...
Percebi que você era uma má notícia.
Mas você continua mexendo comigo."
- hotel, montell fish.

dias atuais...

marie's pov;
Hoje começo meu curso em uma nova faculdade, tentei me adaptar na minha antiga por três anos e nada.

Até hoje penso o que se passou na cabeça da minha mãe fazer eu passar o último ano da escola em um internato aqui.

O caminhão de mudança chega em uma hora, o próximo capítulo da minha vida se inicia em Baltimore.

É uma viagem de 4 horas de carro pela via mais rápida, aluguei um apartamento meia-boca só para conseguir me estabilizar lá nos primeiros meses, apesar de o prédio Ballard ser um lugar chique meu apartamento é um dos - se não o mais - simples lá.

[...]

O recepcionista do prédio me ajuda a levar as caixas até o elevador de carga e depois me guia ao elevador social.

Ele clica no botão do décimo primeiro andar, um antes da cobertura, o olho confusa.

— Desculpe, mas meu andar é o 4. — Explico e ele me olha mais confuso ainda.

— Mas a senhorita é Marie Campbell, não? — Ele pergunta enquanto o elevador sobe.

— Sim, sou eu mesma, aluguei o apartamento 405, no quarto andar. — Afirmo, ele tira sua boina e coça a cabeça.

— Acho que houve uma falta de comunicação senhorita Campbell, o apartamento 1012 foi comprado há um mês atrás e colocado em seu nome, o apartamento 405 já tem residentes há duas semanas. — Franzo o nariz mais confusa do que já estava antes, comprado? Mal tenho dinheiro para alugar quem dirá para comprar um apartamento aqui.

A porta do elevador se abre, o recepcionista da um sorrisinho gentil e sai, logo na frente o elevador de carga se abre com as minhas caixas.

Vou ajudá-lo a levar as mudanças até a porta do apartamento, encaro a plaquinha escrita "1012" por um tempo tentando entender que forma isso aconteceu.

Ele tira as chaves do bolso e abre a porta revelando simplesmente um dos apartamentos mais lindos que já vi na vida.

Há um grande painel de vidro revelando toda a cidade, está praticamente todo mobiliado com móveis de classe, olho ao redor quase babando pela beleza do lugar.

— Não sei qual foi o engano que aconteceu mas se deu bem senhorita Campbell, esse apartamento é lindo. — O senhor diz atrás de mim arrastando as caixas para dentro e depois batendo as mãos para tirar a poeira. — Aqui estão suas chaves. — Ele tira um molho de chaves do bolso e me entrega, tem uma chave diferente no meio.

— De que é essa aqui? — Puxo a chave o mostrando.

— Escada de emergências, pra caso o elevador quebre ou algo assim, por ser um prédio novo ainda há modificações a serem feitas. — Explica tirando sua boina para limpar o suor de sua testa, assinto ainda meio confusa com tudo isso. — Enfim, tenha um bom dia, senhorita Campbell. — Ele curva sua cabeça se virando para sair do apartamento.

Me seguro mas preciso perguntar, ainda não estou convencida com a história do apartamento comprado.

— Senhor? — Vou até a porta o chamando, ele se vira para mim. — Sabe o nome de quem comprou esse apartamento e colocou no meu nome? — Questiono, ele parece pensar um pouco antes de responder.

— Erick O'Connell, senhorita. — Meu rosto franze quando escuto o nome, quem diabos é esse homem?

Passo os olhos pelo grande corredor e vejo que só tem mais um apartamento do outro lado, com a plaquinha escrita "1014".

— Não tem mais apartamentos aqui em cima? Achei que cada andar tinha pelo menos uns 5.  — Digo o olhando esperando alguma resposta.

— E tem, mas a proprietária por algum motivo colocou só dois apartamentos nesse andar, apesar do outro não ter nenhum residente ainda. — Franzo novamente o rosto assentindo com a cabeça. — Mais alguma dúvida? — Ele pergunta.

— Não, nenhuma... Tenha um bom dia. — Desejo sorrindo e ele sorri de volta.

Entro no apartamento e fecho a porta atrás de mim, olhando ao redor novamente, sinto que tem algo muito esquisito aqui.

Erick O'Connell...

Esse nome não me é estranho, mas também não consigo me lembrar onde já escutei ele.

Decido deixar esse assunto de lado já que tenho que desempacotar umas 5 caixas e desfazer duas malas quase explodindo de tantas roupas.

Abro uma delas e pego uma roupa velha com vários rasgos só para não sujar roupas limpas e novas desfazendo caixas entupidas de poeira.

[...]

Termino de arrumar tudo ás 22:36 da noite, me sento no meio do meu novo quarto com o cansaço consumindo meu corpo.

Meu celular vibra em cima da minha cama, é Laura me ligando, atendi a ligação de vídeo e sorrio ao ver o rosto dela.

— Marie! Não me respondeu mais depois da mensagem do apartamento estranho, deixa eu ver. — Ela exclama e eu dou uma risadinha me levantando.

— Não está preparada. — Afirmo ativando a câmera traseira do meu telefone, ando pelo apartamento mostrando tudo, Laura está boquiaberta.

— Cacete isso parece um apartamento de um magnata rico pra caralho. — Diz ela, viro a câmera para mim novamente.

— Eu sei, eu amei aqui mas é tão esquisito... — Admito me jogando no sofá da sala.

— Não se preocupe, deve ser sua mãe tentando te agradar ás escondidas depois da merda que ela fez. — Laura me tranquiliza, faço uma careta.

— Ela sabe bem que não quero nada que venha dela. — Respondo e Laura da de ombros.

— Estou com saudades. — Laura murmura e eu olho para ela com afeto.

— Estou com saudades também, quando nós estivermos estabilizadas poderia vir me ver. — Sugiro e ela sorri.

— Com toda certeza, de Richmond até Baltimore não deve dar mais de três horas de carro. — Diz.

Laura está fazendo faculdade de relações públicas em Richmond, Olivia está cursando psicologia em Cleveland e Dorian foi para Europa tirar um ano sabático, sinto mais falta deles do que achei que sentiria.

— Lamento dizer isso mas preciso desligar, estou podre de suja, fiquei a tarde toda desempacotando caixas que tinham mais poeira do que coisas minhas. — Digo com uma falsa melancolia, Laura da risada.

— Tudo bem, se tiver tempo me liga amanhã. — Assinto com a cabeça a mandando um beijo no ar e desligando a chamada.

Levanto com muita custa do sofá e sigo para o banheiro arrancando minhas roupas antes mesmo de entrar no chuveiro.

Tomo um susto ao escutar um estrondo, parecido com uma porta batendo, não tão próximo para ser aqui no meu apartamento mas próximo o bastante para me assustar.

Provavelmente é no 1014, deve ser algum comprador interessado, apesar do horário peculiar prefiro pensar que seja isso.

Após o banho, coloco uma camisola fresca que tenho e me jogo na cama, fechando os olhos mais que pronta pra dormir.

E aí o nome que escutei mais cedo vem em minha mente...

E eu lembro.