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"Vou deixar você ter o controle...
Suas mãos envolvidas no meu pescoço,
me transformando em uma louca na noite."
- rush, dutch melrose.

4 anos atrás...

marie's pov;
Finalmente a noite mais esperada para a maioria dos adolescentes de Thousand Oaks.

30 de outubro, halloween, a fatídica Fright Night.

Onde os Bárbaros - Connor, Kaden, Grayson e Kenji - fecham algum lugar, na maioria das vezes abandonado, e fazem uma festa épica.

Eles sempre faziam vista grossa para menores de idade, tinha alguns selecionados que podiam entrar, mas claramente eu e Laura - agora Olivia - damos um jeito de entrar sem que sejamos pegas.

O nome dessa grande noite foi inspirado em um filme de terror cômico da década de oitenta, admito que achei interessante a meia criatividade que tiveram.

A música "Girls just wanna have fun" do Chromatics saia da minha caixa de som preenchendo meu quarto, enquanto eu terminava de dar os toques finais na minha maquiagem de caveira, tentando cobrir partes do meu rosto para que não me reconheçam.

Solto meu cabelo escovado e livre dos cachos e me dou mais uma olhada no espelho analisando minha roupa.

Acho que a combinação de um macacão de ginástica preto, uma meia calça da mesma cor e um corta-vento também preto por cima de tudo ficou absolutamente fabulosa.

Uma notificação no meu celular chama minha atenção, é Kenji como eu suspeitava.

'Espero não te ver aqui hoje, se não se meterá em uma encrenca, Marie.'

Reviro os olhos largando o celular na penteadeira de novo, pego meu perfume e dou borrifadas em pontos estratégicos, pego minha bolsa, guardo o telefone dentro e desço as escadas encontrando minha mãe deitada no sofá com uma taça de vinho branco em suas mãos.

— Já está de saída? — Pergunta ela, percebo nitidamente que misturou bebida alcoólica com seus remédios de novo, uma pontada de decepção me atinge.

— Sim, Laura está a caminho. — Minto.

— Tudo bem, caso precisar de algo me ligue. — Diz com a voz praticamente embolada.

— Vou ligar. — Minto novamente, eu sei que se eu ligar ela não vai atender.

Me despeço dela e saio de casa sentindo o vento frio de outono bater em meu rosto, chamo um carro no aplicativo e em menos de 2 minutos ele estaciona na frente de casa.

Um certo incômodo batuca minha mente com a hipótese de Kenji me reconhecer em meio a tanta gente.

Deixou bem claro que não era pra eu aparecer de novo, mas ignorei, claramente ele não está no posto de me proibir de nada.

A festa desse ano é a céu aberto, em uma pedreira a uns 6 quilômetros da cidade, Laura ficou receosa de ir pela localidade mas insisti pra que fosse.

Eu precisava disso, precisava de algum sentido na minha vida monótona que se consistia em casa, escola, balé, casa, escola, balé... E algumas festas que eram praticamente sempre a mesma merda.

Chegamos no local, entrego uma nota de vinte dólares para o motorista e desço do carro já conseguindo escutar a muísca alta misturada com vozes.

Agradeço mentalmente por não ter quase nenhuma claridade já que está tarde da noite e as nuvens densas cobrem a lua, desço as escadas de pedras que levam até a pedreira em si.

Barulhos altos e até jogo de luzes sempre me incomodaram, mas nada que uma respirada de ar fresco não resolva.

Ando no meio de multidão e surpreendentemente consigo avistar Laura junto de Olivia, as duas seguravam copos americanos e dançavam ao som de "4 Morant" da Doja Cat.

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