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"Saia daí e me assombre...
Eu sei que você me quer."
- apocalypse, cigarettes after sex.

dias atuais...

marie's pov;
Depois da descoberta - ou possível descoberta - que tive, custei pregar os olhos para dormir.

Qual a probabilidade de Erick O'Connell ser uma pessoa real e não o codinome que Kenji criou anos atrás para me mandar presentes?

Eu espero muito que seja grande, porque só de pensar em vê-lo de novo algo dentro de mim se contorce quase me fazendo vomitar.

Fico me revirando na cama por pelo menos meia hora antes de finalmente apagar.

[...]

Um barulho esquisito me acorda, abro os olhos lentamente e tento identificar o que era.

Parecia algo raspando na parede, mas próximo de mim, não como se o som viesse de uma parede vizinha a minha, mas na parede do meu próprio apartamento.

Prendo a respiração me sentando na cama e olhando ao redor do quarto, em um breu total, obviamente não vou conseguir enxergar nada.

Minha mão voa até o interruptor do abajur na cabeceira da cama, a luz branca ilumina o quarto e solto minha respiração.

Observo atentamente cada canto do quarto mas nada fora do comum.

Penso que meu cérebro pode estar me sabotando já que o lugar é estranho pra mim.

Até eu escutar de novo, o barulho da parede seguido de... Passos?

Não tenho tempo de pensar em nada antes de escutar o estrondo da porta do apartamento vizinho ao meu.

Me encolho assustada na cama, pensando em o que fazer nessa merda de situação.

Pego meu celular e as chaves do apartamento e corro para fora do quarto, bato em qualquer interruptor na parede da sala para ligar alguma luz, ao meu favor algumas várias se acenderam.

Abraço meu celular contra meu peito e olho meticulosamente por todo o recinto, nenhum sinal incomum.

O barulho de raspão novamente.

Consigo o escutar com mais clareza, unhas não fariam esse som, parece mais alguém passando algum tipo de faca.

Minhas pernas vacilam só de pensar na possibilidade.

Ando devagar até a porta que dá para o corredor e coloco o ouvido na porta para tentar ouvir qualquer coisa que indique que há alguém, a pessoa que bateu a porta a alguns minutos atrás.

Nada.

Destranco a porta metodicamente, evitando qualquer mínimo barulho.

Dou de cara com o corredor longo e escuro, apenas a luzinha verde do elevador piscando, que era a mesma coisa que absolutamente nada.

O barulho de raspão encontra meus ouvidos novamente, mas agora está seguido de uma respiração calma, meu coração gela.

Foda-se.

Bato com força a porta do meu apartamento, corro para o elevador apertando qualquer botão, olhando para os dois lados do corredor para ter certeza de não deixar nada passar.

A adrenalina toma total posse do meu corpo.

Olho para a tela que mostra em que andar o elevador está.

No estacionamento, um andar antes do térreo.

O barulho de faca na parede se aproxima de mim, viro de supetão para o lado mas ainda não vejo nada, está um escuro absurdo, e parece ainda mais escuro agora com o medo que me consome.

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