FAIXA 2: Stand By Me, Ben E. King

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NOTAS DA AUTORA:

Oi, clã!

Como vocês estão?

O que vocês estão achando da fanfic? Estão curtindo?


Boa leitura. 🌙🐇

🌙

— "A CBS News encomendou uma pesquisa sobre a percepção pública acerca da homossexualidade. Descobrimos que os americanos consideram a homossexualidade mais danosa à sociedade do que o adultério, aborto e prostituição. A pesquisa ainda mostra que dois a cada três americanos sentem nojo, desconforto ou medo dos homossexuais." —  Taehyung desligou a pequena TV, com o estômago embrulhado, não iria continuar dando audiência aquele tipo de conteúdo.

O Kim ligou o rádio para que a música lavasse aquela sensação de impotência de si, antes de sair dos fundos da mercearia. Taehyung equilibrou as três caixas de papelão sobre os braços abertos e caminhou com elas pelo supermercado, passando pelo corredor vazio dos itens de limpeza, entrando no de doces, para então soltar as caixas defronte a prateleira de cereais. Com a habilidade de quem já havia feito o mesmo ato mais de cem vezes, sacou o canivete e passou pela caixa, abrindo e tirando de lá os potes de geleias, os enfiando em seus devidos lugares, um atrás do outro, tudo sem deixar de cantar com o Ben E. King, Stand By Me, vindos dos alto-falantes.

— So darlin', darlin', stand by me. Oh, stand by me...

A família do Kim não tinha muito dinheiro, nenhum pouco dele, afinal acreditavam que o dinheiro era a doença do mundo moderno, e o garoto somente havia ido para a NIU devido a sua bolsa integral. Detinha dos duzentos dólares da bolsa que o ajudava a pagar pela comida e alguns livros, mas não era o suficiente para manter o resto de sua vida: remédios, roupas e seus amados LP's. Para ter tais coisas tinha que trabalhar. E encontrou serviço em uma pequena mercearia no Brooklyn, que ficava longe do Greenwich Village, onde sua universidade estava localizada, tinha que pegar ônibus ou o metrô para trabalhar, mas sendo a pessoa incrivelmente otimista que era, Taehyung tentava ver, no tempo que levava para se locomover do trabalho para o dormitório, como um tempo para pôr as leituras em dia.

Jimin costumava dizer que o Kim era o copo visto sempre como meio cheio, nunca olhando pela outra perspectiva, e era um tanto quanto irritante viver com alguém com tamanho bom humor e disposição, e Taehyung apenas ria, porque o melhor amigo era um rabugento, qualquer coisa para si era entusiasmada demais.

Era possível dizer que o estudante de enfermagem estava deixando-se levar pelo corredor vazio e pela ausência de muitos clientes naquele momento da tarde, por isso estava cantando alto, sem esconder a voz poderosa, de olhos fechados, balançando-se no ritmo da música, o Kim sempre cantava daquele modo, quando era invadido por aquela sensação, era incapaz de parar, como em um frenesi.

O casal dono da mercearia achava um pouco estranho, porém não o inibiam, notavam quanto o seu único funcionário trabalhava mais animado com a presença de música e era mais eficiente se fizesse suas tarefas cantando alto. Muitas vezes, o garoto encantava uns clientes que o dava uma gorjeta por gostarem de sua voz, o senhor e senhora Willians sabiam que Taehyung precisava do dinheiro extra. As vezes o próprio casal davam uns trocados a mais para Taehyung.

Naquele exato momento, o Kim estava captando a atenção de alguém, diferente dos outros clientes, o homem parado no início do corredor, não foi pego de surpresa, ele foi à mercearia intencionalmente. E estava acostumado a lidar com talentos em potencial, no entanto, ainda ficou preenchido com uma ligeira sensação de incredulidade, a voz daquele garoto era impressionante, especialmente sua extensão vocal e a autenticidade de seu timbre, seria inconfundível, do tipo que alguém poderia ligar o rádio no meio da canção e saberia quem estava cantando.

Coelhos Na Lua (Kth + Jjk)Onde histórias criam vida. Descubra agora