。・:*:・゚★,。・:*:・゚☆ I. UM RECOMEÇO。・:*:・゚★,。・:*:・゚☆ 。・:

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NOTA: Este livro está completo. Publicarei aos poucos com eventuais correções. Deixem seus votos e comentários. Este livro contem situações que envolvem cenas de sexo explícito, magia, bruxaria, maçonaria e ocultismo. Não o indico para crentes e cristãos conservadores. Falaremos de espiritualidade, viagem astral, sonhos lúcidos. Mas, sobretudo, teremos o romance romântico como centro de tudo, daqueles que nos fazem querer viver um grande amor, mesmo que sobrenatural. Divirtam-se!


— Vai ficar tudo bem, mãe. Sundale não é tão longe daqui, eu conseguirei vê-la sempre que sentir saudades e acho que a senhora também poderá.

Mamãe me ama, eu sei disso. Eu vejo no olhar dela. Mas as vezes acho que ela sente culpa por ter sido ausente e tenta de algum modo recuperar o tempo perdido. Isso piora em situações que mamãe sente que poderemos nos afastar, como essa minha ida para uma cidade interiorana do sul do país. Eu já disse que ela fez o que pode por mim, sendo mãe solteira. Eu não teria conseguido me formar na faculdade se não fosse pelo seu trabalhado duro, apesar disso ter custado momentos de mãe e filha juntas.

— Você é sempre prática, Mahana. Ficaremos a quase trezentos quilômetros de distancia uma da outra. Você não estará em uma cidade ao lado em que eu possa pegar meu carro e dirigir uma ou duas horas. — Ela fechou uma caixa com fita adesiva e depositou sobre a mesa da cozinha.

Eu me mantive concentrada em embrulhar os pratos de porcelana em jornais velhos e juntá-los em outra caixa. Uma coisa que aprendi foi a não discutir com mamãe. Ela nunca me parece muito racional, então prefiro apenas deixa-la falar até cansar. Mamãe é sempre vencida pelo cansaço.

Uma vez a peguei falando no telefone com a vovó e ela se queixava sobre meu temperamento frio, de que talvez eu tivesse puxado meu pai e não a ela. como fria talvez ela quisesse dizer que eu esboçava reação alguma aos berros que ela costumava dar comigo quando discordava de algo.

— Robert já levou tudo que é dele?

— Acredito que sim, mãe.

— Cretino, espero que fique brocha!

— Mãe! — Eu disse num tom repreensivo.

— Que foi? E eu estou errada, Mahana?

— Não quero o mau de Robert. Espero que ele siga a vida dele e seja feliz.

Mamãe revirou os olhos. Ela pegou outra caixa e foi enchendo de xicaras embrulhadas em jornais velhos.

— Mahana, Robert te trocou por outra. Não seja tão pura, é demais até para você, minha filha.

Outra coisa que tornava mamãe e eu seres humanos diferentes era exatamente isso: filtro e sensibilidade. Eu não preciso que ela me lembre sobre coisas que podem doer muito, como a minha separação um tanto conturbada com Robert.

— Querer o mal* de Robert não tornará as coisas melhores ou piores. — Eu nunca mantinha contato visual.

— As vezes eu penso que você é boa demais, minha filha. Falta malícia.

— E talvez sobre um pouco na senhora, mãe!

Eu disse isso e trinquei os dentes logo em seguida, fechando os olhos, como se algo ardesse. Era arrependimento por ter dado uma resposta de maneira impulsiva. As vezes acontecia. E é essa característica que aproxima minha mãe e eu. As vezes ajo com impulsividade

— Desculpa se eu fui invasiva, Mahana. Não era minha intenção soar intrometida.

Mamãe ficou desconcertada. Eu estava arrependida por falar sem pensar. No fundo só era o jeito dela de demonstrar o quanto se preocupava comigo.

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