。・:*:・゚★,。・:*:・゚☆。・:*:・゚★,。・:*:・゚☆Passei o restante da tarde em casa. Lavar a montanha de roupas que eu tinha acumulada desde que viera de Somethinghill, me manteve dispersa e longe das ideias sobre pessoas que dois dias atrás eu nem fazia ideia de que existiam.
A corda do pequeno varal de teto que o chalé tinha na varanda minúscula emperrou e fiquei uns longos minutos tentando destravá-lo.
Conseguí consertar.
Ao estender a roupa, me senti satisfeita com o cheiro de amaciante se espalhando pelo ambiente. Cheiro de coisa limpa, de aconchego.
O meu ânimo ainda me fez limpar o chalé e assar um bolo de laranja. Assim que o tirei do forno, logo me veio a ideia de talvez levar um pedaço para Violet.
Não, Mahana, você quer arrumar problemas com o pai dela, melhor ficar na sua.
Nada de comida para Violet.
Pouco mais de quatro horas da tarde, com tudo limpo, eu me deitei no sofá para ler o Morro dos Ventos Uivantes. Diferentemente do dia anterior, as nuvens não eram carregadas e alguns raios de sol tímidos se atreviam a iluminar o pequeno jardim que rodeava o chalé.
Mas não estava quente o suficiente para que me fizesse abrir mão de um cobertor.
Não sei se foi a falta do vinho, mas meus olhos pesavam e apesar da leitura estar interessante, um sono insustentável me dominava, até o momento que cedi e larguei o livro sobre o meu tórax. A última coisa de que me recordo era do meu padrão respiratório se alterando enquanto me permitia pegar no sono.
Sonhos vespertinos são coisas completamente insanas. A nossa mente parece vagar por coisas absurdas e depois acordamos como se um saco de chumbo estivesse preso às nossas costas. Ao menos eu sentia isso quando tirava uma soneca pela tarde.
Mas não se tratava de um sonho confuso, como o que comumente tenho. Eu estava em uma casa gigante, com uma bela iluminação. A minha esquerda a parede era mais da metade composta de um vidro espesso, transparente, por onde entrava uma luz natural. Aliás, era tão transparente que apenas me atentei que existia um vidro ali por conta do meu reflexo que surgiu.
A decoração era um misto de coisas modernas, como uma tv de plasma gigante acima de uma lareira suntuosa e coisas antigas, como uma vitrola ou um gramofone (Não sabia definir, apenas tinha ideia de que eram itens antigos).
A sala era enorme, com um pé direito muito alto, me fazendo sentir insignificante. Eu enxergava tudo com muita clareza e com riqueza de detalhes. Não era como a vista embaçada ou nebulosa que temos em sonhos comuns.
Então olhei para meu abdome e a resposta estava ali: um fio de prata preso ao umbigo percorria para muito longe, para fora da casa. Eu estava em um sonho lúcido, ou como dira minha terapeuta, em projeção astral (coisa que nunca acreditei).
Os problemas desses sonhos lúcidos é que eu não conseguia controlar quando tê-los e nem podia acordar quando quisesse, apesar de decidir dentro do sonho o que eu queria ou não fazer.
Logo a minha frente havia uma gigantesca escada de acesso a um piso superior. Era uma escada de madeira antiga, amarelada, mas com verniz novo. Sim, eu deduzia que se tratava de uma construção antiga. Contudo, o que de verdade me chamou atenção para o andar de cima foram os barulhos que ouvi. Eram como se duas pessoas conversassem entre si sussurrando, ou com uma respiração ofegante e pesada, entrecortando as falas.
Em uma situação real, eu nunca iria adiante a favor da minha curiosidade. Mas como se tratava de um sonho lúcido, que mal* poderia haver?
Fui subindo degrau por degrau, e os sons iam ficando mais nítidos. Eram vozes ofegantes entrecortadas como supus. Acho que havia duas pessoas se beijando de maneira alvoroçada.
Assim que acessei o piso superior, eu ouvi um barulho de porta rangendo. Olhei para a esquerda e uma porta entreaberta dava acesso a um quarto. Era de lá que os sons vinham.
Apesar de ser um sonho lúcido e algo que a minha mente criava, uma sensação dentro de mim me alertava para recuar, para tentar ir embora, mesmo que eu soubesse que despertar de um sonho daqueles nunca era uma decisão que eu conseguia tomar.
Mas fui adiante, caminhando vagarosamente, com um certo receio de ser pega. Era uma sensação de coisa proibida, uma euforia misturada a medo.
Eu já era capaz de ouvir os barulhos com clareza, sons de beijos acalorados.
A minha visão alcançou dentro do quarto e eu corei ao assistir à cena.
Asaloom estava com uma mulher loira, muito mais baixa que ele. Ela estava quase que pendurada ao pescoço de Asaloom, o beijando e deixando ser beijada, suspirando avidamente de olhos fechados. O pai de Violet correspondia, a suspendendo pelas pernas e se estreitando perto de seu quadril, até finalmente jogá-la na cama. Asaloom debruçou-se sobre a moça.
Ele a prendia pelos braços e dominava completamente a situação. Com certa força, Asaloom retirou a blusa da mulher, a rasgando. Era como se tivesse uma ferocidade sobrenatural.
A estranha se retorcia e parecia estar se deleitando com o toque daquele homem que até pouco tempo era um estranho para mim, mas que de maneira esquisita, estava outra vez no meu sonho.
Asaloom tirou a sua camisa expondo o seu tórax coberto de músculos. Depois desatou o cinto, retirando também as calças. Estava nu*, porém eu conseguia vê-lo apenas de costas. Ombros largos, trapézio desenhado como asas suntuosas. Era uma montanha esculpida em fibras musculares. Ele deitou-se outra vez sobre a mulher e deduzi que a penetrava*, pois em um gesto rápido, ela gritou, se retorcendo.
Asaloom fora ágil o suficiente para abafar o gemido alto dela tapando a sua boca com a mão.
O movimento de "vai e vem" dos quadris de Asaloom ficaram mais intensos e eu também podiaouvi-lo suspirar. A mulher deslizava com a suas unhas vermelhas longas sobre as costas imponentes dele, até que finalmente pareceram chegar ao clímax. Porém, assim que isso ocorreu, a mulher desfaleceu, como se estivesse desacordada. E da boca dela saiu uma fumaça espessa e branca, como de um cigarro ou charuto. Asaloom tragou a fumaça que saia pelos lábios da desconhecida e o inalou como se fosse algo repleto de prazer*, um entorpecente poderoso. A fumaça parecia ser algo estimulante para ele.
Asaloom aparentava ter tido mais prazer* ao respirar a estranha fumaça do que no clímax da relação* sexual* em si.
— Professora??? — Uma voz do corredor chamou subitamente.
Violet estava parada na outra ponta do corredor, levitando, como se a gravidade não existisse. Eu me assustei e novamente senti o fio de prata ser tracionado fortemente, me arrastando para fora daquele sonho lúcido.
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Ao acordar, estava no chalé. Já havia escurecido. A única coisa que iluminava o ambiente era a luz do painel do micro-ondas piscando o horário: sete e cinco da noite.
O meu celular estava abarrotado de mensagens no Instagram*. Era Jéssica.
Vem logo, este pub. Está o máximo, amiga. Corre.
Desliguei o celular e fiquei olhando para o teto por um tempo. Eu não apreciava de ter sonhos lúcidos, porque não conseguia controlá-los como gostaria e quando acordava sentia o meu corpo pesado como chumbo. E pior que isso, eu já havia sonhado com Violet e o pai dela por duas vezes seguidas. Tudo bem que passei boa parte do dia raciocinando em cima do que escutei pela manha na sala da diretora Cole, mas continuava sendo algo anormal para mim.
Se eu ficasse no chalé provavelmente dormiria novamente e tudo que menos desejava era outro sonho lúcido. Eu iria ao pub com Jessica.
NOTA DA AUTORA: Vai acontecer um babado dos grandes nesse bar, aguardem. E já deixa o voto e o comentário. Adicciona a bilbioteca.
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ANOITECER
RomanceMahana, após uma dura separação de seu marido, é selecionadas para ser professora de Biologia já em um colégio na misteriosa cidade de Sundale, ao Sul do país. Logo que chega a cidade, ela escuta falar do poderoso Ásaloom Youssef, um descendente de...