ANOITECER

:*:･ﾟ★,｡･:*:･ﾟ☆ ｡･:XXII. UM PESADELO ERÓTICO･:*:･ﾟ★,｡･:*:･ﾟ☆ ｡･:･:*:･ﾟ

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O restante da noite fiquei pensando na discussão que tive com Asaloom. Eu queria justificar que o que me afetava era sua arrogância. Mas reanalisando a postura dele, a entonação, me parecia mais que Asaloom era tomado de preocupação que por soberba. Mas ainda assim, eu me sentia com muita raiva*.

Talvez Asaloom Youssef tenha acionado gatilhos em mim, de quando Robert queria controlar a minha vida, dizer o que eu poderia ou não fazer. Era como se eu visse meu ex marido estampado nos gestos do pai de Violet.

Agora restava eu entender por que ele decidiu sair de sua casa e ir até o meu chalé me dizer aquelas coisas, ordenar que eu fosse embora. Um homem poderoso com receio de uma reles professora feito eu? Não fazia sentido.

Nessa noite eu dispensei a minha leitura. O Morro dos Ventos Uivantes ficaria para outra hora.

Vagando pelo Netflix, apareceu na aba de sugestões um documentário sobre Maçons.

Essas plataformas devem ouvir o que falamos. Saco*!

Mesmo assim, eu cliquei no card e li a sinopse do documentário, me pareceu muito interessante.

Apertei o play e me encolhi na poltrona. Claro, uma última checada na janela e para meu alívio não havia corvo algum aquela noite.

O documentário parecia bem menos apelativo que o que eu assistira anos antes na History. Começava relatando as coisas com muito bom humor, chegando em alguns pontos, a zombar dos mitos populares sobre as correlações que faziam entre o satanismo* e a maçonaria. Acho que eu me divertiria muito saindo em um carro de som pelas ruas de Sundale com o áudio desse documentário. Maçonaria e o diabo* não são a mesma coisa. O diabo* não aceitaria iniciar na fraternidade em um grau baixo. Eu ri dessa parte.

O documentário era de muito bom-tom, mas meu cansaço no dia era maior e eu logo bocejava, brigando com os meus sentidos, que me pediam que fosse para a cama urgentemente.

Não é preciso dizer que outra vez peguei no sono, lá no sofá da sala mesmo. Outra vez. Estava quase procurando um médico para entender se eu sofria ou não de narcolepsia (uma patologia em que as pessoas dormem do nada). Bobagem, eu estava cansada mesmo.

Ainda de olhos fechados, eu despertei. Como se o barulho dos ponteiros do relógio da sala fossem altos o suficiente para me acordar. Ao abrir os meus olhos, o teto acima de mim não era o da sala.

Outra projeção astral? Que ótimo!

Mas não, eu não estava vagando por aí em um sonho qualquer: era o teto do chalé que eu avistava logo acima da minha cabeça, no meu quarto. Mas eu não me lembrava de ter ido até lá. Eu estava na poltrona vendo um documentário na sala. Ou sonambulismo era uma das minhas inúmeras qualidades?