Luzes Vibrantes

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Um dia antes

As vibrantes e agitadas luzes dos holofotes majestosos complementavam perfeitamente a atmosfera da balada, imersa na agitação calorosa das bebidas e na frenética recepção das drogas, enquanto os pretendentes se aproximavam com investidas sensuais ao meu redor.

De boca em boca, o sabor da fascinante mortalidade inundava os sentidos de um rapaz completamente despreocupado com seu corpo, mente ou reputação. Sua única preocupação era o entretenimento puro para si.

O rapaz mergulhava cada vez mais nos prazeres mundanos da noite. Todas as substâncias, permitidas ou não, invadiam seu corpo, suas veias e fibras, fazendo-o sentir todos os venenos provenientes daquelas drogas.

A loucura e a insanidade de todos os sabores mortais faziam efeito dentro de Malleus. Ele percorria todos aqueles locais sem sequer saber quais eram.

Sua noite de loucura terminou com ele jogado sobre o tapete de sua sala, uma garrafa de bebida ao seu lado.

A luz solar entrava pelas frestas de sua janela, junto com o calor de verão que inundava seu corpo.

Um mal-estar quase o fazia vomitar, mas para Malleus, isso não era nada. Sua fisiologia já estava de certo modo acostumada com tanta besteira, então para ele aquilo era só mais uma terça-feira.

Entretanto, seus ouvidos foram impactados com um grande e firme ruído, junto dele uma voz aguda, mas também autoritária.

—Ei, ei, abre logo essa droga— toda aquela gritaria martelava sua cabeça brutalmente, sua massa cinzenta chacoalhava e remexia de forma violenta.

Erguendo-se do chão, Malleus nota um certo frio que rodeia sua pele. O garoto observa a TV, percebendo a falta de roupas.

De maneira ligeira, o jovem pega um roupão em seu quarto, contudo uma coisa não para de o aborrecer.

As constantes batidas na porta de sua casa eram como um inferno pessoal para alguém que estava de ressaca.

Malleus começa a berrar com quem quer que estivesse do outro lado da porta enquanto caminha para atendê-la. O rapaz então tropeça na garrafa de bebida.

Quase perdendo seu equilíbrio, isso logo o enfurece. Dando meia volta, Malleus toma a garrafa em suas mãos.

As batidas na porta, misturadas com a bagunça de sua casa, estavam fazendo com que o moço perdesse a cabeça e no instinto Malleus abre a porta preparando um xingamento.

Dias atuais

Foi então que foi revelado quem estava na porta. Ethan, um amigo antigo de Malleus, estava ali, porém não estava sozinho, mas sim acompanhado de um garoto.

O companheiro de Ethan tinha um corpo relativamente forte, seus cabelos eram como carvão tendo suas pontas vermelhas como brasas.

Seu semblante parecia o de um bom moço ou de um nerd sem graça que não tinha nenhum espírito de aventura.

—Ethan, parceiro, então eu sei que estou devendo o dinheiro do aluguel...—Malleus é interrompido, entretanto não de forma grossa, mas sim emergente.

—Eu sei que você não tem dinheiro para o aluguel, por isso eu vim te fazer uma proposta. Podemos entrar?

Malleus sente um desconforto, pela sua situação estar sendo apresentada para alguém de tamanha finesse. Talvez o efeito da bebida já tivesse passado, então suas inibições haviam voltado.

Com um gesto hospitaleiro, Malleus abre a porta dando certa liberdade para seus convidados inconvenientes.

Malleus acompanha ambos. Ethan, sem nada a dizer, se acomoda em um sofá minimamente limpo.

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