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Eu passei os últimos três dias morando dentro de um caminhão.
As raras vezes em que eu saía era para ir ao banheiro em algum posto na beira de estrada e para tomar banho quando paravamos em algum motel de beira de estrada e foram duas vezes.

Atravessar o país todo desde o Texas até a Califórnia foi cansativo.
Más aproveitei o tempo e torpor dos últimos dias para assistir séries filmes da Netflix em meu notebook enquanto vinha sentada no banco do carona da minha mais recente conquista automotiva.
Um Porsche lindíssimo verde escuro, também considerado verde musgo, eu o chamo de verde Limo.

Tudo o que eu trouxe da minha antiga vida foram duas malas gigantes, quatro carros e duas motos.
Enquanto papai trouxe uma mala e dois carros.

Eu me assusto quando batem na lataria do caminhão.
Estou trancada aqui dentro mais de acordo com o cronômetro no meu Smartwatch fico sabendo que acabamos de chegar em nossa nova cidade, novo bairro e nova casa.

Nós temos casas em vários lugares do país.
Desde a península de Bolívar, de onde estamos vindo, temos na Flórida, em várias cidades e praias do estado, no Alabama, Boston, Nova Yorke, Colorado, Chicago.

Meus antigos amigos gostavam de esbanjar que tinham casas de praias, casas gigantes e praticamente todo canto do pais.
Nunca vi necessidade nisso, más meu pai também tem, eu só não esbanjava como eles.
Até porquê, tudo o que meus pais tinham, era deles e não meu.
Sempre gostei de ter minhas próprias coisas, por mérito meu e não deles.
Cada carro que tenho ganhei com meu esforço e de mais ninguém, porém eles sempre me incentivaram e apoiaram, como não amar isso?

Guardo o notebook na frasqueira de mão, ponho meu celular no bolso do jeans e saio de dentro do carro.
Vou até a porta, destranco a deixo descer a rampa traseira do caminhão.

— Bom dia! — Pops está esperando por mim do lado de fora.

— Chegamos então? — o olho horário, são nove da manhã de um sábado bem ensolarado.

— Finalmente. — desço pela rampa e acompanho ele pela calçada até a frente da casa.

É grande, como todas as casas da região mais essa é mais alta, gigante.

— Tem um Heliponto no telhado. — explica pops quando me vê com uma sobrancelha arqueada.

— Faz sentido então.

— A garagem é grande. — ele diz apontando para uma rampa que some embaixo da terra.

— E no subsolo.

— Se não se importa.

— Não mesmo.

Nossas três malas aparecem ao meu lado e sorrio para Arthur, segurança e motorista do meu pai que está atrás de mim.

— Vamos vê?

— Vou morar aqui na próxima semana, não estou animada para conhecer mais te conhecendo sei que é perfeita, você tem bom gosto papai.

Ele sorri e beija minha bochecha estendendo o molho de chaves para Arthur que corre para abrir a porta da casa e da garagem.
Quando o portão da garagem sobe, eu me viro para o caminhão e desvio meu olhar para o jardim da casa ao lado que está cheio de pessoas, com uma música tocando baixo, tem garotas de biquíni na piscina nas espreguiçadeiras e em todo o gramado.

— Você não vai dar essas festas no nosso gramado. — ele diz sorrindo, me conhecendo, sabe que não darei, mais caso eu quisesse, ambos sabemos que permitiria.

Nós estamos tão acabados que faríamos tudo para agradar um ao outro.

— Ah papai.

O abraço apertado e escondo meu rosto triste em seu pescoço, seu perfume tem cheiro de lar, eu sempre estive em casa nesses braços e não importa onde agente vá, eu sempre vou está.

Learning To WalkOnde histórias criam vida. Descubra agora