Já tem mais de uma hora que estou deitada na minha cama, revivendo na minha cabeça o que fiz ontem.
Eu transei em público com Jason Fite.
E foi incrível, foi surreal.
Depois que o efeito do sexo passou a dor no meu braço e nas minhas pernas fodidas vieram a tona.
Ele me trouxe para casa sem falar nada e me deixou na porta do prédio antes de ir embora tão calado quanto quando chegou.E agora não é so meu braço quebrado sangrento, e minhas pernas que doem, minha boceta também. Ele me deu mesmo uma surra.
Me sento na cama e tiro todos os curativos do braço para encontrar os pontos da cirurgia arrebentados e o sangue encharcando o gesso.
Tomo um banho horrível e me visto para ir na emergência refazer todo o processo, os curativos na minha perna são refeitos e meu braço costurado novamente, se eu voltasse a fazer besteira, mais demoraria o processo de reintegração da pele e da minha recuperação.
O que não seria bom se eu queria ir no início de fevereiro para Chicago, meu novo lar pelos próximos dois anos de mestrado na Northwestern.Por isso ao invés de ficar em repouso eu mudo meu curso para a modalidade EAD durante esse período e também preencho os fins de semana com as aulas teóricas, de forma que quando voltar farei os testes e as aulas práticas juntos.
Recebo uma mensagem da garota Dawson quando estou voltando para casa e peço para o táxi me deixar na lanchonete em que ela quer me ver, restaurante bem popular no Campos.Com a nova muleta cara e decorada na mão esquerda me apoio na coisa e caminho para dentro segurando a pasta com as informações embaixo do braço quebrado.
Ela está trabalhando no caixa atrás do balcão e quando entro finge nem me notar, mais eu sou especialista em fingir e sei quando as pessoas me ignoram.Do que adiantou me acabar na bebida ontem? Juro que por uma noite eu esqueci de tudo.
Mais agora, olhando para essa menina, sem mãe nem pai, sem família, tudo volta com força e tudo o que quero é acabar com isso, com a dor, com a minha dor e com a dela.
Eu pensei que jamais compreenderia o que minha mãe fez.
Mais agora, aqui, parada na porta deste restaurante, pela primeira vez na vida, sem saber o que fazer, eu compreendo suas atitudes.
Mas odeio que tenha me deixado para fazer isso sozinha, porquê ela não me levou junto.De uma pessoa que foi considerada dura, arrogante, esnobe, insensível e impassível eu me tornei uma maré de sentimentos, cheia de emoções sem breques, e tudo o que mais quero é parar isso, só que eu não consigo.
Tenho controle sobre os freios de um carro, porém não encontro nada que freie minhas emoções.
Como eu me desculparia com ela por algo que eu não tinha feito? Que eu sou tão inocente quanto ela?
Mais eu sentia essa necessidade, de me desculpar por meu pai, por seus erros, por suas ações, sua ausência por dezoito anos de uma vida.
Eu não precisava, mais necessitava.
Só estava com tanto medo de ela não aceitar minhas desculpas, medo de ela me renegar.Mais eu precisava fazer isso, sozinha.
Manco até uma mesa distante na parede oposta e me sento deixando a pasta cair lá em cima.
— O que vai pedir? — fico surpresa quando ela é quem vem atender.
— Um café puro.
— Sem nada? — balanço a cabeça e empurro a pasta com os dedos.
— Encontrei isso a cinco dias atrás.
Ela leva a pasta consigo e outra pessoa trás meu café, conforme tomo, meu apetite vai retornando.
Peço uma fatia grande de mousse de limão, Chips e um sanduíche com muito legume, como tudo enquanto espero Harllow reaparecer.
A pasta cai na mesa na minha frente e ergo a cabeça.
Ela está usando óculos escuros agora, claro.

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Learning To Walk
RomancePrice tinha uma vida perfeita, filha única jovem universitária e bem sucedida, com um futuro brilhante pela frente tinha todos os planos de sua vida traçados. Até perder a mãe. Ela se vê destruída, perdida e sozinha. Seus planos para uma vida inteir...