Learning To Walk

9

De médico e Louco, todo mundo tem um pouco.

Gosto dessa expressão, ela sinaliza que as pessoas no geral tem um lado sensato e outro impulsivo.

Fico surpresa quando chego no meu prédio e não vejo Jason ali.
Eu estava tão confiante que não tinha dúvidas de que ele viria. E quando não vejo ele, por um momento eu titubeio.
Uma pessoa sensata teria apenas chamado-o para conversar mais eu estava com medo de conversar, com medo do que isso resultaria.

— Oi Sarah, se o Jason aparecer você libera a passagem dele.

— Beleza, você já escolheu uma universidade?

— Northwestern.

— Boa escolha.

Sorrio e caminho para o elevador, mais dou meia volta e peço que ela mande o almoço do restaurante do condomínio para mim.

As luzes automáticas acendem quando entro e as persianas deslizan para o lado quando passo pelas portas Francesas até a sacada.

— Pai? — inclino a cabeça quando o vejo parado na minha sacada.

— Eu soube que você visitou a Harlow.

O analiso de perto.
Não tem nem uma hora que estive com a menina, como ele soube?

— Você sempre gostou de ser única.

—Você não fez isso por mim. — a raiva de antes volta com tudo — você não
negligenciou uma criança só para eu me sentir melhor, ela só é três anos mais nova, eu mal sábia falar quando você fez essa besteira, fez por quê quis.

— Mais você cresceu, e gostava de ter toda a minha atenção.

— Você era o meu pai, que filho não iria querer isso? Eu nem sábia que ela existia. — ele estava mesmo tentando por a culpa de suas decisões em mim.

Que filho da puta.

— Só para você saber, toda a herança ainda é sua, ela não quer ser assumida.

— Não que eu me importe com seu dinheiro, e no lugar dela eu não seria diferente, é bom andar sozinho.

— Então você não vai brigar comigo? Esbravejar, arrastar todos os seus advogados para cima de mim? Não vai nem tentar tomar a Alpha?

— Ela é minha. Você quer casar novamente? Que seja, mais tudo aquilo era da minha mãe, não vou permitir que dê nada para outra.

— Por isso vim trazer isso. — ele aponta uma caixa cheia de pastas dentro.

— Que é isso?

— A garantia de quem nenhuma interesseira vai pegar o que é dela, eu amava sua mãe e amo você Mia.

Eu só precisava abrir minha boca cruel e jogar na cara dele que ela se matou, por culpa dele.
Mais até isso seria crueldade demais, ele era o meu pai e eu não queria que ele sofresse como eu estou sofrendo.
Vejo agora que não desejo isso nem para o meu pior inimigo, nem para ele.
Não importa o tamanho da minha raiva e da minha mágoa, nada disso anula meu amor por meu pai.

— Não tenho planos de me casar, mais conheci alguém, ela é boa Mia, é generosa e tem seus próprios milhões, não precisa dos nossos, eu gostaria que você a conhecesse mais...

— Não.

— Eu compreendo, só saiba que se eu resolver me casar com ela... Será com separação de bens, eu te amo.

Balanço a cabeça.

— Se Harlow mudar de idéia eu entro em contato com você.

— Onde vai passar o Natal?