Pistas?

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 Dois dias se passaram sem notícias de Carlos Martins, Mariana presumiu que estava tudo bem, "Sabrina não iria querer me atualizar da situação, melhor ficar a distância", concluía ela enquanto esperava o próximo paciente entrar na sala, mas para sua surpresa quem entrou foi o recepcionista Wesley com um semblante de extrema preocupação.

— O que houve?

— A polícia está aqui...

Antes mesmo deles concluir a frase, dois homens trajando roupas neutras e com distintivos adentraram a sala.

— Bom dia, Mariana Delluse. Sou o detetive Roberto e este é o Reinaldo, precisamos conversas com você sobre um de seus pacientes, Carlos Martins. — Disse um deles com uma expressão firme.

— Oh, claro! Wesley, pode nos deixar a sós. — O recepcionista ficou agradecido por não ter que ficar ali e os dois detetives se acomodaram nas cadeiras com olhares sérios e perfurantes a Mariana.

— Quais as últimas notícias que teve dele? Soubemos que ele te atacou. — Perguntou Reinaldo friamente.

— Falei com a família dele após o incidente, tudo que fiquei sabendo é que estava internado.

— Há um dia, Carlos Martins se matou enforcado em seu quarto de hotel. — Noticiou ele de forma rotineira, um hábito triste em seu campo de trabalho.

— O que? Mas... — Ela não tinha nada a falar, Mariana de fato se chocou com a situação, porém, não iria revelar suas verdadeiras preocupações. — Pensei que ele estava recebendo um bom tratamento no hospital! Estava em tratamento com antidepressivos, pensei que aquilo foi apenas um surto... — Falou ela com expressão triste e uma voz abatida.

— Os médicos alegaram que o surto junto com o ataque que fez a senhora está próximo a uma psicose. No momento, essa é a explicação mais plausível. — Explicou Roberto.

— Isto é devastador detetive, ele era um senhor cheio de alegria, é difícil acreditar que foi capaz disso.

— Bom, é por isso mesmo que estamos aqui, é muito difícil de acreditar que foi apenas um surto causado pela depressão. Sabrina, a filha do falecida, declarou de forma furiosa que você é a culpada.

— Eu? Como? — "Claro que ela falar isso, não é idiota", divagou ela.

— De acordo com o relato dela, o comportamento estranho dele começou a partir do momento que começou a usufruir dos produtos da empresa Mitchs, a qual você é a única fornecedora na região.

— Não quero debochar de seu trabalho detetives, só que como uma simples vitamina B faria isso? — Indagou ela fingindo ignorância.

— Não sabemos e ninguém está afirmando que o que ela diz é verdade. Porém, vimos o seu site, fez um belo negócio graças a Mitchs e há relatos curiosos, quase inacreditáveis, sobre o resultado do tratamento com os produtos que vende. — Comentou Reinaldo.

— Há a probabilidade dos seus produtos terem sido adulterados de alguma forma, entende? Como uma das partes envolvidas, precisa estar ciente que vamos começar uma investigação sobre a empresa e precisamos ter certeza de sua total colaboração.

— Compreendo totalmente, estarei à disposição.

— Ótimo, vamos fazer algumas perguntas.

Mariana não hesitou, relatou sobre como encontrou a loja através da dica de sua amiga sem poupar esforços na descrição de Marcelo, falou que achou estranho o comportamento dos pacientes e, com uma voz ingênua e gentil, enalteceu a pesquisa que fez para garantir que nada estava errado.

Sucesso Caótico(Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora