UM ERRO!

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  Uma semana depois, a pequena clínica de nutrição começou a crescer de forma fantástica. Mariana incentivou seus pacientes a trazerem outras pessoas oferecendo descontos nos produtos por indicação, uma estratégia pouco ortodoxa para uma nutricionista, porém muito produtiva. Tudo estava indo muito bem, José acabou desistiu de sair do seu cargo, esperançoso com essa expansão, e sua chefe estava satisfeita, "se continuar assim, em um ou dois meses terei o suficiente para pagar um dos meus empréstimos! Pena que não consigo agradecer a Fabi, o conselho que ela me deu valeu muito a pena", pensava enquanto admirava sua bela pulseira. Fabíola informou que saiu em uma expedição muito importante em um local que não teria sinal de celular, avisou que estaria incomunicável durante um tempo e, nas palavras dela, Mariana teria que "tentar não morrer afogada nas lágrimas de saudade". Embora não houvesse as lágrimas, havia de fato uma saudade, ela era uma das poucas pessoas que Mariana confiava e uma das únicas que podia ser verdadeira. Além disso, havia uma dúvida pairando na cabeça da jovem em ascensão, "como Fabíola conheceu a alameda? Nunca me interessei muito pela periferia da cidade, só que nunca ouvi uma história sequer sobre aquele lugar...", ela refletia até ser interrompida por batidas na porta.

— Pode entrar.

— Licença chefe! A filha do Senhor Martins avisou que ele não vai poder vir.

— Ele seria o último do dia, certo? Está liberado para ir embora José, eu mesma fecho o consultório.

— Até amanhã chefe!

José foi sem contestar e contente, só não tanto quanto ela. Antes, deixá-lo sair do trabalho mais cedo significava um prelúdio da falência pela falta de pacientes, agora o salário do mês já estava garantido e ir embora mais cedo era fruto do acaso, um do qual Mariana achou muito proveitoso. Ela e toda sua família foram convidados por sua prima para um chá de revelação, um evento um tanto tedioso para Mariana, mas um momento em que poderia exibir toda a beleza esplendorosa que tinha orgulho. Um fato curioso é que Rebeca a deu o apelido carinhosa de "Glamourosa da Discrição", achava divertido sua irmã gostar tanto de se arrumar ao mesmo tempo que prefere ficar em cantos mais discretos durante eventos. Neste não seria diferente, Mariana entrou na casa de sua prima exibindo um vestido preto que parecia brilhar como uma obsidiana, um batom na cor vinho destacando seus lábios, um penteado estonteante e sapatos que inspiravam classe em cada passo que dava, não havia uma única alma naquele local que contestaria a linda mulher que ela era.

— Pensei que dessa vez você pegaria uma pouco mais leve, o bebê é a estrela aqui. — disse Rebeca com um uma expressão alegre.

— Há outras pessoas tão produzidas quanto eu aqui. — Mariana com um irônico sorriso de canto.

— Mas nenhuma tão linda quanto você!

— Discordo disso amor, você é a estrela mais bela! — afirmou Pablo com olhos apaixonados enquanto Rebeca.

— Ei, seu bobo, não na frente de todos!

Rebeca ainda ruborizava com as demonstrações de Pablo e sempre se derretia por ele por isso, poderia se dizer que os dois formavam uma "incontestável paixão", chegando a até mesmo usar roupas combinando de vez em quando, nesta ocasião usavam conjuntos de roupas na cor azul bebê. Ambos se entendiam, não concordavam em tudo, mas nunca brigaram, era o primeiro relacionamento de Rebeca que ia tão bem, e por isso, ela nunca entendeu a razão de Pablo não gostar de Mariana, sendo esta uma das únicas razões pelas quais eles já discutiram. Ele afirmava que Mariana era "duvidosa", não sabia dizer o porquê, apenas que sentia que ela nunca torceu de verdade para o sucesso de Rebeca e jamais viu a bondade que tanto a caçula sentia em sua irmã.

— Olá Mariana – falou ele com neutralidade em sua voz.

— Oi Pablo, como vai?

— Vou bem. Amor, vou pegar um pedaço de bolo de cenoura, quer um?

Sucesso Caótico(Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora