Sucesso Caótico(Revisão)

Laços e Segredos

Agora em seu apartamento, tudo que Mariana pensava era sobre a proposta que receberá, era inegável o quanto aquilo era tentador a ela, "eles me reconheceram como uma grande aliada, mas a que custo? O poder que eles têm...eles me explicaram as coisas tanto quanto a....Fabíola", concluiu ela e teve uma breve revelação, mas não teve tempo para refletir, o barulho de seu interfone a interrompeu, o porteiro a avisou policial Reinaldo estava no prédio e ela o permitiu entrar.

- Senhora Mariana, estou aqui para... - Começou usando um tom hesitante, não queria admitir o que ia falar. - Me desculpar.

- Olá oficial. Perdão, você disse se desculpar? - indagou perplexa.

- Isso mesmo. Viemos ao local que você informou, Marcelo estava aqui e confirmou que havia uma filial com o endereço que você havia nos informado, bem como todos os demais detalhes da história, a fábrica também está nos conformes.

- E quanto aos desaparecimentos?

- Elizabeth foi encontrada morta por overdose, quando aos outros dois voltaram. Um apenas bebeu demais e o idoso falou que queria aplicar uma grande pegadinha antes, nas palavras dele, "bater as botas". Sinto muito pelo incomodo que causamos, me senti obrigado a falar.

- Não, tudo bem. É o seu trabalho, obrigada por me informar.

- Adeus senhora Mariana, tenha uma excelente noite.

Ele foi embora e ela não conseguiu disfarçar o quanto ficou impressionada, "tudo, eles controlaram os mínimos detalhes, isso foi...incrível! Mas....eu teria que me curvar a eles, Marcelo matou José e Wesley, o que faria se ficasse 'entediado' comigo? Estou sozinha e despreparada, talvez com o tempo certo consiga meios para me defender?". A gananciosa mulher ignorou as mortes, os sacrifícios de inocentes, considerou suas vantagens e que ao recusar, perderia todo o pequeno poder que ganhou e a oportunidade de ter mais. O peso destas questões a deixou cansada, sentia que precisava descansar, deitou-se em sua casa e apenas cessou seus questionamentos sobre a proposta quando o sono a apanhou a fez dormir. No sonho que foi levada, passeava em um jardim prateado e escarlate, enquanto andou por ele sentia ressentimento e crueldade a guiando como um aroma inebriante, só cessou sua andança hipnótica ao chegar em uma árvore. A madeira dela era envelhecida e deformada, seu tamanho de um ser humano médio, porém, o mais peculiar dela era o formato em seu tronco, lembrava o de uma mulher e em seu topo estava o rosto feminino, sorrindo como se estivesse gargalhando e em meio aquele silêncio uma risada macabra ecoou, "nos vemos daqui a pouco, você rendeu um bom show".

De repente, Mariana acordou do sonho sombrio, foi desperta pelo som de batidas na porta. Ao abrir se deparou com Rebeca, sua irmãzinha de humor reluzente desta vez estava cabisbaixa e exalava uma aura infeliz.

- Oi Mari...Você não atendeu o celular.

- Beca, é que... - Mariana foi interrompida pela entrada sem convite de Rebeca, ao vê-la passar viu os olhos inchados de sua irmã, "ela estava chorando". - ...meu celular quebrou, nada demais, hoje compro um novo. O que aconteceu? - perguntou com um tom acolhedor.

- Papai, ele... - começou a falar e permitiu que algumas lágrimas acompanhassem sua fala. - Ele morreu.

- O quê? Mas...como? - indagou com surpresa, "o papai?! não, não! Foram eles? Não, eles querem me recrutar", pensou.

- Foi um ataque cardíaco, mamãe falou que ele estava com problemas faz tempo. Não disse nada para nós porque...nos viu bem...e não quis nos atrapalhar. - O cair devagar de lágrimas se transformou em um rio incontrolável.

As duas se abraçaram, Mariana se mante forte, mas logo chorou, um pesar silencioso e controlado, o máximo que permitiria demonstrar. "Jamais me atrapalhou em nada papai", disse a si mesma em pensamento, amava seu pai por se dedicar a ela e a Rebeca, uma das poucas pessoas que Mariana valorizou de verdade em sua vida arrogante. Rebeca, por sua vez, chorou durante minutos até cessar e conseguir falar algo sem o balbucio do lamento.