Monstros Grandiosos

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Mariana não tentou contestar, a visão do pobre José sendo controlado e se dando um triste fim foi uma dica muita clara do que poderia acontecer. Ela, obediente, se deixou guiar por Marcelo até uma limusine, a qual já os esperava na frente da clínica, e seguiram em silêncio, durante alguns minutos.

- Há uma certa surpresa em você não fazer nenhuma pergunta, esperava que tentasse pegar alguma informação para tentar fugir, ou até usar a triste estratégia de me seduzir. - falou o debochado sequestrador.

- Eu atirei em você e queimei seu corpo, entendi meu lugar aqui e não quero terminar no mesmo lugar que José. - respondeu com frieza.

- Ah, não se preocupe, daqui a pouco você vai entender muito mais. Quanto ao José, aquilo foi um presente a você, ele era uma ponta solta, poderia ser investigado e desmentir o que você falou para a polícia.

- Isso não justifica...

- Calma, me poupa da "moral", não foi isso que te manteve viva até aqui. - Ele olhou pela janela e com um sorriso continuou. - Aqui estamos, Mariana, no lugar que vai mudar a sua vida.

Passaram por um grande portão dourado e a visão fez os olhos de Mariana brilharem, um pátio maravilhoso com flores roxas e azuis, arbustos em formatos de animais e até mesmo estátuas, uma beleza que remontava a um jardim mágico. Adiante estava o verdadeiro destino deles, uma mansão branca e amarela com uma fachada tão luxuosa que faria com que a família de Mariana se sentisse meros serviçais. A limusine os deixou na frente da mansão e de lá foram guiados por uma das empregadas da casa, uma mulher com o mesmo símbolo do capanga que Marcelo havia trazido, e a cada passo que a jovem nutricionista dava dentro daquele lugar mais se sentia entrando em não apenas uma casa, mas um reino, a decoração de quadros antigos transmitia uma aura atemporal ao lugar e os adornos com diversas joias emitiam o poder de quem ali morava. O passeio pela enorme residência cessou quando chegaram no que poderia ser considerada uma enorme sala de estar, onde um casal de idosos tomava um café enquanto comiam biscoitos e olhavam o noticiário em uma enorme tv.

- Pai, mãe, chegamos. - Marcelo anunciou.

- Oh, meu filho, por que demorou tanto? - disse a senhora com uma voz alegre. - Imagino que esta seja a doce senhorita que nos falou.

- É um prazer recebê-la em nossa casa Mariana. Por favor, sente-se. - disse o senhor de forma cordial e ela se acomodou no grande sofá, Marcelo se se sent.

- Quando falta de educação querido, não nos apresentamos ainda! Meu nome é Márcia e este é meu esposo Ruan. Nosso filho falou muito bem de você, o que achou do nosso recanto?

- Achei... lindo, uma casa maravilhosa. - respondeu hesitante.

- Ora querida, não se preocupe, fique à vontade, não te trouxemos aqui porque é um filhote amedrontado. Inclusive, me deixa te parabenizar com as atitudes dos últimos dias, você de fato é uma mulher muito intrigante. - disse Ruan com um sorriso amistoso.

- O que? O que quer dizer? - indagou confusa.

- A falsificação do cartão, sua pequena visita ao armazém, o uso que fez do próprio empregado. Seus atos foram divertidos de acompanhar.

- Ao armazém? Como sabem disso?

- Sua autoconfiança é adorável, porém, muito previsível. O caminho que trilhou até ver o nosso pequeno ritual não foi por acaso. - Márcia falou enquanto a olhava sorridente e tomava seu café. - Bernardo, por favor, traga a sobremesa. - Ordenou a um mordomo que a aguardava como uma estátua no canto da sala.

- O que querem de mim? - Mariana questionou com as mãos tremendo, ali sentiu sua derrota completa, a revelação de ser uma marionete a apavorou ainda mais que o assassinato de José.

Sucesso Caótico(Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora