Ascensão

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 Dois dias se passaram, um período de falsa normalidade que Mariana tentava manter, não compareceu ao velório de seu pai e se perguntassem a Rebeca, a jovem nutricionista estava muito ocupada com o trabalho e sempre é muito fechada em relação aos sentimentos. Os parentes desconfiavam deste motivo, preferiam acreditar que era por causa da mãe de Mariana, Suzane, que ela não compareceu e mais uma vez ela foi considerada a culpada pelo isolamento de sua filha do restante da família. Mariana acompanhou pelas redes sociais as homenagens feita a seu pai, mas se manteve longe, seguindo o desejo de Rebeca, não sabia distinguir se era por respeito ou apenas a falta de graça que se tornou, "ela me odeia e papai morreu...De fato, nada além da herança sobrou para mim naquela família", concluiu seu pensamento frio e soberbo enquanto divagava em seu consultório. Agora, ela estava na clínica a maior parte do tempo devido à falta de seus recepcionistas, uma sobrecarga momentânea que a fazia se perguntar se ainda teria tanto trabalho se aceitasse a proposta da Mitchs, "ainda estão aguardando minha resposta, até me mandaram um celular novo! Só que ainda sinto que preciso esperar, ela não aparece faz muito tempo...", com esta expectativa de um certo alguém aparecer em sua mente continuou seu dia e ao anoitecer, após um longo dia de trabalho, Fabíola entra em seu consultório.

— Eu perguntaria como foi seu dia, mas amiga, sua cara está tão acabada que nem precisa responder! — Disse ela com deboche exagerado.

— Estou fazendo o trabalho de duas pessoas, o que esperava? — Falou Mariana, indo na cozinha preparar um chá.

— Soube que recebeu uma proposta que pode até te garantir alguém para fazer um chá para você no momento que você quiser.

— Já teria aceitado ela se não tivesse demorado tanto para aparecer. — Explicou resmungando.

— Te avisei que ia vir, tudo tem seu ritmo. Tive que ser o mais discreta possível, os insuportáveis da Mitchs ficaram te observando todo esse tempo!

— E sabe muito bem como eles agem, certo? Seu pai lhe ensinou? — Mariana insinuou em tom provocativo.

— Oh, claro, sabe como é, né? Família é algo que nunca se esquece. — Fabíola comentou com olhar maquiavélico. — Quando teve essa "iluminação"?

— Sempre achei o jeito da Rebeca e do meu pai muitos parecidos. Acho que demorei para perceber a semelhança entre o seu e o do Marcelo por causa da aparência tão diferente.

— Ora, ora pessoal! — Exclamou batendo palmas. — Como se diz? Ah, sim, ALELUIA! Pensei que ia ter que contar tintim por tintim.

— Ainda tem que me contar muita coisa!

— Te garanto, minha amiga, te contarei muito mais que meu pai e meus avós desgraçados. Por onde começamos? Hmmm...ah sim, óbvio, pela alameda grifo!

— O lugar que só tenho acesso por causa disso aqui, não é? — Indicou a pulseira que trajava.

— Sim, sim, só que não é bem assim para todo mundo. Como a cretina da minha avó, vou lhe contar uma história. A alameda grifo é apenas uma parte de outro mundo, não é tão difícil ter acesso ela se você já tiver parentesco com algum dos que já moram lá ou se tem algum "poder". Apenas você, Mariana — falou apontando de forma dramática. — E o falecido José já entraram lá usando um objeto enfeitiçado de uma família totalmente desconhecida.

— Por isso que Marcelo ficou intrigado com ele...

— Ding-dong! É isso aí. Agora, vamos voltar um pouco mais no tempo, algumas centenas de anos atrás minha mãe, uma maga entrou para o culto de Mictlantecuhtli, o "deus dos infernos" da cultura asteca, minha família meio que o sequestrou e torturou durante anos, lembra dele? Você o viu quando estava brincando de detetive.

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⏰ Última atualização: Mar 09 ⏰

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