Two Ghosts

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"Os mesmos lábios vermelhos e os mesmos olhos azuis,

Mas não é você e não sou eu,

É tão doce, parece tão real

Soa como algo que customávamos sentir".

Ainda não nasceu alguém mais idiota do que eu, bastou vê-la em uma situação difícil e meus passos já aceleravam irracionalmente, caminhando em direção ao meu maior gatilho

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Ainda não nasceu alguém mais idiota do que eu, bastou vê-la em uma situação difícil e meus passos já aceleravam irracionalmente, caminhando em direção ao meu maior gatilho. A coincidência de termos nos encontrado é assustadora, ainda não fui capaz de assimilar que a vi assim que dirigi além dos portões da reabilitação, ela é uma armadilha irresistível.

Mas ao contrário dela, eu nunca menti, meu amor é de fato infinito. Talvez esse seja o grande problema.

Saí do carro deixando Mitch com um sorriso largo no rosto me assistindo voar em direção ao meu vício, conforme me aproximei as câmeras de viraram na minha direção e Violetta custou a me reconhecer, penso que seja por conta da surpresa, os olhos azuis que me consolavam derramam gotas contínuas. Um homem estava segurando uma câmera apontada para o corpo dela e durante alguns segundos, tudo ficou vermelho.

Meu punho atingiu a parte inferior de sua face com força e a câmera caiu no chão, sendo pisoteada pelo restante da multidão que me encarava em choque.

Sem pensar nas consequências que virão, meu único reflexo era levá-la para longe, e foi o que eu fiz.

Acho que se eu ficar em silêncio, conseguirei ouvir alguém no céu rindo de mim.

No caminho, acabo me iludindo pensando que não é sobre gostar dela, e sim porque não quero vê-la machucada. No fundo, eu sei que se trata de uma grande mentira, fui oportunista e extremamente egoísta porque mais uma vez, estaremos estampando as notícias amanhã.

Agora no caminho para a única sala vazia disponível, eu a guio pelos corredores segurando a sua mão, ela finca as unhas no meu pulso como se a sua proteção estivesse atrelada aos meus punhos e porra, isso piora tudo.

Hoje é o meu primeiro dia de volta a rotina e estou perdido, é questão de tempo até o time de relações públicas voltarem a me ligar, ao menos eles já estão acostumados com o meu percurso lotado de erros.

Chegamos na porta e eu me solto para destrancá-la, a sala era o meu antigo estúdio durante o início da minha carreira, entramos e me viro para trancar novamente enquanto Violetta corre para o espelho com a respiração ofegante.

De costas, gasto alguns minutos extras para avaliar o que eu deveria dizer e ao me virar, assisto os dedos delicados que me tocavam há pouco erguendo ainda mais a gola do agasalho, o ato me surpreende devido ao calor que está fazendo hoje. O paraíso que está sendo escondido debaixo do tecido grosso me perturba e para evitar uma ereção inconveniente, me afasto um pouco.

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