Prólogo

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Margot


Quando eu tinha onze ou doze anos, passei pela minha pior fase na escola.

Comecei a ter problemas com espinhas, que infestaram meu rosto, principalmente na testa, o que me fez optar por cortar franja no meu cabelo, na tentativa de escondê-las, mas a franja não me valorizava nenhum pouco, e para piorar, eu usava um óculos quadrado enorme, que até hoje não sei o porquê de ter escolhido aquele modelo.

Claro que isso foi motivo o suficiente para fazerem piadas as minhas custas todos os dias, mas tinha um garoto em especial que era o primeiro a abrir a boca toda vez que eu entrava no mesmo ambiente que ele.

Seu nome é Liam Carter, e ele tirava tanto sarro de mim, que parecia um fã.

Me descrevendo assim, todos diriam que eu era uma nerd, mas nem pra isso eu servia. Tirava notas muito baixas, então o que Liam mais gostava de dizer era:

– Além de feia, é burra, coitada.

E todos riam e adicionavam mais ofensas seguidas dessa.

Sinceramente, Liam era o menor dos meus problemas, ele era apenas um garoto babaca querendo ser engraçado.

Eu não ligava tanto pra ele, porque no fundo eu sabia que aquela fase ia passar, uma hora ou outra.

Mas meu real pesadelo começou quando Olivia, uma garota "popular", se apaixonou por Liam, e para ter algo em comum com ele, começou a fazer um bullying absurdo comigo, com direito a diversos tipos de humilhação.

Minha sorte era que ela estudava em outra turma, então as humilhações eram apenas fora do horário de aula.

Por conta de tudo isso, eu me tornei introvertida e insegura, eles levaram qualquer resquício de autoestima que eu poderia ter, e eu não era assim, eu costumava ser uma criança super confiante e carismática, mas agora eu me sentia tão pequena que fazia de tudo para ficar invisível.

Conforme fui crescendo, fui conseguindo me livrar da acne, então parei de cortar franja, o que já resolveu 40% dos meus problemas.

Quando fiz quatorze anos, meu pai me presenteou com lentes de contato, ele sabia que eu odiava meus óculos, e aquele foi o melhor presente que já ganhei.

Com esses "problemas" resolvidos, comecei a, finalmente, passar despercebida no colégio, e criei algumas técnicas para me ajudar nisso.

Chegava extremamente cedo, em um horário que quase ninguém estava na escola. Ia direto para a biblioteca e lá no final, perto dos livros de física, que geralmente, não eram muito procurados, eu dormia até o sinal tocar, e quando tocava, eu ia correndo para a sala e ficava no meu lugar rezando para ninguém sequer notar minha existência, para evitar piadinhas.

Parei de levantar minha mão para tentar responder alguma questão, e a professora dificilmente me chamava para falar algo em voz alta, já que ela sabia do bullying em cima de mim, então acho que preferia evitar meu sofrimento.

Nunca mais cheguei nem perto do refeitório depois que Olivia jogou um sanduíche de manteiga de amendoim no meu cabelo por algum motivo, então desde então, não como no colégio, o que me fez emagrecer bastante, já que naquelas horas todas que passava na escola, eu não comia nada.

Apaixonada por um Babaca - Sua Escritora, XOXOOnde histórias criam vida. Descubra agora