𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 𝑨𝒄𝒐𝒕𝒂𝒓 𝟐

𝑺𝒄𝒂𝒓𝒆𝒅 𝒕𝒐 𝑩𝒆 𝑳𝒐𝒏𝒆𝒍𝒚 - 𝑨𝒛𝒓𝒊𝒆𝒍

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Azriel x reader

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"Vamos ver se os poderes de cura do pequeno bastardo são bons, certo?" Gorzan zomba, Scorf segura seus ombros com força, pressionando suas costas contra o peito. As asas de Azriel foram espremidas entre os dois corpos e ele estremeceu, olhando apressadamente entre seus dois meio-irmãos.

"Deixe-me ir!", balbucia o jovem Azriel, tentando se livrar do aperto do irmão.

"Cale a boca, bastardo!" Scorf rosna, torcendo o braço de Azriel e pressionando com mais força contra sua asa, o que faz Azriel gritar alto, com algumas lágrimas rolando pelos olhos.

Ele observa Gorzan desatarraxar uma garrafa de óleo, mexendo as sobrancelhas quando se aproxima do garoto e derrama o líquido espesso em suas mãos - a última vez que Azriel as vê sem as cicatrizes.

Tudo depois disso se torna um borrão - há chamas, fogo e dor. Muita dor. Tanta dor insuportável e inimaginável. A pele fica quente, depois fria, depois as duas coisas ao mesmo tempo. A pele rasgada, o fogo rastejando dentro de sua pele, seu corpo, suas veias.

"Por favor, não... por favor, pai, eu lhe imploro..." Um tapa forte cai sobre o rosto do jovem Azriel, fazendo com que o calor gelado irrompa em sua pele. Um soluço morre na garganta de Azriel, sua visão fica embaçada pelas lágrimas. Ele pode ouvir a risada fraca de sua madrasta, a gargalhada de Scorf e a zombaria de Gorzan.

A escuridão se instala sobre Azriel quando ele é novamente trancado na cela do porão - a masmorra.

Todo o corpo de Azriel estremece quando ela se levanta na cama, sentando-se ereto e segurando os lençóis úmidos contra o peito. Sua pele fica pegajosa com o suor, o coração dispara no peito quando Azriel treme. O ar entra e sai de seus pulmões, as mãos tremem, assim como o lábio inferior. Sua garganta arde com um grito, fica seca e parece uma lixa ao engolir. O encantador das sombras não sabe se gritou durante o sono, apenas que seu peito está doendo, assim como sua alma e seu coração.

Azriel sabe que precisa se acalmar. Ele não quer acordar você. Não quer que você tenha de lidar com isso novamente.

Ele tenta se concentrar em qualquer coisa, na pilha de roupas sobre a escrivaninha, no reflexo da luz da lua na parede oposta, na beirada da cama, no...

Mãos quentes seguram o rosto do encantador das sombras, virando sua cabeça para que ele olhe para você. Sua expressão é de choque, tristeza, pânico, embora você se esforce muito para parecer calmo. Você não quer que ele veja o quanto você se machuca quando ele se machuca, mas a sua expressão a denuncia. Seus polegares passam sobre as bochechas úmidas dele quando você o puxa para perto de si.

"Azriel, foi apenas um pesadelo. Por favor, acalme-se. Foi um pesadelo. Não é real. Não é mais. Está no passado."

É sempre o mesmo sonho. Sempre foi. Quando vocês começaram a namorar, mesmo antes de o vínculo ter se estabelecido, Azriel teve esses pesadelos. Eles diminuíram com o tempo de seu relacionamento, mas isso não significa que não aconteçam mais.

Ainda há noites em que ele é assombrado por eles, em que todas as lembranças inundam sua mente, em que cada pequena ferida é aberta novamente. Onde a dor é tão forte quanto naqueles momentos. Às vezes até mais forte, porque é a dor mental que dói muito mais do que a física.

"Está tudo bem. Eles não estão aqui. Não podem mais machucá-lo. Você está seguro, Azriel. Você está seguro comigo."

O sangue corre pelos ouvidos de Azriel, seus joelhos ficam trêmulos, os pés dormentes, os calcanhares pressionando o colchão. O coração de Azriel caiu em suas entranhas, o fogo correndo em suas veias. Exatamente como o fogo de todos aqueles anos atrás. A cabeça de Azriel se sacode levemente com a lembrança e ele bufa, cerrando a mandíbula e fechando os olhos. Seu coração bate contra a caixa torácica, na garganta, e ele se esforça muito para se concentrar em tudo o que não seja o pesadelo, as lembranças. Ele tenta se concentrar em você, somente em você, sentada à frente dele, em sua camisola, tão linda.