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Rhysand x AloraReader
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As estrelas brilhavam intensamente, e havia paz nas ruas de Velaris, mas dentro da Casa dos Ventos, Rhysand estava sentado, sem foco, olhando para o horizonte. Ele havia retornado de Sob a Montanha poucos dias antes, ainda pálido como um fantasma.
Ele pediu para ficar sozinho com seu Círculo Interno, sem saber como poderia enfrentá-los depois de tudo o que havia passado. Ele tentou dormir, mas não conseguiu. Ele vomitou tudo o que havia comido nos últimos dias. Pelo menos ele conseguiu apreciar o sabor daquilo, quando tudo o que havia comido durante cinquenta anos foram restos insossos.
Ele vestiu seu moletom de veludo e foi até a sacada, olhando para o céu, livre, ele era livre, lembrou a si mesmo.
Enquanto Rhysand permanecia na sacada, o ar fresco da noite acariciava sua pele, um forte contraste com o calor sufocante que reinava sob a Montanha. Ele fechou os olhos, deixando o som da cidade lá embaixo embalá-lo em um estado de calma. A lembrança do toque de Amarantha, de sua risada cruel, ainda persistia, mas ele a afastou, concentrando-se na liberdade que agora pertencia a ele e ao seu povo.
O vento sussurrava em seu ouvido, trazendo o aroma das flores dos jardins da casa. Rhys respirou fundo, saboreando o doce aroma. Momentos como aqueles o lembravam da beleza que ainda existia no mundo, apesar da escuridão que frequentemente ameaçava consumi-lo.
A dor, a humilhação, a sensação de ser completamente impotente diante da crueldade de Amarantha. Ele cerrou os punhos, as unhas cravando-se nas palmas das mãos enquanto lutava para reprimir as emoções que ameaçavam dominá-lo.
Tentou se acalmar e então soube para onde tinha que ir. Vestiu a camisa combinando com o moletom e foi até a biblioteca. Sabia que todos estariam dormindo, pois se movia silenciosamente, sem querer assustar nenhuma Sacerdotisa. Atravessou o quarto de uma das pessoas mais velhas que já estivera lá.
Uma Grão-Feérica de 300 anos, dormindo em sua cama, com seus cabelos loiro-avermelhados bagunçados, enquanto dormia pacificamente. Rhysand não pôde deixar de sorrir ao vê-la tão em paz.
Ao se aproximar da figura adormecida de sua amada Sacerdotisa, Alora, Rhysand sentiu o coração bater forte contra o peito. Sua relação com Alora era longa, mas ele a considerava como uma filha. A visão de seu sono tranquilo lhe trouxe uma sensação de conforto, algo que lhe faltara desde seu retorno. Ele observou suas feições delicadas, sua pele clara brilhando suavemente sob o luar que entrava pela janela.
Ele se aproximou, a mão pairando sobre o ombro dela antes de apoiá-la delicadamente. Ela se mexeu um pouco, mas não acordou, respirando com firmeza e ritmo. Rhys sentiu uma pontada de culpa por perturbar seu descanso, mas precisava da presença dela mais do que nunca.
Ele se inclinou, sussurrando o nome dela suavemente. "Alora..." Sua voz era quase inaudível, cheia de carinho.
Alora acordou assustada, olhando para Rhysand com olhos sonolentos. "Rhys?" Ela se sentou. "Você... Você está bem?"
Rhysand sorriu calorosamente para Alora, com os cantos dos olhos enrugados. "Estou bem, minha querida", tranquilizou-a, com a voz suave. "Só precisava de alguém para ficar." Sentou-se ao lado dela na cama e pegou a mão dela.
A preocupação de Alora se transformou em compreensão, e ela assentiu. "Claro, Rhys. Qualquer coisa que precisar, estou aqui." Seus dedos se entrelaçaram aos dele, proporcionando um calor reconfortante.
Rhys olhou nos olhos dela, buscando as palavras certas para expressar a turbulência que o atormentava. "É difícil acreditar que acabou", disse ele finalmente. "Depois de todos esses anos, preso naquele buraco do inferno..." Ele estremeceu, lembrando-se da escuridão e da crueldade da corte de Amarantha. "Às vezes, me pergunto se tudo não passou de um sonho."
"Eu também pensava assim..." Alora franziu a testa, como se estivesse revivendo o próprio ataque, seus olhos heterocromáticos cheios de tristeza. "Eu... eu costumava me perguntar se minha mente estava me pregando peças... Que eu acordaria e estaria ali naquela caverna... Eu sempre estarei aqui por você, não importa o tempo que você precisar." Alora segurou as mãos de Rhysand, olhando profundamente em seus olhos doloridos.
Rhysand apertou as mãos de Alora, extraindo força do seu apoio inabalável. "Obrigado, minha querida", murmurou, sem tirar os olhos dela. "Saber que você está aqui, que temos um ao outro, faz toda a diferença... Acho que ninguém mais entenderia... E não estou aberto a conversar com qualquer um."
Ele soltou um suspiro lento, tentando acalmar a tempestade que o assolava. "São as pequenas coisas que mais me assombram", confessou, com a voz quase um sussurro. "O gosto da carne podre, o fedor da decomposição, a sensação do toque de Amarantha..." Um arrepio o percorreu, e ele fechou os olhos, relembrando as memórias horríveis.
O polegar de Alora traçou círculos suaves nas costas da mão, oferecendo conforto sem palavras. Quando Rhys abriu os olhos novamente, eles brilharam com lágrimas não derramadas. "Eu só quero esquecer, ela me tocou... E o jeito que meu corpo...", ele fez uma pausa, com a voz embargada.
"Shh, Rhys", Alora sussurrou em um tom suave, segurando sua mão, "Não era prazer... Você não estava sentindo prazer." Ela segurou suas bochechas, fazendo-o olhar para ela. O homem à sua frente a ajudara a superar sua própria mágoa, sua própria dor, e disse as mesmas palavras que ela agora lhe dizia quando lhe contava o quanto estava enojada com sua própria reação física. "Seu corpo estava apenas se protegendo de mais dor..." Porque o que aqueles homens a fizeram acreditar, o que Amarantha o fez acreditar, simplesmente não era verdade. "E isso não vai durar, você vai se curar, apesar de tudo o que aconteceu com você."
Ao ouvir as palavras reconfortantes de Alora, Rhys conseguiu dar um pequeno sorriso, embora fosse evidente que a dor ainda estava profundamente gravada em suas feições. "Você tem razão... Eu sei que tem. Eu estava certo quando disse isso por você", disse ele, com a voz quase um sussurro. "Mas às vezes, parece que vai me engolir por inteiro."
Ele se aproximou de Alora, apoiando a testa em seu ombro. O gesto terno pareceu acalmar as almas atribuladas de ambos. "Sua presença significa mais para mim do que você jamais saberá", admitiu, com a voz quase inaudível.
Alora abraçou Rhysand, com os rostos pressionados um contra o outro. "Você é minha âncora", sussurrou ela, com os olhos fechados de Rhysand enquanto saboreava o calor do seu toque. "Sem você, não sei como teria sobrevivido aqueles anos aqui."
Ele abriu os olhos, fitando-a com uma mistura de gratidão e adoração. "Você é meu lar, Alora. Meu porto seguro." Sua voz tremia de emoção; ela era tudo o que restava de sua família, era sua família mais antiga no coração, revelando a profundidade de seus sentimentos por ela. "Eu te amo", disse ele simplesmente, as palavras ditas com uma sinceridade que não deixava espaço para dúvidas.
"Eu também te amo." Alora então se sentou ereta, inclinando-se na cama, movendo-se um pouco para dar espaço a ele. "Vamos, você deveria tentar descansar, eu estarei aqui."
A convite de Alora, Rhysand deitou-se na cama ao lado dela, com o corpo cansado, mas a mente ainda a mil. Apesar da turbulência interior, estar perto de Alora lhe trazia um certo conforto.
Ele se virou para ela, passando o braço em volta da sua cintura e puxando-a para perto. O cheiro familiar dela, o calor do seu corpo, foi o suficiente para afastar algumas das sombras que o assombravam.
"Obrigado", murmurou ele, beijando-a na testa. Foi um ato simples. Alora o puxou gentilmente para si, embalando-o para dormir, assim como fizera com ela. Enquanto Alora embalava Rhysand delicadamente para dormir, seus pensamentos se voltaram para a noite em que ele a salvara. A lembrança dos braços fortes dele a segurando, dos sussurros suaves, fora um farol de esperança nos momentos mais sombrios.
Agora, enquanto o embalava em seus braços, ela sentia uma profunda gratidão e amor por aquele homem que se tornara sua rocha, seu protetor, seu tudo. Ela acariciou seus cabelos, observando suas pálpebras se fecharem, sua respiração desacelerar até que ele adormecesse.
Alora permaneceu acordada a noite toda, ouvindo o ritmo constante dos batimentos cardíacos dele, sentindo o peito dele subir e descer contra o seu. Naquele momento, cercada pelo silêncio da noite e pelo calor do corpo de Rhysand.
Ela permaneceu acordada quando ele acordou em pânico, permaneceu durante os gritos dele, através das sombras que os cobriam em um silêncio sinistro. Por ter passado por aquilo, a lembrança desapareceu, mas nunca desapareceu completamente, permanecendo com ela para sempre.
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𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 𝑨𝒄𝒐𝒕𝒂𝒓 𝟐
FanfictionHistórias do universo acotar retiradas do Tumblr e traduzidas. Não são de minha autoria, tem seus devidos créditos. Para os queridos que querem ler mais imagines deles, mas só encontram em inglês como eu. Possivelmente haverá continuações de imagine...
