𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 𝑨𝒄𝒐𝒕𝒂𝒓 𝟐

𝑫𝒆𝒔𝒕𝒊𝒏𝒂𝒕𝒊𝒐𝒏 𝑼𝒏𝒌𝒏𝒐𝒘𝒏 - 𝑹𝒉𝒚𝒔𝒂𝒏𝒅

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Rhysand x Reader

PARTE 2

Parte 1 no livro 1 pra quem não conheceu.

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"A garota que nos salvou. Ela é minha companheira." As palavras ecoam na sua cabeça repetidamente, e de novo, porra.

O amassado do papel em suas mãos atrai sua atenção para o presente. Você suspira, deixando o papel cair sobre a familiar escrivaninha de cerejeira escura. Aquela em que você esteve sentada pelos últimos cinquenta anos enquanto o homem que você amava estava preso por uma bruxa cruel sob a montanha.

Este lugar — o escritório de Rhysand na Casa do Vento — já fora seu refúgio. Seu farol de esperança. Você e o Grão-Senhor da Corte Noturna passaram um bom tempo neste cômodo da casa, primeiro como seu segundo em comando e depois como sua amante. Era um dos lugares onde você jurava ainda poder senti-lo quando ele estava prisioneiro sob seu reinado.

Você assumiu o controle como qualquer segundo faria, garantindo que Velaris permanecesse escondida e segura. Não houve muitas decisões executivas a serem tomadas nos últimos cinquenta anos, coisas triviais como o acordo para construir uma nova ala do Arco-Íris, garantindo que a cidade ainda pudesse negociar e comercializar sem ser extinta.

Agora, este escritório serve como um lembrete. Um lembrete do que você perdeu. O homem a quem você entregou seu coração, o mesmo que sobreviveu aos horrores do reinado de Amarantha, voltou em segurança para a Corte Noturna, com o nome de outra mulher nos lábios.

Feyre, ele admitiu, com os olhos violeta arregalados e assombrados não apenas pelos horrores que tentava desesperadamente esconder, mas também pelo choque e pela surpresa. Ele encontrou sua companheira, e a voz em sua cabeça ecoa novamente.

Por mais que isso lhe destrua o coração, Rhysand não merece mais nada. Você sempre teve a impressão de que não era sua companheira. Ele ocasionalmente fazia comentários descuidados sobre sonhos que tinha, visões, como às vezes os chamava. Ouvindo os horrores pelos quais passara, cercado pelo resto do seu Círculo Interno, essas visões faziam sentido.

Já faz duas semanas desde que Rhysand voltou. Recuperando-se. Mor assumiu a responsabilidade de cuidar do primo. Cassian e Azriel visitavam o Grão-Senhor em sua ala da casa com frequência. Amren também. O lado que você não conseguia se obrigar a visitar.

Ele perguntou por você. Você não consegue contar quantas vezes Mor invadiu este mesmo escritório — aquele de onde você raramente sai ultimamente — e exigiu que você o visse. Que você o está prejudicando ainda mais por ficar longe. Agora que Rhysand está de volta, que Amarantha se foi para sempre e a cidade não precisa mais se esconder, há coisas para fazer, cidades para verificar, danos que precisam ser avaliados e tribunais que precisam de correspondência.

Isso lhe deu uma fuga. Você não consegue reunir a confiança necessária para visitar Rhysand, assim como ele não consegue fazer o mesmo para visitá-la. Você está apavorada com o que ele vai dizer, exatamente o que você vem tentando entender desde a noite do retorno dele. Aceitar o inevitável.

Que ele não é mais seu.

Você alisa o papel amassado sobre a mesa, tentando se concentrar. É tarde. Uma brisa suave entra pelas portas da sacada, um arrepio que percorre suas costas. As estrelas e a lua brilham intensamente no céu e, por um momento, você inveja a luz delas, a felicidade delas. Parece que elas estão ainda mais brilhantes desde o retorno do Grão-Senhor.