𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔 𝑨𝒄𝒐𝒕𝒂𝒓 𝟐

𝒀𝒐𝒖 𝑾𝒆𝒓𝒆 𝑴𝒊𝒏𝒆 𝑭𝒊𝒓𝒔𝒕 - 𝑳𝒖𝒄𝒊𝒆𝒏

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Lucien x Reader

Esse é simplesmente perfeito, que isso, uma fic pronta.

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PARTE 1

O vínculo era algo silencioso.

Não gentil, não bondoso, mas silencioso — entrelaçado nela como o zumbido constante do oceano, como o sussurro distante de uma canção que ela nunca deveria ouvir na íntegra. Estava lá desde que ela conseguia se lembrar, uma presença logo abaixo da pele, uma pulsação separada do seu próprio coração.

Ela o sentia há cem anos. Vivia com a consciência de que, em algum lugar lá fora, Lucien Vanserra existia, e ele era dela.

Só que ele não era.

Porque um dia, o vínculo se foi.

Não foi como cortar um fio. Não foi como um desfiar lento e desgastado.

Foi um rompimento.

Afiado. Repentino. Irreversível.

Em um momento, estava lá, zumbindo em seu peito como sempre, e no próximo, desabou sobre si mesmo. A conexão que fora uma presença constante em sua vida, o elo que se estendera através do tempo e do espaço, ligando-a a um homem que ela nunca conhecera — desapareceu.

E doeu.

Deus, doeu.

Ela desabou no chão da loja, os dedos agarrando as costelas, as unhas cravando-se na pele como se pudesse fisicamente conter a dor de algo que nunca fora tangível. Sua respiração vinha em arquejos curtos e curtos, sua visão turva enquanto tentava compreender a perda de algo que ela nunca sequer tivera.

Era como ser estripada de dentro para fora. Como se uma mão cruel tivesse alcançado sua alma e arrancado uma parte dela que ela nunca havia tocado.

Ela pensou — ele sabe.

Lucien devia ter descoberto sobre o vínculo.

E ele o cortou.

Ela ficou sentada ali por horas. Apenas sentada ali, olhando para o chão, forçando-se a respirar através do peso esmagador de algo que ela nunca poderia provar, nunca explicar.

Porque era a escolha dele.

Ele devia ter sentido, percebido e rejeitado.

Talvez ele a tivesse visto em uma visão. Talvez a própria Mãe tivesse sussurrado isso em seu ouvido. Talvez ele tivesse sentido a corrente invisível e recuado de desgosto.

Talvez... talvez ele simplesmente tivesse decidido que ela não era o que ele queria.

O pensamento se alojou em suas costelas como uma adaga enferrujada.

Mas S/N não chorou naquela noite.

Ela limpou os cacos de vidro de onde derrubara uma vitrine, trancou a loja e voltou para casa, para uma cama vazia.

Na manhã seguinte, ela continuou.

Cem anos de conhecimento.

Três anos de silêncio.

S/N não havia contado uma palavra sobre isso a ninguém, nunca havia sussurrado seu segredo no ar esfumaçado de sua loja, nunca o deixara se tornar real fora de si.

Estava acabado.

Lucien Vanserra havia feito sua escolha.

E ela fizera a sua: deixá-lo ir.