Amor entre fadas

Ilusões lunares

Nas praias do Campo Lunar, nos limites de Fairytopia, as três fadas estavam à procura de uma caverna entre as rochas submersas, como já era noite as marés ficavam mais altas e cobriam a caverna — Fica mais ou menos por aqui, porém vocês terão que esperar a maré baixar para realmente encontrar e entrar — Meztli diz enquanto observa os arredores verificando se nenhuma fada as seguiram. Butterfly sugere as flores comestíveis para respirar debaixo d'água, pois esperar até a maré baixar levaria tempo demais, porém Meztli informa que aquela espécie de flor não cresce no Campo Lunar, e mesmo algas eram difíceis de conseguir com a maré alta, pois elas só são acessíveis com a maré baixa. Butterfly fica surpresa por haver outra planta capaz de fazer as fadas respirarem debaixo d'água e então Willa diz — Que nojo! Algas? Isso parece ter um gosto tão ruim... prefiro as flores que a Butterfly falou...
Ansiosa para encontrar Selene, o oráculo, Butterfly da rápidos mergulhos no mar afim de encontrar a caverna enquanto prende a respiração, Willa nem um pouco animada para se molhar, apenas espera sentada nas pedras, sem ninguém para conversar já que Meztli havia voltado para casa — Butterfly por favor, vamos esperar até de manhã.... — Willa diz bocejando, quase desmaiando de sono. Depois de diversos mergulhos, Buttetfly finalmente encontra a entrada da caverna que ficava há alguns metros de onde Meztli as havia deixado. Indo chamar Willa que já havia cochilado, a fada fica birrenta por ter sido acordada, ela estava realmente com sono.
Já era madrugada e a maré já havia baixado um pouco, Buttetfly conseguiu convencer Willa a mergulhar mesmo sem uma planta que faz respirar na água, ela a ensinou algumas técnicas para prender melhor a respiração debaixo d'água, as duas então mergulharam e entraram na caverna ainda submersa, nadando até encontrar uma fenda com um bolsão de ar logo acima, colocando cuidadosamente a cabeça para fora d'água para observar ao redor, enquanto Willa saiu rapidamente da água para conseguir respirar. Haviam quatro túneis, algum deles seria o caminho até a fada da lua, curiosamente, acima de cada entrada havia o símbolo de uma fase da lua, as duas decidem entrar juntas porém antes que pudessem entrar, algumas pixies aparecem e informam que cada uma deveria escolher um caminho, Butterfly imaginou que aquilo deveria ser um tipo de teste e alertou Willa para que ficasse atenta. Ansiosa para encontrar Selene, Butterfly não pensa muito sobre os símbolos acima das entradas, ela vai pelo túnel da lua minguante, enquanto Willa decide ir pelo caminho da lua nova.
Seguindo o caminho do túnel que era desfavorecido de luz, começou a clarear aos poucos graças aos cristais lunares nas paredes, ela ouvia vozes, eram as vozes de Carlos e Catarina, ambos a chamavam pelo nome, Butterfly tentou ignorar as vozes e seguiu em frente, porém as vozes continuaram pelo caminho, até que se materializaram e Butterfly conseguia vê-los perfeitamente em sua frente, por um momento sua mente viajou e ela esqueceu que estava numa caverna à caminho de um oráculo e as ilusões pareciam reais demais.
— No fundo você sabe que não queremos nos casar, é tudo uma armada política cruel. — A voz de Catarina dizia.
A voz de Carlos continua — Buttetfly, tiene que se posicionar, nosotros queremos ser felizes. Já salvaste dois reinos, porque não podes salvar estes corazones?
— Mas o que eu poderia fazer para impedir esse casamento? Eu não tenho poder algum para isso! — Butterfly respondeu.
— Você tem o seu amor, Butterfly.
— Tú apenas tiene que escolher por quem irá lutar.
— Por quem? Quero que vocês dois sejam felizes, se eu puder barganhar contra esse casamento, tudo bem, eu o farei, mas porque tenho que escolher alguém por quem lutar? Vocês dois são amigos queridos para mim e... — Butterfly dizia enquanto suas asas começaram a tremer e então Catarina a interrompe dizendo — Butterfly, você é mais que uma amiga para nós. Nós dois só desejamos...
— Você, Butterfly!
— Tú, Butterfly!
Eles dizem em uníssono. Chocada e ansiosa com o que acabara de ouvir, suas pernas também começam a tremer, sem saber o que dizer, ela permanece calada, mas então Catarina continua.
— Você tem que escolher Buttetfly. Se vai acabar com esse casamento, terá de escolher um de nós.
— Não. Não posso escolher um de vocês. Não consigo. Porquê tenho que escolher? Não posso ter vocês dois como antes? Isso não é justo... — Butterfly diz segurando seus braços e levantando suas asas em alerta.
— Antes nosotros éramos apenas três fadas apaixonadas por literatura, ahora estamos apaixonados.
— Tem sido depressivo não te ter. Ser apenas amigos seria como uma eterna tortura, principalmente quando não sabemos o que você está sentindo, se você realmente nos amaria.
— Terá de escolher, qual corazon irás partir y qual irás abençoar com tu amor. Ou... se irá desprezar o nosso amor por ti y ignorar nosso desejo fazendo com que aceitemos sua rejeição. A escolha es tua linda Butterfly.
— Você me ama? Ou ama ele? Não ama nenhum de nós dois? Apenas diga como se sente!
Sobrecarregada, Butterfly cai de joelhos em lágrimas de desespero — Eu não sei... não sei o que estou sentindo, eu não sei... — Suas asas murcham para baixo e tremem como nunca, ela não consegue decidir, constantemente se perguntando como o relacionamento dos três chegou aquele ponto, como os sentimentos dela tinham ficado tão quebrados, como a vida dela havia se tornado tão deprimente de novo? De novo.
Willa em seu caminho escuro que parecia não ter fim, ouve grunhidos e gemidos, sons de arranhões e mastigar, gritos de fadas, muitas suas amigas, logo ilusão fez Willa achar que estava na ilha de Flutterfild quando ainda havia luz, com medo ela voa para o antigo esconderijo de Henna, onde imaginou ter os ingredientes para fabricar as luzes de broto de cardo. Lá haviam pergaminhos e anotações de Henna, ela rapidamente preparou tudo e não apenas fez as mini luzes de broto de cardo, Willa improvisou um estilingue para poder lançar a distância já que seus braços não eram tão fortes para arremessar. Saindo da caverna, ela volta para a ilha que parece deserta em relação a fadas, porém infestada de Skeezits, ela avista duas fadas, uma com as asas machucadas, elas estavam encurraladas por três skeezits, com medo ela se escondeu atrás das árvores, temendo não conseguir ajudar as fadas e morrer junto delas, porém ela tinha as armas necessárias, mesmo com medo, Willa enche o peito e voa até aquelas fadas e entrando no meio delas e dos skeezits, ela ameaça os skeezits, debochando dela, um dos skeezits diz — Agora não precisamos mais dividir duas, temos uma fada borboleta para cada um de nós hahaha — Willa põe a mostra a luz e assusta seus predadores, porém uma única luz não era o suficiente para conter nos três, ela da luzes para as outras duas fadas para elas se defenderem. Afastando aqueles skeezits, mas começaram a aparecer, Willa começa a lançar as luzes com seu estilingue, mirando em seus olhos para cega-los de vez, um grupo de fadas se reuniu para ajudar, porém as luzes enfim haviam acabado, os skeezits que sobraram ainda poderiam fazer um estrago. Willa foi atacada, porém algumas fadas tomaram coragem e avançaram no skeezit, infelizmente uma fada foi devorada... com sua asa machucada, Willa ainda conseguia voar, cheia de raiva por ser tão impotente contra os skeezits, uma luz surge dentro de Willa e mesmo sem entender como aquilo era possível, ela sabia o que fazer, ela grita com toda sua voz e iluminou toda Flutterfild expulsando seus predadores.
Enquanto gritava em modo de ataque, Willa sente uma mão gelada segurar seu ombro e dizer — Chega de gritar querida, meus ouvidos não aguentam mais... — Willa abre os olhos e percebe que está de volta a realidade no final do túnel em frente ao templo de Selene, que a está olhando quase sem acreditar no seu poder vocal para deixá-la surda. — Ah carambolas, não foi real... mas acho que passei no teste, não foi?? — Selene balança a cabeça afirmando que sim e então aponta para Buttetfly que está do outro lado da caverna ao final de seu túnel, porém com uma aura escura ao seu redor, ela tremia e chorava — Você passou, mas parece que sua amiga está com um pouco de dificuldade...