Amor entre fadas

Inverno

Ao notar a falta de Talayla na prisão, Lord Gastrous prevê ameaças ao casamento real e com facilidade consegue convencer Regellius à adiantar a cerimônia. Pegos de surpresa, os empregados entram respectivamente nos aposentos de Carlos e Catarina, em algumas horas o casamento havia de começar. Tecido em algodão mágico eram os trajes dos noivos, combinações de branco creme e nuvem, detalhes dourados e cravejado de cristalitos, estavam tão elegantes quanto uma libélula dançando no ar. Estava estampado na feição deles, a depressão e o vazio, estava tudo acabado ali? Naquele salão, Catarina e Carlos iriam desistir de seu amor pela política, pela herança que deixariam para seus reinos no futuro. Carlos esperava no altar ao lado de sua mãe e Gastrous, então os portões se abriram e todas as fadas ficaram maravilhadas em como a princesa Catarina estava mais deslumbrante do que nunca, apesar da total melancolia em seu olhar - como resultado do adiantamento repentino da cerimônia, apenas as fadas cristais estavam presentes no local, nenhuma fada borboleta além do noivo, sua mãe, o conselheiro real e alguns guardas reais - acompanhando sua filha segurando-a pela mão até o altar, Regellius pede a Catarina mais uma vez —Por favor minha filha, não me desaponte — Chegando aos pés do altar, Regellius entrega sua filha para o príncipe Carlos, que se curva diante da princesa antes de segurar suas mãos, lentamente eles voam até o altar e com sussurros conversam rapidamente — Sabes que ainda há tiempo de acabar com esto, solo precisamos enrolar esta cerimônia o quanto pudermos.
— O que pretende fazer? Já estamos aqui... não tem mais como enrolar...
Com um pigarro sério Regellius tenta interromper o cochicho e solta um olhar afiado para que voem mais rápido iniciar a cerimônia. Ignorando completamente o rei, Carlos continua — Estava com um plano em andamento, um plano que ciertamente poria um fim neste casamento. Pero com este adiantamento... solo para nos atrapalhar, me pergunto de Lord Gastrous estava me espionando...
Chegando ao topo do altar, uma fada cerimonialista inicia todo o protocolo da cuja cerimônia, energizou alguns cristalitos e os queimou numa cúpula, enquanto os pequenos cristalitos derretiam - para fabricação das alianças- Catarina e Carlos estavam fazendo seus votos, era notável para todos no recinto a falta de amor daquelas palavras recitadas de forma tão fria e sem jeito, sem sentimento apenas ressentimento.
— Princesa Catarina de Shimmervale, vossa majestade aceita como seu marido, o príncipe Carlos de Flutterfild?
— NÃO! — Catarina respondeu certeira e afiada.
— Ela aceita sim, pode continuar. — Regellius diz revirando os olhos sem muita paciência.
— Rhumm.. príncipe Carlos de Flutte-
— Mi resposta es não!
— Quanta petulância! Ele aceita senhor, continue. — Disse Lord Gastrous arrogante como sempre.
Antes que as pixies pudessem levar as alianças até os noivos e oficializar sua união, Carlos diz — Se é para não termos voz em nuestro próprio casamento, não entendo toda esta cerimônia, não deveria vocês mesmos terem assinado los papéis por nosotros? — Com um tom de deboche ele desce do altar levando Catarina com ele para o centro do salão, Catarina estava disposta a dar seu discurso sobre liberdade porém de repente uma grande escuridão junto de um frio intenso tomam conta do salão, todos se assustam e saem para fora do palácio para ver o que havia acontecido, era algo nunca visto, neve... estava nevando.

Os cristalitos, apesar de mágicos são frágeis. Eles são fonte de calor e é por causa deles que as fadas cristais sobrevivem ao frio da noite, esse calor vem da luz que absorvem do sol durante o dia, por um tempo os cristalitos ainda estariam energizados, porém aquele seria um tenebroso inverno de 10 anos, em não muito tempo os cristalitos começariam a esfriar, e as fadas cristais morreriam logo em seguida. Era notável que algo estava errado, de imediato Catarina e Carlos se olharam — O voo da primavera....— o ritual do voo da primavera havia falhado, algo que não acontecia há mais de 3 mil luas . Os cristalitos menores já estavam apagando, e algumas fadas já estavam enfraquecendo.
— Estamos condenados! — Disse uma fada cristal no meio da multidão. — Vão para suas casas se aquecer com os cristalitos que temos lá!
O frio era congelante, mas não afetava as fadas borboletas tanto quanto as fadas cristais, Catarina estava com tanto frio que suas asas tremiam a ponto de mal conseguir voar, Carlos a fez se apoiar nele e a levou para dentro do palácio — Leve-me até o Heart Stone... — Catarina disse quase sem forças. Logo o pânico se alastrou, aquele não era um inverno natural, era um inverno que carregava a fúria e potência de 3 mil luas, um inverno assim que duraria 130 luas para se acabar, primeiro as fadas cristais, depois o resto das outras fadas estariam beirando a morte.

Marabella tentou iluminar Shimmervale com sua magia, porém não era o suficiente para aquecer as fadas cristais, pouco a pouco os cristalitos que se encontravam no topo da casa de cada fada, se apagou, restando apenas o Heart Stone, Regellius reúne todos seus súditos em volta do Heart Stone, são tantas fadas que algumas acabam ficando de fora, o inverno era tão forte que sobressai a magia do Heart Stone que pouco a pouco estava esfriando, Lord Gastrous então tem uma ideia, o príncipe Carlos esteve praticando magia, e ao lembrar de como Butterfly e a princesa Catarina salvaram o Heart Stone do fim eminente, ele percebe como usar aquela catástrofe á seu favor — Príncipe Carlos! Use sua magia juntamente com a princesa Catarina para energizar o Heart Stone!

Há pelo menos algumas luas Butterfly e Catarina salvaram Shimmervale usando um poder oculto para reativar o Heart Stone, uma fada simplória e sem magia como Butterfly foi capaz de tal ato, obviamente o príncipe, filho da única fada borboleta que emana magia, poderia ser capaz de repetir o feito ao lado da princesa. Carlos negligentemente não havia praticado sua magia em nenhum momento, para haver uma desculpa de que não adiantaria de nada um herdeiro vindo dos dois, infelizmente ele não imaginou que teria que lidar com uma catástrofe daquela dimensão. Mesmo fraca, Catarina colocou suas mãos no Heart Stone, ela não conseguia acreditar que estava acontecendo tudo de novo, Carlos a levanta e põe no enorme cristalito suas mãos sobre as de Catarina, tentando emitir a luz que sua mãe emana tão facilmente, perseverança, força de vontade, esperança, tudo canalizado no corpo, na mente e alma dessas duas fadas, Carlos e Catarina deram tudo de sim em um absurdo nada, pois nada aconteceu, nenhuma luz, nenhum calor foi sentido, várias tentativas, e nenhum resultado, Carlos chorou por ser tão impotente, Catarina já não tinha forças nem para chorar, em um momento como aquele não havia mais esperanças, porém Regellius raciocinou que ele e Marabella poderiam fazer isso, porém Marabella não estava presente com os demais perto do Heart Stone, ela estava sobrevoando Shimmervale afim de iluminar todo o local, Regellius tentou ir atrás dela porém os ventos começaram a ficar violentos, voar por ali era um desafio impossível, apenas fadas com grandes e fortes asas conseguiram voar com aquele vento ainda com o máximo de dificuldade, então uma figura rosa brilhante estava voando em direção a torre do Heart Stone, era Butterfly!
— Estão todos bem? O voo da primeira... não foi realizado, tentei vir o mais rápido possível, Catarina... Carlos... CATARINA??? — Butterfly viu Catarina fraca no chão encostada no Heart Stone, ela voa até a amiga para ajudá-la, Carlos conta a Butterfly suas tentativas de reanimar o Heart Stone, muitas fadas já estavam desmaiadas, era difícil saber se só estavam desacordadas ou se já haviam morrido, a situação era pior do que se podia imaginar.
Regellius que começará a ficar fraco a pouco, voou até Butterfly e segurou sua mão dizendo — Por favor Butterfly, nos salve de novamente.