Dor

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— Estou tão, mas tão feliz que estamos todos juntos, faz muitos anos que não tenho meus bebês juntos no natal. — Mamãe tem um sorriso lindo dirigido a nós, também estamos felizes, mas nem tanto. Vejo que Menma sente falta da Hina aqui conosco, afinal ela também é da família, não queria, mas acho que vou me intrometer e ter uma conversa séria com a mamãe. Ela está sendo insuportável em relação a isso, sei que Menma não quer se indispor com ela, mas uma hora ele terá que tomar partido. É melhor fazer isso antes que as coisas piorem e não tenha como retroceder.

         Ela sempre teve essa mania de superproteger as crias, eu entendo, mas isso não lhe dá o direito de agredir as outras pessoas, principalmente alguém como a Hinata. Se ela tivesse feito isso com Naomi, teria perdido o filho e a nora, minha falecida esposa não engolia desaforo e eu jamais deixaria mamãe tratá-la como tratou a Hinata. Não quis intervir, pois quem tem que fazer isso é o Menma, o qual é marido, mas como ele fica em cima do muro, acho que terei que me pôr no meio disso, afinal grande parte dessa indisposição das duas é minha culpa.

         — Não estamos completos, a Hinata não está, ela também faz parte da família. Mãe não fica triste do Menma não estar com sua amada nessa data? — Papai estava tomando seu vinho e chegou a engasgar.

         — Mudemos de assunto, vamos falar de coisas mais agradáveis. — Dona Kushina é mestre em mudar de assunto quando lhe convém.

         — ISSO É UM ASSALTO, TODOS PARA O CHÃO AGORA — Após essa fala, tiros para o alto foram ouvidos e o lustre de cristal da entrada acabou se espatifando, distribuindo cacos para todos os lados.

         Nos jogamos no chão, mas logo alguns homens de ternos caros sacaram suas armas apontando para eles, — Agentes federais — Levantei de leve a cabeça vendo oito caras com armas apontadas para os mascarados que estavam com metralhadoras. Só eu que penso que isso dará merda? Ao que parece tem um figurão aqui, já que eles estão à frente de um homem mais velho o protegendo.

         Como tinha um dos encapuzados em pé próximo de onde estávamos, ele puxou a mamãe pelos longos cabelos ruivos, a fazendo levantar.

         — Atirem e ela morre. — Apontou a arma na cabeça dela. Minha mãe começou a chorar, meu pai, em um impulso, se levantou para tentar acalmar as coisas e foi aí que tudo desandou, o outro bandido se assustou e atirou nele, que com impacto foi jogado longe. Devido a uma distração, mamãe conseguiu se soltar se jogando em cima dele, depois disso, tiros eram ouvidos por todos os lados, gritos histéricos, tento me levantar e sinto minha cabeça latejar, mas minha preocupação era minha família.

         — NARUTO, SE ABAIXA! — Escuto Menma me gritar, meu ouvido zumbiu e o silêncio tomou conta, sinto uma mão em meu ombro, me viro para ver quem é. Menma estava com as duas mãos em meus ombros. O sangue escorreu na lateral do seu rosto, suas pernas pendem, tento segurá-lo, mas meus braços não têm forças. Ele se escora sobre meu peito e acaba escorregando indo ao chão, o vermelho tinge minha visão e a cabeça roda. Penso que preciso buscar ajuda, uma dor aguda me aflige em cheio, fui atingido no ombro. Eu me arrasto com passos pesados em direção a porta, sinto meu corpo se chocando com o de outras pessoas, quando alcanço a rua consigo ver de relance sirenes brilhando, e a última coisa que penso é que felizmente a Hinata não está aqui!

                   Hinata

         Estou na casa do papai com meus familiares para o almoço de natal, depois que eu e Menma decidimos dar uma segunda chance ao nosso casamento tem sido maravilhoso, ele realmente está mais presente. Eu saí do escritório do meu sogro e fui para outro menor. Para minha carreira não foi bom, mas para a vida pessoal foi a melhor decisão, minha sogra graças a Deus não a vejo desde que decidi deixar sua casa e sinceramente foi a melhor coisa que fiz para minha sanidade.

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