Capítulo Oito

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Sophie Cassano

Está na hora de colocar essas velhas em seus lugares, eu sou a herdeira da Camorra, o que faz de mim a dona da porra toda.

— Seguranças! Tirem essas velhas daqui agora mesmo — chamo a atenção de todos para mim.

Os seguranças olham de um jeito estranho, como se não estivessem entendo as minhas palavras.

— Elas são sua tias senhora, quer isso mesmo? —  um dos seguranças Indaga surpreso.

— Sim, eu não estou confortável com a presença delas aqui, por favor, tirem elas agora — o segurança concorda.

Ele chama outros seguranças para ajudar as minhas tias, elas olham para mim de cima a baixo, elas estão boquiabertas e incrédulas. Com a ajuda dos seguranças, elas são expulsas da minha festa, como a ralé que são. Confesso que esse sentimento de poder absoluto é incrível, talvez eu faça isso mais vezes, quem sabe eu não expulso mais pessoas no futuro?

— UAU Sophie! Aquilo foi incrível, você parecia a Verdadeira dona e senhora da Camorra! Eu juro que se não fossemos primas, eu pegava você — Loren grita animada me abraçando com todas as forças.

Desde pequenas, ele sempre cuidou de mim e me protegeu, já estava na hora de fazer o mesmo por ela, aquelas velhas mereceram o que fiz e não me arrependo disso.

— Acredite, até mesmo eu, estou surpresa com a minha atitude, não pensei que fossem levar tão a sério a minha ordem, UAU! O poder é bom e excitante — Murmuro ainda um pouco desnorteada com a minha ousadia.

Minha prima ri das minhas palavras, a nossa mesa está toda vazia, minhas primas seguiram suas mães e os meus tios suas esposas. Eu só pretendia expulsar as duas velhas fofoqueiras, mas no final das contas, acabei por expulsar metade da nossa mesa. Mas está bom assim, antes só do que mal acompanhadas.

— Sophie! O que aconteceu aqui? Por quê seus tios e primos foram expulsos da festa? — meu pai parece furioso por causa da minha atitude.

Ele vem em minha direção junto com um dos meus tios, eles não estão com boas caras, se a minha viagem não for adianda por causa da roupa que estou vestindo, com certeza será adiada por causa da minha rebeldia, mas eu não tive culpa de nada, elas provocaram e eu revidei, eu só quis defender Loren, que mal tem nisso? Eu não vejo mal nenhum.

— Pai! Elas foram muito cruéis comigo e Loren, eu não tive outra escolha — falo fazendo minha melhor cara de inocente e pobre coitada.

A manipulação, é uma arte muito boa se você souber usar, para conseguir usar ela e manipular as passoas, existem duas coisas que as pessoas mais gostam, cara toda murcha e lágrimas. Se você souber usar os dois muito bem, você vai conseguir tudo ao seu alcance.

Faço um esforço para que as minhas lágrimas caiem copiosamente, se o meu pai prestar atenção em mim, vai perceber que eu só estou fingindo, mas desde pequena isso sempre funcionou.

— Calma meu amor, você fez bem em expulsar elas — meu pai tenta me acalmar me abraçando e pronto, eu já consegui o que queria, inverti as coisas ao meu favor.

Minha mãe não apareceu ainda, mas meu pai parece não se importar com as minhas roupas, na verdade, parece que ele não viu ainda o que estou vestindo, mas isso é o de menos, se eu conseguir passar pela fera da minha mãe, eu sei que vou conseguir viajar sem nenhum problema. Meu pai faz o típico anúncio de abertura da secção da noite, as pessoas aplaudem o capo e pronto, está tudo finalizado. Mas minha mãe não apareceu ainda, eu preciso de sua aprovação.

— Primaaaa! Eu estou amando a festa, não creio que vamos finalmente ficar longe dessa prisão — Loren já está bêbada, a festa ainda nem sequer começou de verdade e ela já está assim.

— Loren! Você já está bebeda? A festa nem começou de verdade ainda — reclamo dando uma bronca nela.

Ela ri da minha frase e se retira do meu alcance. Eu sei por quê ela está fazendo isso, não é a primeira vez que isso acontece, Loren só bebe quando tem problemas e a recordarem da mãe dela, desencadeou essa reacção, eu preciso cuidar dela.

— Loren espera por mim — tento acompanhar os passos dela, me equilibro nos saltos para tentar alcançar ela, mas quanto mais corro mais parece que ela está aumentando os passos.

Algumas pessoas põem-se no meu caminho para cumprimentar e perco Loren de vista, mas pela direção que ela tomou, isso siginifica que ela está em direção ao banheiro. Depois de cumprimentar os puxa sacos do meu pai, vou até o banheiro, assim que chego nele entro procurando por Loren.

— Loren! — chamo por ela, mas nada.
De repente, sinto uma vontade enorme de mijar.

Entro na cabine e tranco a porta já pronta para fazer as minhas necessidades. Um som estranho de alguém entrando no banheiro, chama a minha atenção, da pequena fresta na porta, espreito e pelos sapatos, parece ser um homem. Ele dá voltas pelo quarto e sai depois de alguns segundos. Esperando que o banheiro fique seguro, saio da cabine, vou até a pia para lavar as minhas mãos, assim que chego, encontro um bilhete com o meu nome escrito.

Que você é um anjo encarnado, isso estava claro para mim, mas hoje, você transcendeu todos os limites aceitáveis da beleza, nem em todas as minhas imaginações, eu pude sequer te ver assim.
Ass: W

Quem pode ter escrito? Eu não tenho muitos fã, na verdade, as pessoas não gostam de mim porque eu não tenho tempo para elas, eu raramente saio de casa, a minha vida gira em torno dos estudos, livros, cozinhar e ficar em casa observando as paredes. Não entendo em qual momento eu fui capaz de chamar a atenção de alguém.

Saio do banheiro, volto para a festa extremamente nervosa, se o estranho dos bilhetes tem me observado já há muito tempo e hoje me viu, isso significa que ele está na festa. Preciso prestar atenção nas pessoas e em cada uma de suas reacções.

— Sophie! Onde esteve, as pessoas estão falando do jeito que está vestida — minha mãe berra assim que volto a festa.

Eu sabia que seria uma péssima ideia ir contra as ordens dela, mas poxa! Eu não quero parecer uma velhinha de sessenta anos para sempre, eu tenho vinte e um anos, tenho que viver cada uma das minhas fases.

— Mãe! Eu não quis te desrespeitar, perdão — estou tremendo igual a vara verde, parece que o meu momento de coragem se foi e nem sequer deu tchau.

— Me desrespeitar? Filha você está magnífica, parece um verdadeiro anjo — as palavras da minha mãe pegam-me de surpresa.

É isso mesmo que estou ouvindo? Ela não está chateada ou furiosa comigo? UAU! Que mudança repentina de humor e comportamento.

— Eu pensei que você ficaria irritada comigo, por causa do vestido — comento totalmente surpresa.

Minha mãe abana a cabeça sorrindo, parece que ela se apercebeu que estava fazendo uma loucura comigo, acho que me ver assim tão linda, a faz enxergar a verdade.

— Jamais filha! Eu sinto muito por todas as vezes, em que fiz você se vestir igual a uma velha, eu pensei que estivesse protegendo você, mas só estava atrapalhando a sua vida — minha mãe me dá um abraço e poxa! Isso está mais melhor do que eu pensei.

Parece que a minha viagem a Roma não está adiada.

Na Mira Da Bratva [DEGUSTAÇÃO: Livro Em PDF Pelo Telegram )]Onde histórias criam vida. Descubra agora