Capítulo Seis

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Sophie Cassano

— Uau! Lo, eu estou linda mas não posso sair assim, minha mãe vai infarte e o meu pai vai me matar — tento limpa a Mack up, mas Loren me impede.

— Sophie Carolina Cassano, você vai se trocar agora e vai descer para essa festa igual a deusa que você nasceu para ser, você é linda não pode esconder sua beleza para sempre — Loren fala me obrigando a tirar o vestido que a minha mãe escolheu.

Um lado meu quer vestir o vestido que a minha prima escolheu, ele é lindo, é o meu estilo. Eu quero descer com a maquiagem, mas não posso, minha mãe vai ficar magoada comigo e eles podem adiar a minha viagem, não se trata só de rebeldia, trata-se da minha liberdade e independência.

— Eles podem adiar a minha viagem Lo — falo com receio mesmo que já esteja me trocando.

— Eles não vão fazer nada, confia em mim — ela parece tão certa em suas palavras que resolvo dar um voto de confiança nela e que seja o que Deus quiser.

Escuto a minha prima, mesmo que estando receosa, mesmo que correndo o risco de perder a minha viagem. Descemos até o andar de baixo. Logo no primeiro piso, os empregados olham para mim espantados, como se não cressem no que vêem, como se eu não fosse a mesma pessoa. Eles cochicham entre eles, estão espantados com a minha nova cara.

— Loren eles estão olhando para mim, o que faço? Acho que estou feia — murmuro nervosa.

Estou tão nervosa que a qualquer momento vou desmaiar, meu coração bate freneticamente em meu peito igual a um tambor de carnaval brasileiro. Eu não consigo ver os meus pais, mas sinto que eles já sabem muito bem o que eu estou vestindo.

— Eles não tiram os olhos de você, porque está incrível, eles nunca viram você tão linda assim, parece um anjo — minha prima põe lenha na fogueira.

Ela é uma óptima amiga e prima, ela não se importa com competições femininas idiotas, sempre que tem oportunidade, ela faz questão de aumentar a minha autoestima, não se importando se estou ou não, mais bonita que ela. Ganhando coragem com os incentivos da minha amiga, continuo a minha viagem até a nossa mesa. Loren vem logo atrás de mim com um sorriso satisfeito nos lábios, ela está animada com isso, ela não via a hora de me fazer de sua boneca.

— UAU! Prima você está linda, eu não creio que é você — minha prima Francesa elogia com os olhos brilhando.

Ela assim como as minhas outras primas está boquiaberta, meus tios estão incrédulos, como se eu tivesse cometido um crime grave, mas qual é o problema de eu me organizar um pouco? Tenho que parecer uma velhinha para sempre?

— Sophie! Que tipo de roupa é essa? Parece uma prostituta — minha tia Cláudia fala com desprezo.

Ela olha para mim de cima a baixo, como se estivesse olhando para uma lata de lixo, o julgamento dela é pura inveja.

— A única prostituta aqui é você tia Cláudia, que trai seu marido com todos os seguranças — Loren me defende.

Não é novidade para ninguém da Camorra que a tia Cláudia, é uma traidora, ela trai o marido descaradamente com todos os seguranças possíveis. Ela ainda tem a audácia de me chamar de vadia e prostituta, como se a minha roupa fosse alguma coisa comparado ao o que ela faz com o marido.

— Me respeita sua vadia descarada — tia Cláudia bate a mesa furiosa.

Todos nós estamos quietos assistindo a discussão entre elas. É tudo minha culpa, se eu não tivesse escolhido enfrentar o meu destino de jovem senhora, Nada disso estaria acontecendo. Eu devia ter me concentrado na minha viagem e não em querer me rebelar.

— Parem vocês duas! O que é isso? Nós somos família — minha outra tia repreende as duas.

Loren fica quieta e segura minhas mãos, para que eu não fique desamparada. Ninguém está do nosso lado, na verdade, minhas primas estão adorando ver minha tia me humilhar.

— Sinto muito tia, mas sua irmã está insultando Sophie sem nenhuma razão, como é que ela se atreve a chamar a Sophie prostituta? Isso é loucura, ela só está com um vestido da idade dela — Loren berra chamando a atenção das minhas tias.

Eu não entendo o porquê de elas me tratarem assim. Minhas outras primas, vestem o que bem lhes convém, é claro sem ultrapassar os limites da Camorra, mas não se compara as minhas roupas. Elas são literalmente para velhas, minhas primas saiem de casa para festas e outros lugares de lazer, e eu o único lugar que sou permitida colocar os pés, é a biblioteca e olha que nem sequer vou sozinha.

— Não existe nenhum problema em ela vestir esse tipo de roupa — ela começa despertando uma esperança em mim e o espanto de algumas pessoas presentes.

Mas eu não creio que ela esteja concordando com Loren, o rosto dela transmite outra coisa além disso.

— Mas Sophie é a herdeira da Camorra, ela precisa de um casamento bom, com alguém poderoso, para garantir a riqueza da nossa casa — ela acrescenta com uma nota venenosa.

Claro que ela tinha que discordar com Loren, como se alguém da Camorra fosse aceitar alguma coisa que nós fazemos, a nossa família toda não vai com a nossa cara. Eu não sei se é porque eu sou a herdeira ou porque só é um ódio gratuito.

— Ela não precisa de nada, ela só precisa viver a vida dela, sem que vocês suas mal amadas, fiquem metendo o nariz onde não são chamadas — Loren berra irritada.

As outras pessoas que estão na festa, param o que estão fazendo e prestam atenção na nossa confusão.

— E você precisa que alguém coloque um freio em você, talvez crescer sem mãe fez de você uma mine vadia — minha tia desdenha de Loren.

Elas são muito baixas, elas estão usando o ponto fraco dela contra ela, como é que elas têm coragem de fazer isso? Loren não tem mãe e sofre por isso desde pequena, a família dela sabe disso, como é que não pensam nos nossos sentimentos. E onde estão os meus pais para nos ajudar. 

Minha prima fica quieta e com os olhos cheios de lágrimas, é sempre assim quando tocam no assunto. A mãe de Loren foi embora quando ela tinha cinco anos, ela foi embora com o amante deixando Loren e seu pai.

Ela me defende sempre, me protege sempre que preciso, está na hora de fazer o mesmo por ela.

— Parem agora suas víboras, essa é a minha casa e vocês vão me respeitar e respeitar Loren também, vocês me ouviram? — berro irritada.

Minhas primas prestam atenção em mim surpresas como se não estivessem diates de uma outra pessoa.

— Ah! Por favor Sophie, você não é ninguém aqui, é só uma órfã pobre — a bruxa da minha tia Cláudia ri.

Assim que a minha tia Cláudia ri, as outras bruxas riem-se de mim também, com desdém.

Está na hora de colocar essas velhas em seus lugares, eu sou a herdeira da Camorra, o que faz de mim a dona da porra toda.

— Seguranças! Tirem essas velhas daqui agora mesmo — chamo a atenção de todos para mim.

Os seguranças olham de um jeito estranho, como se não estivessem entendo as minhas palavras.

— Elas são sua tias senhora, quer isso mesmo? —  um dos seguranças Indaga surpreso.

— Sim, eu não estou confortável com a presença delas aqui, por favor, tirem elas agora — o segurança concorda.

Ele chama outros seguranças para ajudar as minhas tias, elas olham para mim de cima a baixo, elas estão boquiabertas e incrédulas. Com a ajuda dos seguranças, elas são expulsas da minha festa, como a ralé que são. Confesso que esse sentimento de poder absoluto é incrível, talvez eu faça isso mais vezes, quem sabe eu não expulso mais pessoas no futuro?

Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]Onde histórias criam vida. Descubra agora