Loren Cassano
A dor e a confusão que senti após o casamento de Sophie eram imensas. O dia que deveria ser uma celebração de amor e esperança agora estava envolto em uma nuvem de tristeza e arrependimento. A revelação de que eu estava grávida de Allan tinha transformado minha vida em um turbilhão de emoções. Enfrentar a notícia com a minha família era uma tarefa quase insuportável, mas sabia que era algo que não poderia adiar mais.
Quando entrei na sala de estar, onde meu pai, estava sentado à mesa com um semblante sério, o peso da situação parecia quase físico. Ele estava folheando um jornal, mas ao me ver, fechou-o e ergueu os olhos. A decepção neles era evidente, e isso apenas aumentou minha ansiedade.
— Princesa — disse meu pai, sua voz fria e carregada de desilusão. — Sente-se. Precisamos conversar.
Minha respiração ficou ofegante e o nervosismo me fez tremer ligeiramente. Tomei um assento à frente dele, tentando reunir coragem para o que estava por vir.
— Eu… eu tenho algo a lhe dizer — comecei, a voz tremendo. — Estou grávida. E o pai da criança é Allan.
A expressão de meu pai mudou para uma de choque, seguida por uma mistura de raiva e tristeza. Ele se levantou abruptamente, seus olhos cheios de uma dor que eu nunca tinha visto antes.
— Como você pôde, Loren? — ele exclamou, a frustração evidente em cada palavra. — Eu te avisei para não se envolver com ele. E agora, você me diz que está grávida? O que você esperava que acontecesse?
As palavras dele eram como facadas, e eu me sentia desmoronar por dentro. A vergonha e a culpa eram esmagadoras. Tentei falar, mas as lágrimas começaram a escorregar pelo meu rosto, e a dor era quase insuportável.
— Eu… eu não sabia o que fazer — consegui murmurar. — Quando percebi que estava apaixonada por Allan, era tarde demais. Ele… ele foi um herói, e eu… eu não queria nada disso. Só… só queria que ele estivesse aqui.
Meu pai parecia lutar para controlar a própria raiva e tristeza. Ele respirou fundo e, depois de um momento, sua expressão suavizou um pouco, revelando a dor e a culpa que sentia por ter perdido o controle.
— Loren, eu… eu sinto muito — disse ele finalmente, com uma voz mais baixa e cansada. — Eu não deveria ter tentado impedir seu relacionamento com Allan. Eu estava errado, e a responsabilidade disso é minha.
A sinceridade nas palavras de meu pai era um alívio, mas não apagava o sofrimento que estávamos enfrentando. Eu sabia que ele estava lidando com a própria culpa e tristeza, assim como eu.
— Pai, eu preciso de ajuda — pedi, as palavras saindo com um desespero contido. — Preciso ir para um lugar onde possa ficar longe da Camorra e da atenção indesejada. Preciso de um lugar onde possa estar em paz e esconder minha gravidez até o bebê nascer.
Meu pai olhou para mim com uma expressão preocupada, e eu vi a luta interna em seus olhos. Ele sabia que a Camorra não aceitaria bem uma gravidez fora do casamento e que, para mim, o convento na Escócia poderia ser a única saída.
— Há um convento na Escócia — continuei, tentando manter a voz firme. — Eu ouvi falar dele e acredito que seja o melhor lugar para mim agora. Se puder me enviar para lá, eu prometo que vou cuidar do bebê e encontrar um caminho para seguir em frente.
Depois de um momento de silêncio, meu pai acenou com a cabeça lentamente. Eu podia ver a decisão sendo tomada, e a resolução em seu olhar me deu um pouco de esperança.
— Eu farei o que for necessário para garantir que você esteja segura — disse ele com um tom de resignação. — Irei organizar sua viagem para o convento e garantir que você esteja bem cuidada.
Com as palavras de meu pai como uma promessa de apoio, eu comecei a me preparar para a nova fase de minha vida. A sensação de alívio misturava-se com a ansiedade, e eu sabia que a jornada à frente seria desafiadora.
A viagem para a Escócia foi longa e cansativa, mas a expectativa de chegar ao convento e encontrar um lugar seguro para me refugiar me dava forças. O convento era conhecido por sua tranquilidade e pelo ambiente de acolhimento que oferecia, e eu esperava que fosse um lugar onde pudesse encontrar paz e reconstruir minha vida.
Finalmente, cheguei ao convento, situado em uma região pitoresca e isolada da Escócia. A arquitetura antiga e as paisagens serenas eram um contraste bem-vindo com a agitação e a dor dos últimos meses. Enquanto eu caminhava pelo portão de entrada, uma sensação de calma começou a se instalar, e eu me permiti relaxar um pouco.
Fui recebida por uma irmã do convento, que me guiou para o interior. A acolhida calorosa e a gentileza dela eram reconfortantes, e eu sentia que estava prestes a encontrar o refúgio que tanto precisava. Após uma breve orientação sobre as regras e a rotina do convento, fui levada a um quarto simples, mas confortável.
Enquanto me acomodava, ouvi passos aproximando-se e me virei para ver um padre entrando na sala. O rosto dele era familiar de uma forma perturbadora, e eu me senti paralisada por um momento. Ele tinha uma semelhança impressionante com Allan. A semelhança era tão notável que parecia quase surreal.
— Bem-vinda ao convento — disse o padre, com um sorriso sereno. — Eu sou o Padre Christopher. Se precisar de qualquer coisa, estarei à disposição.
Sua voz era suave e tranquila, e a maneira como ele falava transmitia uma sensação de calma que eu precisava. No entanto, a semelhança com Allan era inegável, e isso me fez sentir uma mistura de tristeza e esperança.
— Obrigada, Padre — respondi, tentando controlar a emoção. — É um prazer conhecê-lo. Eu… estou aqui para encontrar um pouco de paz e refletir sobre minha vida.
O padre acenou com a cabeça, e eu pude ver a compreensão em seus olhos. Ele parecia perceber o peso da situação, mesmo que eu não tivesse dito mais nada. A presença dele era um lembrete constante do amor e da perda que eu carregava.
— Este lugar é um refúgio para muitos — disse o padre, com um tom de encorajamento. — Aqui, você encontrará a tranquilidade que procura. E lembre-se, você não está sozinha. Estamos aqui para apoiá-la.
Com essas palavras reconfortantes, senti uma leve onda de esperança se formando. A jornada que tinha à frente ainda era incerta e cheia de desafios, mas a presença do Padre Patrick e a tranquilidade do convento davam-me a sensação de que estava finalmente começando a encontrar um caminho para a paz.
Enquanto o padre saía, fechei os olhos e respirei profundamente, permitindo que a calma do lugar envolvesse meu coração inquieto. Eu sabia que o caminho à frente seria difícil, mas também sabia que estava dando um passo importante em direção à cura e à renovação.
Com a chegada ao convento e o encontro com o Padre Christopher, eu estava começando a aceitar o que a vida havia reservado para mim e meu filho. O futuro era incerto, mas a esperança de encontrar paz e reconciliação me dava forças para seguir em frente. O facto do padre ser a cópia inigualável de Allan me deixa com mais esperança ainda, eu sei que é ele, eu vi em seus olhos, eu não sei o porquê dele agir como se não me conhecesse.
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Na Mira Da Bratva [Vol2: Anjos Sangrentos]
RomanceMikhail Petrov, é o filho bastardo do antigo Pakhan da Bratva. Antes de ser reconhecido como um Petrov, Mikhail sofreu nas mãos de seu padrasto drogando, tendo se tornado alguém sem alma nem coração. Sopy Cassano, é a filha única do capo da Camorra...