Capítulo 10

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Nota da autorª: Finalmente o cap que eu estava ansiosa para postar. Boa leitura!

Março começou e eu nem tinha percebido. As últimas semanas foram cheias para meu lado de professora, as segundas provas começaram e todos aqueles trinta e dois alunos estavam concentrados nas provas, olhando para seus papéis na mesa e eu olhando para eles, é claro que eu estava pensando em outras coisas, eu não me importava se eles estavam colando ou não.

Pensamentos e vários outros pensamentos invadiram minha mente, inicio de ano é assim pra mim, a calmaria, depois o caos e depois o caos que restava. Pensei em mais um casal para destruir, depois meus pensamentos pararam em Jenna... Detetive Ortega. Esse nome não é estranho, parece familiar. Devo cortar relações com ela ou deixo acontecer, mas se eu disser que vou para de "ajudar" nas investigações, ela vai perguntar o porquê, e eu não tenho a resposta para isso.

— Vocês têm dez minutos — Falo calma, mas alto o suficiente para todos escutarem e entenderem que a prova está chegando ao fim.

Mas se eu ajudar demais nas investigações, posso acabar tropeçando em mim mesma e uma coisa é ser morta em meio ao caos, outra é ir ser presa, e sim, eu prefiro morrer. Mas até que está sendo divertido ver o fbi dando voltas, eu não sou nenhuma assassina profissional, mas gosto de fazer as coisas certas, assim como minha mãe me ensinou, e como meus pais diziam: Se orgulhe do que tem, mas não tenha vergonha de como conseguiu. Eu não tenho vergonha do que faço, e nem estou falando em ser professora de História antiga.

Eu sei bem como isso começou... querer dar um fim na vida de uma pessoa, foi da noite para o dia, literalmente. Tive um apagão na minha memória quando era criança, parte da minha infância se foi junto com a minha mãe e o casamento dela. Passei o resto da minha vida com meu pai até eu fazer faculdade e me mudar para o Canadá.

Não lembro do meu pai falando que eu tinha algum problema na minha personalidade ou ele falando que eu bati a cabeça, eu sou uma pessoa saudável e completamente sociável... e ainda não sei por que eu comecei essa sessão de matança. Mas lembro quando comecei a sentir raiva de verdade, eu era uma adolescente que estudava, mas que ia para festas com identidade falsa, lembro do primeiro homem que chegou em mim, ele tinha um anel dourado no dedo que poderia bilhar quando a luz batia nele, mas eu não sabia o que significava, eu nunca tinha visto meu pai usando aquilo. Lembro que esse homem me chamou para casa dele e eu aceitei, mas eu não estava tão bêbeda quanto ele pensava e chegando em sua casa, fiz a pergunta que mudaria tudo, para sempre.

"Você é casado? Que fotos são essas?"

Lembro da garrafa de cerveja que estava na minha mão, eu quebrei e comecei a ameaçar ele, eu estava cega de raiva e ele dizia coisas como "eu não sei porque eu faço isso", e "eu amo minha esposa, mas", e nesse, mas, eu ataquei ele enfiando a garrafa quebrada no seu pescoço várias e várias vezes, e novamente o apagão. A última coisa que lembro é que estava debaixo do chuveiro com o sangue escorrendo das minhas mãos e com os cacos de vidro jogados no lixo, e eu acho que a polícia nunca achou o verdadeiro culpado. Mas eu estou bem aqui.

— O tempo acabou! coloquem as provas aqui... o resultado é só na próxima semana —Desperto meus alunos e vejo a maioria se levantando e indo direto para a minha mesa.

Olho para meu relógio e ainda é nove e cinquenta e sete da manhã, pego as provas saindo da sala e saindo da universidade, indo direto para o estacionamento, iria para meu carro se não tivesse alguém na frente dele me esperando, ela.

— O que tá fazendo parada aí?

— Esperando seu horário acabar, mas cheguei agora.

— Ah! E cadê seus amigos?

A Impiedosa que saiu da Caixa de Pandora (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora