Lúgubre • Jikook

CAPÍTULO 19

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Boa leitura!

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J I M I N

Coloquei a última mala no porta-malas e fechei a porta, dando a volta no carro até o lado do passageiro para me certificar de que Jungkook está bem. Ele está com o corpo encostado completamente no banco, com a cabeça para cima, fitando o teto, enquanto respira devagar, com as duas mãos abertas sobre o peito.

O sol começava a nascer ao longe, o vento frio por conta da neblina soprava por todos os lados, deixando nossas peles levemente arrepiadas.

Os meninos me olhavam com feições preocupadas e ao mesmo tempo de pena, não precisávamos disso, mas ver aquilo me deixou abalado, estava acontecendo, eles estão enxergando a doença além de nossos sentimentos. Estávamos prontos para viajar de volta para casa e apesar de querer que fosse uma volta tranquila e rápida, teríamos que ir de carro devido a condição do Jun.

Condição essa que está durando horas.

Já era de noite quando havia terminado de arrumar as malas e por notar que a casa ainda estava silenciosa, decidi descansar o corpo um pouco antes que Jun acordasse. Mas acabei dormindo demais e quando despertei já era de madrugada.

Jungkook estava tossindo tanto que acabou acordando os meninos, fazendo com que toda a atenção da casa voltasse para ele.

O desespero que veio em seguida – mais da minha parte do que dos outros – deixou tudo ainda mais assustador. Os meninos me olhavam de olhos arregalados enquanto eu estava petrificado no colchão, olhando para o meu lado contrário da cama e tentando processar o que estava acontecendo.

Eu tinha acabado de acordar –, ainda estava com os olhos levemente fechados, esperando que o sono fosse embora completamente –, quando vi o sangue sobre a mão de Jungkook e notei que sua pele antes pálida, estava ficando em um tom de roxo e vermelho ao mesmo tempo. Dei um pulo da cama e corri em meio aos tropeços até seu encontro.

Ele estava sentado no chão debaixo da janela – provavelmente teria ido lá para respirar melhor, já que ela se encontrava totalmente aberta, com as cortinas amarradas no fim do varão –, com a cabeça abaixada e o corpo praticamente deitado sobre a parede.

A tosse já havia parado, e tudo o que sobrou dela fora o sangue misturado com o catarro que saiu de seu peito e seu desespero agonizante. Foi difícil fazê-lo se acalmar depois disso, pois ele ainda estava lutando contra si mesmo, enquanto seu rosto estava vermelho as lágrimas deslizavam uma atrás das outras em suas bochechas.

Os meninos permaneciam em silêncio no outro canto do quarto, assustados demais para pronunciar qualquer som que fosse. Era a primeira vez, desde que descobrimos a doença, que o Jun tossiu assim na frente deles, por isso era de se esperar que eles ficassem tão assustados.

Logo após todos estarem devidamente calmos, decidi que estava na hora de ir embora e que para que a viagem fosse tranquila para Jungkook, eu iria ir dirigindo. Ninguém me contrariou – o que me deixou totalmente aliviado pois não estava afim de discutir com ninguém –, então ajudei Jun a tomar um banho e se vestir, logo em seguida me arrumei também.

Após Namjoon alugar um carro em seu nome, os meninos ficaram em frente a casa e apesar de ainda estar meio escuro por conta do horário, todos estavam ali em frente ao pequeno jardim, abraçando Jun e eu como uma forma de dizer até logo.

Eles só voltariam para Seul a noite, de avião, por isso a despedida e os abraços exagerados.

— Se cuidem, por favor. — disse Jin, me olhando como uma mãe preocupada. — Qualquer coisa liguem.