CAPÍTULO 3

40 3 0
                                    

Deixe seu voto

Comentários alegram o dia da autora

Boa leitura!

...★*☆...
1 dia antes

J I M I N

Acordo com o celular despertando pela segunda vez. Jimin resmunga ao meu lado, pedindo para que alguém faça o barulho parar. Sorrio meio grogue pelo sono e pego o celular de cima da mesa de cabeceira desligando o alarme.

Me levanto da cama, alongo meu corpo e caminho para o banheiro. Após tomar um banho, escovar os dentes e pentear o cabelo para trás, entro no closet e visto cada peça do costume¹ na cor preta que separei ontem a noite, deixando somente a gravata para colocar depois - odeio usar gravata enquanto como.

Ao sair do closet, noto Jimin descoberto e me aproximo passando o lençol por cima de seu corpo. Sorrio comigo mesmo por ver a marca que deixei em seu pescoço, essa madrugada foi uma das mais intensas que tivemos, acho que é por isso que não escutei o alarme tocando na primeira vez. Deixo um beijo em seus cabelos bagunçados e saio do quarto.

Jimin é dono de uma floricultura, então não tem horário definido para entrar no trabalho. Ele tem muitos funcionários trabalhando para ele, o que facilita muito sua vida. Às vezes ele só vai até lá para ter certeza de que tudo está certo. Os dias em que ele mais fica na loja é quando tem carregamento de flores e como dono ele tem que supervisionar toda a entrega.

Ele vinha juntando dinheiro desde a adolescência para que pudesse abrir a floricultura. Como seus pais haviam morrido e sua avó mal tinha forças para cuidar dela mesma, ele arrumou dois empregos e trabalhou todos os dias durante anos para ajudar sua família e realizar seu sonho.

Três anos atrás, ele conseguiu abrir sua primeira loja. O espaço não era tão grande, porém tinha todo o necessário para ser um lugar apropriado para cuidar das flores.

Um ano depois que abriu a loja, os lucros estavam ficando cada vez mais altos que as despesas, então ele contratou funcionários e com o restante do dinheiro abriu outra loja, fazendo dela uma filial.

Hoje ele tem três lojas com seu nome, uma em Busan e duas em Seul, cada uma construída com seu esforço e dinheiro. Ele não só pagou por tudo como também arquitetou e ajudou na construção de algumas coisas.

Tenho um grande orgulho dele por ter trabalhado tanto para conseguir o que queria, e por ter ajudado sua família quando ele mais precisava ser consolado.

Assim que atravesso a sala sorrio triste pelas lembranças que passam como um filme na minha mente, apenas por olhar para o quadro pendurado no corredor, onde tem eu e Jimin em um parque, brincando com nosso primeiro filho, Bam.

Bam era um cachorro da raça Doberman, que infelizmente morreu após uma cirurgia mal feita. Hoje completa quatro meses que ele se foi, justamente no dia que eu mais odeio, parece que o universo gosta de brincar com a minha cara.

Ainda não me acostumei com o silêncio que agora reina nesse lugar.

Bam era sempre tão alegre e divertido, ele vivia correndo pela casa toda com uma bolinha na boca, querendo que quem estivesse na casa brincasse junto com ele. Me lembro até hoje do dia em que cheguei do trabalho cansado, me sentindo mal por ter perdido um caso que era importante para mim, e ele ao me ver deprimido fez de tudo para que eu me sentisse melhor.

Sinto falta do meu melhor amigo.

Arrasto meus pés pelo piso de madeira, obrigando meu corpo a sair desse corredor tão nostálgico e triste. Hoje tenho uma reunião muito importante com um cliente, não posso me dar ao luxo de chegar atrasado.

Lúgubre • JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora