Lúgubre • Jikook

CAPÍTULO 13

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J U N G K O O K

Assim que abro a porta de casa, suspiro aliviado, não estava aguentando mais ficar naquele hospital, não que a cama de lá fosse desconfortável, mas é que nenhuma cama é melhor que a sua própria.

Após tirar o sapato e deixar no canto da parede, entro na sala de estar e me sento com cuidado no sofá, ainda estou me sentindo um pouco tonto mas isso é apenas pela falta de nutrientes, como disse o doutor.

Assim que amanheceu, o doutor Choi apareceu no quarto e depois de me examinar e fazer um monte de perguntas, me liberou para ir para casa.

Jimin ficou muito feliz por eu não ter tido mais nenhuma complicação durante a madrugada, e ainda mais feliz por eu ter tido alta na véspera de natal. Em seus pensamentos, iríamos passar o natal no hospital, e só iríamos sair de lá no dia da viagem.

Nesse momento ele está em uma loja de conveniência — em suas palavras, ele quer algo diferente para comermos no jantar.

Sei que isso foi apenas uma desculpa para comprar bastante comida e preparar uma ceia de natal. Jimin ama as ceias de natal por lembrar sua família que antes do acidente sempre fazia uma ceia, mesmo que não tivessem tanta comida para pôr a mesa.

Mesmo que eu não goste de comemorar o natal, eu sempre tento ao máximo deixar de lado todo o desconforto e parecer o mais animado possível por aquela data ao lado dele, mesmo que seja apenas um jantar, ainda é o segundo dia mais traumático da minha vida. Às vezes brigo comigo mesmo mentalmente por não me esforçar o suficiente para comemorar essas duas datas importantes para ele.

Quando entrei em casa no dia do meu aniversário e vi o quanto Jimin estava feliz por ter planejado uma festa surpresa para mim, fiquei bastante pensativo sobre as duas festividades.

O dia em que eu nasci e o natal, apesar de serem datas distantes uma da outra, são meus maiores traumas da vida, desde minha infância que eu não consigo celebrar essas datas, então é muito difícil para mim, depois de anos ignorando elas, passar a comemorar. Mas quando vejo Jimin ao meu lado, sorrindo daquele jeito que faz com que seus olhos diminuam, sinto vontade de deixar todo o trauma de lado e comemorar não só essas duas datas importantes, como também todos os feriados existentes.

E é com esse pensamento que decidi contar a ele o motivo que me impede de me sentir feliz nessas duas datas. Sinto que já guardei isso para mim tempo o suficiente, agora tudo o que preciso é conversar sobre isso com alguém e finalmente seguir em frente, deixando enfim esses traumas no passado.

Me levanto do sofá, fazendo uma careta ao sentir minhas pernas e costas doloridas, preciso me movimentar ou irei ficar travado nesse sofá pelo resto da semana.

Caminho até a cozinha e bebo minha garrafa de água que já fica separada ao lado da geladeira. Mesmo não sentindo sede preciso beber todo o líquido pois minha garganta fica seca muito rápido e às vezes isso faz com que minha voz fique incompreensível por causa da rouquidão.

— Jun? — escuto Jimin me chamando.

Coloco a garrafa no mesmo lugar e caminho devagar de volta para a sala.

— Estou aqui.

— Você está bem? Por que está mancando?

Ele vem até mim e me ajuda a sentar no sofá, levanto em um pulo após sentir uma cãibra na minha perna esquerda.