Desde que me entendo por gente moro em um orfanato,que é comandado por freiras,cheguei lá recém-nascida junto com meu irmão Jonathan,que na época tinha dois anos,as freiras cuidaram muito bem de mim e me deram o nome de Hanna. O orfanato onde eu morava era o único da cidade,então abrigava muitas crianças,mas lá é um lugar extremamente grande com separação de quarto de meninas e meninos, quadra e salas de aula. Lá não era um lugar ruim, mas as vezes me pegava imaginando como seria ter uma família de verdade, com pessoas que realmente gostassem de mim, mas a dor que eu sentia acabou virando ódio, e enquanto as outras crianças ficavam imaginando como seriam seus pais ou se eles ainda estava vivos eu acabei colocando na minha cabeça que eu não tinha pais e não tinha vontade de ter, por mais mentira que isso fosse.
No dia em que tudo aconteceu eu acordei as seis horas como todos os dia, mas dessa vez acordei com muitas pessoas cantando "parabéns pra você" só então me toquei que era meu aniversário. Depois vieram as meninas me dando tapinhas e beijinhos e fui correndo para a fila do banheiro, coloquei meu uniforme cinza que tinha uma pomba branca no lado esquedo da camiseta e uma saia comprida que ia mais ou menos até o joelho tinha as inicias C.D.D, no lado direito, prendi meu cabelo com duas tranças laterais que se encontravam no meio como todos os dias, desci as escadarias até o refeitorio e quase todos já estavam lá, peguei meu lanche que como todos os dias era um pão com mortadela, um suco de caxinha e uma fruta a sua escolha. Me sentei mperto da janela gostava de ver as árvores como se por um minuto eu fosse livre. Aos poucos o grande refeitório ia ficando pequeno e começamos a rezar, enquanto rezava ficava pensando que as três horas tinha que ir na casa do Jack, ele tinha falado que tinha uma surpresa para mim.
Para ser sincera, o Jack era o meu unico amigo, mas nem sempre foi assim, um dia saí para buscar leite para a Madre Ângela, a cidade não era muito longe mas para chegar lá era preciso atravessar o bosque, já estava na metade do bosque quando quase fui atingida por uma flecha e cai no chão com o susto, um garoto chegou correndo com um olhar de desespero.
-Moça você está bem?- ele era alto e magro, tinha olhos bem escuros iguais ao cabelo
-Sim estou, só me assustei- ele ainda parecia preocupado
-Olha desculpa mesmo, sabia que não devia ter mexido nas coisas do meu pai, a propósito meu nome é Rick- ele falou esticando a mão com um leve comprimento
-O meu é Hanna
Dalí pra diante viramos amigos e via ele quase todos os dias, escondida claro, mas acho que gostava muito dele, na verdade eu estava apaixonada mas parece que é sempre assim esta tudo começando a ficar bem a vida vai lá e te da uma rasteira e você cai de cara no chão. Rick acabou morrendo em um asidente de carro, sua mãe também não resistiu Jack foi o único sobrevivente, e fez questão de ir até o orfanato me contar, fiquei sem chão por meses eu achava que não conseguiria mais atravessar quele bosque, mas um dia enfrentei minha dor e passei, encontrei Jack em uma cadeira de balanço em frente a velha casa de madeira com um arco em suas mãos, ele era artesão e caçador, Rick dizia que um dia caçaria tão bem quanto seu pai.
-Olá Hanna
-Oi senhor Leager-sabia que estava triste mas ele estava destruido e precisávamos superar, e juntos conseguiriamos- você, pode me ensinar a atirar?
A partir deste dia nos escontravamos nos mesmos dias em que via Rick e ele me ensinou tudo o que sabia e com o tempo conseguimos superar, ele se tornou o pai que nunca tive e eu sabia que nunca substituiria o Rick mas me tornei uma amiga e ele sabia que podia contar comigo.
Um agudo e perturbante grito atrapalhou meus pensamentos, o grito vinha do segundo andar e atrás dele passos apresados faziam barulho nas nossas cabeças, as freiras saíram correndo para ver o que estava acontecendo e as que ficaram só falavam que não era nada e que tudo ficaria bem. Alguns minutos se passaram e mais gritos vieram o desespero foi geral, ninguém sabia o que estava acontecendo então na porta principal apareceu a Madre Lucy, ela estava toda ensanguentada parada olhando para todos e para ninguém especifico ao mesmo tempo, sem da um único movimento o silêncio foi geral, até a Madre Ângela chegar perto dela, a Madre Ângela sempre foi muito bondosa com todos, ela de todas era a minha madre favorita não só por ser a mais pura, mas por que todas as vezes que alguém morria ela colocava tulipas brancas no túmulo ela de mês em mês trocava mas eram sempre tulipas brancas, um dia à perguntei por ela só colocava essa flor e ela me respondeu - As tulipas brancas representam a paz. Quando eu morrer, quero que alguem faça isso por mim, acho que será meu último pedido.
Ângela foi se aproximando e finalmente falou:
-Lucy, você está bem?
Nesse instante Lucy voou no pescoço da Ângela e mordeu ele violentamente, o sangue voou para todos os lados e ela caiu no chão, a correria foi geral, mas eu continuava sentada alí observando o rosto ensanguentado da única pessoas naquele lugar que realmente se importava comigo, ela não tinha mais face, não tinha mais respiração, ela estava morta
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O Dia Depois De Amanhã
AçãoQuando você finalmente começa a aceitar sua vida como ela é, a vida te da uma rasteira e você cai de cara no chão, foi o que aconteceu com Hanna que após superar uma perda o mundo vira de cabeça para baixo novamente, e o que talvez podemos chamar de...