palavras

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Afundo nas tuas palavras
Pesadas como chumbo
Cruéis como punhal
E tão reais que as sinto na pele
Não são absurdas
Mas também não são sutis

Elas não se desviam
Não se enrolam
Quando se evaporam
Nem se quebram
Quando são desafiadas
Tu as envolves
Com fervor
Dizes das tuas vontades
E me jogas na cara
A tua indecência nua

Essas palavras têm o teu selo
São conversas
Cheias de juras irrevogáveis
Que palavras são essas
Que não se podem conter
Quando trazem verdades tão cruas

Ai de quem as despreze inúteis
Não entende nada
Que tu as temperas com sarcasmo
As tinges de cinismo
E as esculpes com ironia

Não, não são palavras quaisquer
Eu morro nelas
Elas constroem impérios inteiros
Que se refletem o meu eu
E ele permite que eu as enfeite com lírios
Que eu caminhe entre elas
E transforme essas palavras tão duras
Em jardins funéreos.







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