A bela e o monstro.

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Olhei para o lado e o presidente Ok serenava tranquilo do outro lado da cama, nem parecendo o monstro que era quando estava tomado pela raiva. O pouco que sabia de sua vida íntima, não tinha o hábito de dormir com suas amantes. As pobres coitadas eram chutadas depois que todo sexo acontecia, sequer sabendo se aconteceria de novo.

Não, eu não estava me sentindo honrada por ter dividido a mesma cama com Ok TaecYeon — deixasse as honras para algo mais... honrado. Pensando por um lado, nada me diferenciava de suas amantes, ou pior, estava parecendo minha antiga eu no tempo do bordel. Quanto mais tentava me desvencilhar do passado, mais ele me perseguia.

Capturando meu celular no chão entre as roupas, percebi que já eram quase seis da manhã; geralmente acordava cedo e tinha que estar em casa para ir ao trabalho. Então aproveitei que o presidente estava dormindo profundamente e me pus de pé, pegando minhas roupas, vestindo-as para ir embora de uma vez e tentar esquecer aquela noite intensa.

Quem eu queria enganar? Nunca conseguiria esquecer a forma como o presidente Ok me tocou, como esteve dentro de mim e fazendo com que esquecesse completamente o mundo exterior. Aquele homem era um perigo em todos os sentidos e deveria haver uma placa de cuidado bem na sua testa. Eu estava ficando louca, me envolvendo com um psicopata — era só carnal e acabaria me machucando no fim.

O celular vibrou na minha mão e era o doutor Kang.

Não esqueça a sessão de hoje, senhorita Souza.

Um suspiro cansado escapou dos meus lábios, lembrando que além de todos os problemas que estava passando com o trabalho e meus chefes, ainda tinha o tratamento. Apertei os olhos antes de tocar a maçaneta da porta do quarto do presidente Ok.

— Já está fugindo? — meu corpo travou ao ouvir a voz rouca do presidente e lentamente virei a cabeça em sua direção.

Ele estava sentado na cama, desprovido das roupas, mas apenas o lençol branco lhe cobrindo a parte inferior do corpo, as sobrancelhas unidas e os braços musculosos se cruzaram sobre o peito nu. Era impressionante o quanto aquele homem era lindo de um jeito devasso e mais ainda por não possuir uma única tatuagem cobrindo-lhe a pele bronzeada.

— Preciso ir embora pra estar cedo na empresa. — Respondi ainda de costas, porém apenas com a cabeça inclinada lhe encarando.

— Iria sem avisar nada, como uma gatuna fugindo? — Virei completamente o corpo.

— E isso importa ao senhor? — ele arqueou a sobrancelha com minha resposta, que na verdade era uma pergunta. — Suas amantes possivelmente não passaram mais do que duas horas em sua cama e eram enxotadas pelo senhor, então por que seria diferente comigo?

Por um momento ele apenas ficou em silêncio me encarando, como se aquela pergunta o tivesse pegado de surpresa, pois talvez fui a única mulher a sair antes de ser enxotada. A verdade era que eu não tinha nenhuma expectativa com relação a ele, ou se seria algo a mais além de uma f*da de uma noite. Nunca fui mesmo de criar expectativas com os homens, pois quando o fiz, ganhei hematomas de presente.

— Você é minha mulher! — Soltei uma risada ao ouvir isso, vendo-o franzir o cenho. — Por que está rindo? Por acaso pareço palhaço?

— Não, mas disse algo engraçado. — Respondi parando de rir. — Eu? Sua mulher? Não lembro de receber um pedido formal de namoro, noivado ou seja lá o que as pessoas chamam. — Desdenhei. — Se sua intenção é apenas me manter em sua cama, sinto em lhe dizer, isso tem outro nome e não tenho qualquer intenção de ser amante de ninguém.

O rosto dele ficou sério — não estava acostumado em ser contrariado pelas pessoas e todos faziam suas vontades. Certo que cedi a suas vontades quando fizemos daquele colchão uma grande loucura de corpos suados em fricção, mas cedi por vontade própria, sabendo como terminaria.

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