Capítulo I - My Kind of Men

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Hoje completaria três meses desde minha mudança de Belleville, de New Jersey para New York. Morava no pequeno apartamento no distrito de Brooklyn. Havia me mudando por questões de uma boa oportunidade de vida. E como a mídia exaltava o lugar perfeito para boas condições de vida, acabei vindo pra cá. Quando falei para os meus pais que sairia da minha cidade natal e iria embora, eles ficaram relutantes do filho único ir numa cidade grande, ainda mais sabendo que era New York.

Afinal, somos descentes de italianos. A nossa linhagem carrega a sintonia de conexões familiares. Mas com muitas conversas convincentes, eles aceitaram. No fundo sabiam, que não poderiam prender o seu filho de vinte seis anos das suas vontades.

E agora faria três meses, e eu estava deveres feliz. Pequenas coisas foram conquistadas ao longo nesse tempo. Eu consegui um emprego de tatuador em um estúdio. O que foi fácil, após saberem do meu histórico de bom tatuador na cidade de Belleville. Logo depois de muita procura, encontrei o meu apartamento. Minha nova casa. Mesmo sendo um pouco precário e humilde, o aluguel era barato e capaz de eu pagar.

E milagrosamente, teve um dia que precisei sair para comprar ferramentas para concertar a merda do problema da encarnação da pia do banheiro. Ainda era no tempo da mudança, e o lugar necessitava de uns ajustes. Foi assim, de repente, que me deparei com um fusca estacionando na rua, e no seu parabrisa estava escrito de tinta branca “vende-se”. Um fato que me surpreendeu: é o carro estar num estado bom para uma lataria velha.

A nomeei de Pansy, o fusca branco. 

Estamos no agora, três meses depois de tudo. Minha vida estava indo no caminho certo. Então porquê eu me sinto estranho nesse momento? Desde da minha chegada venho notado algo sobre mim. Algo que não poderia ser verdade. Mas é, mesmo negando a admitir.

Eu não apenas gostava de mulheres. Tinha descoberto que gostava de homens também.

Após ver um cliente no estúdio, não parei de olhá-lo com um interesse além do normal. Ele era loiro com olhos amendoados que quase seria iguais aos meus, seu corpo era numa estrutura mediana. O homem era bonito. Não foi uma bobagem, quando o fim de expediente acabou e a noite apareceu. Dentro do meu apê, acabei me masturbando pensando sobre o cara que eu mesmo o tatuei.

Mesmo o prazer sendo consumido. Na hora que terminei, pude apenas entrar numa crise devastadora.

Vindo dos murmúrios da população de fora, entendia que sou bi. Mas ainda não conseguia me aceitar de verdade. Sabendo do ódio para cima das pessoas LGBT, e principalmente o ódio contra os gays. Desde que surgira a epidemia da HIV, a culpa da doença foi direcionada a eles.

Então pensei comigo mesmo. Não importa, eu posso ficar com uma mulher. Casar com ela. Ter filhos com ela. Simplesmente, nem precisava ficar com um homem. Eu ia me safar de todo o preconceito.

Só não conseguiria imaginar após esse meu pensamento. É do por que raios fui estacionar a Pansy enfrente nesse estabelecimento? Justo um bar gay? Céus! Eu posso estar louco.

O letreiro néon destacava bastante o bar nessa noite de sábado. E eu estava aqui, parado na calçada depois de ter trancando a porta do carro, olhando concentrado a entrada do bar. Eu deveria entrar? Uma força desconhecida me dizia que sim.

Por fim, eu entrei.

Adentro no ambiente caótico. Ouvia-se uma música pop dançante e, o local era um pouco escuro, restando luzes coloridas servindo de iluminação. Por dentro era bem espaçoso. De lado havia um balcão, e de um barman servia as bebidas, de frente tinha um palco, e outro lado tinha mesas.

Devo estar aprendendo uma coisa nova. Aqui não era um bar gay exatamente, pois encontrava-se de mulheres também.

Pessoas dançavam, se agarravam aos beijos e conversavam animados ignorando a música alta. Notei alguns olhares sobre mim, mas não queria essa atenção agora. Precisava de um tempo para pensar e entender do motivo de ter vindo aqui. Claro, eu sei do porquê eu vim. Mas é sério, Frank? Eu quero de fato experimentar ficar com um homem? Às vezes me odeio, sinceramente.

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