Capítulo XI - Stormy Ocean

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PARTE 1

Havia uma senhora gentil, que segurava um pincel da sua mão enrugada, quase a finalizar mais uma das suas diversas pinturas. Ela estava concentrada no seu trabalho de terminar a tela onde pousava no cavalete, dando de não notar a chegada do seu neto na sua humilde casa.

Gerard sempre era bem-vindo na casa da sua avó Elena. E nesta ocasião, ele a todo momento visitava ela quando a oportunidade dava. Hoje não seria diferente.

Após abrir a porta e fechá-la, chamando por sua avó, ele recebeu apenas o silêncio pairando no ar, mas disso não seria uma preocupação para o jovem, só sinalizava que a senhora estaria no cantinho que surgia das suas artes. Então, a seguir, Gerard perambulou da sala até o corredor, parando em uma das três portas que tinha, a abrindo.

— Vovó! — chamou animado, assustando a pequena senhora.

— Quase me mata do coração, meu filho! — apesar do susto, sorria ao ver o seu neto, prestando atenção a pousar o pincel na mesinha que portava das suas tintas e pincéis — O que devo mais uma das suas visitas, hum? Não deveria estar indo à sua faculdade?

Mesmo que tenha entrado um pouco tarde no curso da História da Arte, aos seus vinte sete anos, Gerard estava no seu último ano para se formar. O que deixava Elena orgulhosa do seu feito, pois ela sabia que isso vinha de uma grande influência dela.

— Sim, mas... Só vim dar um oi rapidinho. Eu não posso? — fingia um mal murmurar no fim da frase, e Elena apenas sorriu, negando com um balançar.

— Como vão às coisas? Indo bem no seu estágio no museu? — perguntava, pegando do pincel, dando continuidade a pintar a tela, enquanto Gerard se aproximava a vê-la dar a primeira pincelada.

— Indo muito bem. As pessoas de lá me tratam muito bem e ensinam muitas coisas incríveis, vovó. — assegurou.

— Fico feliz em saber disso. — se concentrava a pincelar atenta à tela, não passando despercebido de seu neto observar, até então, que não tinha parado para olhar de primeira a pintura.

A pintura em questão mostrava um rio e, à mostra, havia uma ponte e aos redores, tinham casas de arquitetura antiga no estilo europeu. Pelo cenário, parecia outono, com as árvores estando com folhas marrons, e o sol dava a luminosidade para que ficasse estupendo o ambiente.

— Está pintando o Rio Sena? — arqueou a sobrancelha, a analisar o lugar que Elena sempre o contava nas histórias da sua visita a Paris.

Elena apenas confirmou, dando o último toque final, terminando finalmente da pintura. E ambos, numa sintonia, se afastaram para contemplar a arte.

— Sinto falta dos velhos tempos. — pronunciava saudosa, lembrando dos tempos em que conheceu seu falecido esposo na cidade das luzes.

O jovem apreciava o momento da senhora, e logo após, decidiu se pronunciar.

— É lindo. — expressou, se referindo à pintura.

— Obrigada, querido. — agradecia, ao arrumar os seus materiais de arte — Está tudo bem? Seus ombros andam tensos.

Ela conhecia o seu neto por conseguir ler Gerard como ninguém desde pequeno. E Elena percebeu que tinha algo o incomodando.

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