Capítulo II - Stupid Guys

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Desde aquele dia que conhecera o Gerard, eu não parava de pensá-lo no limbo nos meus pensamentos constantes. Hoje faria três dias desde o dia que nós nos conhecemos, e eu começava sentir a sua falta. O que é estranho. Mal conhecia ele, não completava nem uma semana que conhecemos, sério! Meu cérebro gosta de brincar com a minha sanidade. É uma teoria que acabei de desenvolver seriamente agora.

De qualquer forma, minha saudade pela drag não ia durar por muito tempo. Decidi por mim mesmo, que voltaria naquele bar no sábado para encontrar com o Gerard. Ou a Glória? Bem, não importa, só quero vê-lo de novo.

Talvez eu esteja sendo muito precipitado em relação do que pode acontecer entre nós, mas me parecia o certo eu pensar dessa forma.

— Podemos dar uma pausa de cinco minutos? — perguntou o cliente aflito.

Parei com o movimento da maquininha, e olhei crítico para o homem na minha frente, o tal de Brendon. Realmente? Sabia que ele desistiria de continuar a tatuagem depois dessa pausa e marcar para terminar outro dia. Quem manda fazer a primeira tatuagem no peito sem ter consciência da dor que irá sentir? Idiota.

Além do mais, o cara decidiu tatuar a droga de um leão inteiro na parte do peitoral direito. A droga de um leão. E nada contra leões, esses animais são incríveis, porém já cansava de tatuar leões. Contando com a de Brendon, era a nona tatuagem de leão só nesse mês. Cadê a personalidade de inovar um pouco?

Poderiam achar que estou sendo implicante com ele, mas não era por nada. A minha justificativa por agir assim com o Brendon, foi a minutos atrás. Quando esse mesquinho via da televisão que ficava na parede no canto do estúdio. A televisão passava o jornal, reportando sobre o aumento de casos de HIV e AIDS na população. Nesse fatídico momento, ouvi seu murmurar de desagrado e ousou proclamar “ódio as bichas”.

Eu queria o contradizer, é dizer o quão errado é o seu pensamento. E sendo sincero, eu nunca me senti tanto no direito de defender, eu lamentava que acontecia os casos de preconceito, mas apenas isso, um lamentar superficial. Mas agora era diferente. Eu poderia me encaixar nesse ódio por achar homens atraentes, e principalmente, o Gerard. Gerard não merecia nada daquilo.

Ninguém naquele bar merecia, na verdade.

O permiti que o Brendon levantasse na maca e senta-se sobre o estofado. Desliguei a maquininha, esperando seus cincos minutos, para no fim, vir as suas palavras de desistência. Que seria em 1, 2, 3...

— Podemos terminar na próxima?

Bingo! Eu não falei? Não aguentou a dor e desistiu na primeira sessão. Maravilha. Depois banca o machão.

— Claro, só um momento. — disse com uma pontada de alívio, não estava afim de aguentá-lo por muito tempo.

Dei os devidos cuidados na sua tatuagem pela metade e a cobri com o plástico filme. E dispensei Brendon falando que ele poderia voltar amanhã no mesmo horário que combinamos na de hoje.

O bom que meu cronograma não tinha mais clientes nesse fim de tarde, eu poderia ir embora mais cedo. Elevei a olhar o relógio na parede, vendo às horas serem precisamente quatro em ponto.

Lembrei vagamente que eu precisava ir ao supermercado repor alimentos e itens necessários para minha sobrevivência. Quase havia me esquecido desse detalhe.

— Tyler, eu vou indo nessa. — chamei o meu colega.

Tyler é o dono do estúdio de tattoo, e foi ele quem me deu o emprego alegando que precisava de uma mão. Então conforme fui trabalhando pra ele, nós mudamos o título de chefe e empregado para amigos.

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