A guerra celestial estava no seu ápice. Em meio à escuridão opressora e à tensão crescente, os celestiais lutavam com determinação, apesar das perdas severas. Cada golpe desferido pelos demônios do caos reverberava pelo campo de batalha, absorvendo as energias divinas dos guerreiros celestiais.
Akimiel, com o coração apertado ao ver seus irmãos caindo, mantinha sua posição firme diante do portal. Seu olhar se fixava nas penas douradas que flutuavam suavemente pelo ar, um lembrete doloroso do sacrifício de um dos seus. Ele sentia o peso da guerra, a tristeza que dominava os celestiais, e o caos que se aproximava cada vez mais.
De repente, o silêncio cortante foi quebrado por um estrondo ensurdecedor. O campo de batalha inteiro parou por um momento, e todos os olhos se voltaram para uma imensa explosão de energia no horizonte. Algo-ou alguém-estava emergindo da escuridão.
Do meio da tempestade de caos, uma silhueta imponente começou a se formar. O ar ao redor parecia se distorcer à medida que um ser, envolto em uma aura de poder incomensurável, avançava lentamente. Suas asas, outrora negras como a noite, agora brilhavam com uma luz divina intensa, cortando as sombras que o cercavam como lâminas afiadas de pureza. Seu corpo irradiava um poder que não era apenas celestial, mas também carregava a marca do caos. Era o sinal de sua batalha no abismo da desordem.
Lúcifer havia emergido de uma jornada no próprio âmago do caos, um reino onde a ordem e a criação se desintegravam, e onde ele enfrentou o agente supremo da destruição, Dalgor. Lá, em meio ao desespero e à escuridão, ele havia encontrado seu irmão, Fanuel, aprisionado e quase consumido pela corrupção do caos. Lúcifer não apenas libertou seu irmão; ele também desafiou a essência do próprio caos, absorvendo-a para si, em um ato de desespero e sacrifício.
O aprendizado dessa técnica de absorção não foi fácil. A cada segundo que passava naquele inferno, Lúcifer sentia a corrupção tentando invadir sua alma, distorcendo sua essência. No entanto, seu espírito inquebrável e o amor por seus irmãos o impediram de sucumbir. Ele transformou o caos em uma arma, algo que poucos seres jamais poderiam imaginar. Absorver o caos em vez de ser destruído por ele foi a chave para derrotar Dalgor e escapar daquele mundo. Agora, esse poder pulsava dentro dele, uma força bruta e indomada, mas sob seu controle.
Seus olhos, que outrora brilharam apenas com a luz divina, agora ardiam com uma intensidade dual - um misto do poder divino e sombrio, refletindo sua jornada pelo caos. Ele não era mais apenas um arcanjo; ele se tornara um guerreiro renascido, aquele que ousou dominar o caos para salvar seu irmão e seu mundo.
À medida que Lúcifer avançava, sua presença impunha um silêncio ensurdecedor no campo de batalha. Tanto os celestiais quanto os demônios do caos o observavam em reverência e temor. As ondas de poder que emanavam dele se chocavam com a própria realidade, deformando o ar ao seu redor, fazendo a terra tremer sob seus pés. Cada passo que ele dava era um lembrete de que ele tinha retornado do impossível, transformado por sua batalha no abismo.
Fanuel, ao lado de Lúcifer, agora livre da prisão do caos, irradiava uma luz pura, sua presença celestial uma âncora para os guerreiros que haviam perdido a esperança. Mas Lúcifer era o catalisador. Ele não havia retornado apenas para lutar; ele estava ali para acabar com o caos de uma vez por todas.
Erguendo sua mão, Lúcifer invocou a energia do caos que havia absorvido, e uma rajada de poder sombrio e divino explodiu do chão, avançando como uma onda em direção aos demônios. O impacto foi devastador. Os seres do caos gritaram de dor, suas formas distorcidas se desfazendo diante da força imparável de Lúcifer.
- Eu vim não só para lutar, mas para encerrar essa guerra - proclamou Lúcifer, sua voz reverberando como trovões pelo campo de batalha. - O caos não terá mais lugar em nosso mundo.
O retorno de Lúcifer mudou o curso da guerra. Ele havia aprendido a dominar o caos, usando-o como uma arma ao mesmo tempo em que preservava sua essência celestial. Seus olhos cintilavam com a promessa de um futuro incerto, mas ele sabia que, com Fanuel ao seu lado e a técnica de absorção do caos em seu arsenal, eles tinham uma chance.
A batalha entre Lúcifer e Caos estava apenas começando, mas o renascido arcanjo estava pronto para enfrentar qualquer desafio, e desta vez, ele não estava lutando apenas para vencer - ele lutava para destruir o caos para sempre.
Akimiel mal podia acreditar no que via. A presença de Lúcifer era como uma tempestade que assolava a guerra em todos os sentidos. Os soldados do caos hesitaram ao sentir a energia poderosa que emanava dele. Mesmo os demônios mais ferozes sentiam o ar carregado de temor e reverência.
Ao lado de Lúcifer, seu irmão Fanuel também surgiu, livre da prisão do caos, sua luz pura e celestial contrastando com a escuridão que os cercava. O sacrifício de Lúcifer, ao absorver o poder do caos, estava prestes a mudar o rumo daquela batalha.
Aproximando-se dos celestiais, Lúcifer ergueu sua mão, e uma rajada de energia escura explodiu, atingindo o exército do caos. Os demônios gritaram enquanto suas formas distorcidas se desintegravam diante do poder avassalador de Lúcifer. Seus olhos faiscavam com um brilho letal.
"Vocês ousaram invadir o domínio celestial..." Lúcifer disse, sua voz ecoando pelo campo de batalha. "Agora, eu trago o juízo final."
Akimiel, ainda montado em seu grifo, observava maravilhado. O poder de Lúcifer era devastador, mas ao mesmo tempo controlado. Ele não estava ali apenas para destruir; ele estava ali para salvar o que restava de seus irmãos.
Lúcifer avançou em direção a Caos, sua aura brilhando intensamente enquanto ele absorvia o poder do próprio caos dentro de si. Em um confronto titânico, os dois seres colidiram no centro do campo de batalha, criando uma onda de energia que sacudiu os céus e o chão.
Enquanto Lúcifer e Caos se enfrentavam, os celestiais, agora fortalecidos pela presença de seus líderes, começaram a recuperar o terreno. Uriel, Miguel, Gabriel e Akimiel coordenavam seus esforços, cada um utilizando suas habilidades ao máximo. Uriel, com sua magia divina, neutralizava a absorção dos demônios, enquanto Miguel e Gabriel avançavam com espadas flamejantes, fendendo o exército inimigo.
Akimiel, ao ver a batalha épica entre Lúcifer e Caos, sentiu uma renovação em seu espírito. Ele sabia que a luta estava longe de acabar, mas com Lúcifer ao seu lado, a esperança renascia no coração dos celestiais. Lançando mais uma flecha certeira, ele murmurou para si mesmo:
"Talvez o destino de todos não esteja perdido."
E assim, enquanto Lúcifer se sacrificava uma vez mais, absorvendo a essência de Caos para tentar destruí-lo de vez, a guerra celestial continuava, com novos aliados e uma nova esperança.
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Akimiel Álefe
FantasyLDS ano 2007 ES - "Em uma noite normal minha consciência foi transportada para outra dimensão ficando la muito tempo esquecendo tudo dessa vida." Em um tempo primordial, quando a escuridão ainda não tinha se erguido e todas as coisas eram novas e re...