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Sr. Darcy: Eu tenho que te falar: você enfeitiçou meu corpo e minha alma.
Eu te amo. E de agora em diante
eu nunca quero me afastar de você.
(Orgulho e Preconceito)

10 de julho de 2017
Lado B

Não sei se realmente gostaria de saber o motivo, a razão, a circunstâncias. A única coisa que sei é a verdade do momento, a nossa verdade do momento. Eu já não ligo muito para os rótulos que não nos encaixa neles, que não façamos parte de qualquer comunidade idiota.
Sendo perspicaz no meu ponto de vista eu sei do que sou parte e como tudo isso aconteceu.
Porque se há alguma coisa que combine nessa vida, é eu e ela.

O som que ouvi foi dos nossos copos escapando de nossas mãos e atingindo o chão de grama ao lado de fora do brinquedo.
Ela se afastou por alguns segundos e olhou nos meus olhos. O peito dela sobe e desce com maior frequência agora e meus dedos apertaram sua cintura.
Meus olhos movimentam no seu tentando captar qualquer sinal seu, se estivesse algo errado acontecendo. Ela parece entender e nega muito minimamente com a cabeça.

Seus dedos na minha nuca puxaram meu rosto para ela novamente. Me arrepio com sua unha passar da minha nuca até meu pescoço e meu corpo cola ao seu com mais agilidade. Encostei meu corpo no seu até colidir com a barra de segurança, a grade do brinquedo e meus pés batem no ferro. Mordi sua boca e ela sorri antes de passar a língua dentro da minha boca.

Separei minha mão de seus cabelos descendo para seu ombro e passando carinhosamente em seu braço. Não conseguia pensar em muita coisa além da sua boca na minha e suas pernas coladas na minha e bem encaixadas. Senti calor por um instante que me deu vontade de tirar minha jaqueta mesmo sendo em vão.
Pressionei meu corpo contra o dela e meus dedos vão para sua blusa preta segurando na barra.

É uma blusa curta e um tanto da sua barriga fica de fora me fazendo segurar justamente aí. Ela arfou durante o beijo quando o fiz. Isso foi o suficiente, será o suficiente para me deixar três dias e três noites pensando nisso sem parar. Quando perdi o fôlego desci com os lábios em sua bochecha tentando respirar fundo. Ela suspira com os dedos nas minhas costas por dentro da minha jaqueta.

Beijei o canto da sua boca e fui para o pescoço com ela sabiamente deixando ele livre e o rosto inclinado. Deixei rastros de beijos e mordidas ali em segundos onde o som alto que passam com um funk que me faz cair na realidade.
Ela me olha nos olhos quando arrumei minha postura e passa as mãos em meu cabelo o arrumando.

Eu não estava com muita coragem de falar. Tinha medo de falar qualquer coisa e estragar tudo.
Ela me encara umedecer os lábios e seus dedos passam contornando minha boca, assim como em meu sonho. Os olhos dela brilham e me assistem e eu amo isso.

Algum cara muito filho da puta passa ao nosso lado com uma caixa de som.

"Eu não preciso mais beber, e nem fumar maconha... a sua presença, me deu onda!"
Segurei a risada e fechei os olhos sorrindo e ela também sorri.

— Eu não queria ser a primeira a falar. Mas você pode ficar em silêncio por muito mais tempo que eu... — dá uma risadinha.

— É... eu consigo. — curvei os lábios.

— Você é meu melhor amigo. — sua mão continua em meu rosto fazendo carinho.

— Você também é minha melhor amiga.

— Eu não quero errar com você, Pedro. — olhei em seus olhos.

— Então não erra. — respondo baixo.

Seus olhos ficam ainda mais escuros e com a pupila dilatada me assistindo.

— Não é fácil assim. — umedeceu os lábios.

Como tudo deve ser - Pedro OrochiOnde histórias criam vida. Descubra agora