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Bridget: É de conhecimento universal que, quando uma parte da sua vida começa a ir bem, outra cai espetacularmente em pedaços.
(O diário de Bridget Jones)

07 de agosto de 2023

O ano era 1953. A primeira frase dita daquela longa–metragem era como ditada em um poema.
"Tudo isso já aconteceu, e vai acontecer de novo. Mas dessa vez aconteceu em Londres."
Não importa a cidade, nossas idades, nossos desejos.Tudo isso já aconteceu e vai acontecer de novo. É a história de inefáveis sentimentos.
Na música You're you own, Kid, diz que: a saudade é algo inevitável, é insubstituível, é aquela sensação de permanência de alguém, algum lugar, alguma coisa. Não escolhi morar nessa cidade, pelo contrário, eu sonho em sair daqui. A cada trecho refere-se a um misto de sentimentos imcabível.
Dei tudo de mim a um tão, tão não distante, em que histórias da disney ou filmes animados não fariam. O refrão volta a dizer e exclamar que estou sozinho. E eu sempre estive.

Tomei café novamente assim que busquei a Melina na casa da Manoela. Fomos direto para o prédio e o uber estava tão quentinho e silencioso que quase peguei no sono.

— Mano... é doideira isso, tá? Tipo... eu nem sabia disso na sua vida, e do nada, pa'! Tudo acontece. — bateu a porta.

— Tchau, obrigada! Bom trabalho! — falei me despedindo do motorista. — Não tem nada tá acontecendo, Manu...

— Não... só você sendo melhor amiga de um youtuber que eu assistia até esses tempos atrás.

Dei os ombros com uma leve risadinha entrando no prédio.

— Quais seus outros segredos? — ela estreita os olhos.

Cliquei para subirmos ao terceiro andar.

— Vocês namoravam, você conheceu o Lucas Inutulismo, o Castanhari.

Ela se interrompe ficando em silêncio e me encara por completo.

— Pera aí, Analu... foi... foi ele que te levou pra conhecer o Lucas?

Sorri de lado com o seu raciocínio lógico e rápido.

— Uhum.

— Caralho, sortuda. Me ensina ser assim.

— Assim como?

Chegamos até a sala dela e já estava indo
direto para a minha. Peguei o controle do ar e as canetas coloridas.

— Na verdade, não. Quem tem sorte é ele, sabia?

Ergui a sobrancelha. — Hmm?

— Ele que tem sorte de gostar de alguém igual você.

— Eu sei. — rio. — Vou sair em quarenta minutos, tá? — ela assente.

— Café, professora? — me pergunta provocando.

— Por favor.

A aula é na turma que estava junta há mais de cinco anos, e estão no avançado.
Esperei na sala eles chegarem e desliguei o ar, abri as janelas.

— Boa tarde, teacher.

— Boa tarde, teacher.

— Oi gente! — sorri. — English now.

Esperei por mais 5 minutos mais quatro alunos chegaram.
Entramos no intervalo e eles apenas continuaram sentados com o celular nas mãos.

— Aaaah! Feliz aniversário, professora! — Lucas diz. — Was your birthday last month, right?

Como tudo deve ser - Pedro OrochiOnde histórias criam vida. Descubra agora