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Steve: Por que você só come as balas marrons?
Mary: Porque uma vez alguém me disse que elas têm menos cores artificiais, já que chocolate é marrom mesmo, e isso ficou na minha cabeça.
Steve: Você ficou na minha cabeça.
(O casamento dos meus sonhos)

13 de janeiro de 2023

Depois de dias passando em casa na pandemia eu me conheci como nunca.
Aprendi até certo ponto me conhecer, me aturar e gostar da minha companhia. Na verdade é algo que estamos (eu e minhas vinte personalidades) trabalhando. É bem relativo e maluco pensar que eu não sou o que a minha cabeça diz ser. E que na verdade eu sou parte de um grande todo e conjunto de pessoas, coisas. E que as coisas que minha mente pensa, na verdade são tudo uma grande ilusão.

Ela nem me conhece e vive em função de me autosabotar o tempo inteiro. Eu sei e consigo com muito esforço, e depois de ter quase esgotado o meu limite de ansiedade e pressão social, que, eu posso parar de pensar as merdas que passam na minha cabeça todos os dias.
Nem sei se existe essa coisa de um grande pensador inteligente que fale sobre isso, tipo um Buda ou Jesus Cristo, sabe? Mas essa só sou eu. Uma parte minha. Que pensa o tempo inteiro, mas que não deixa os pensamentos serem absurdamente sufocantes para me tornar alguém triste.

Tô. Tô te zoando.
— gargalhei. — Mas se liga... eu acho bonitinho, sem meme agora.

Porra, Ana... continua a mesma, né... me enganando com pequenas coisinhas... dando esperanças.— ele ri.

Fechei o notebook. Tirei da tomada do carregador e deixei sobre á mesa.

Nossa. Isso foi pesado. — segurei a risada.

Ele gargalhava do outro lado fazendo com que o ambiente sentisse as vibrações da sua voz. Ele preenche todo o local com a sua voz agora mais grossa e o jeito calmo que está conversando comigo.
Ando pela sala clicando no interruptor apagando a luz e fechei a cortina.

Brincadeirinha... já são três horas, cuidado hein, Liz.

Sorri com o apelido. Deixei o celular na pia ao lado dos meus cremes.

Cuidado com o quê? Com os demônios? — rio.

Liguei a torneira bem pouco para não atrapalhar no áudio da ligação.

É! Claro...


Eu sou formada em 16 temporadas de supernatural, meu filho.

Olhei na tela do celular.
67% 03h13
Encarei a ligação como se fosse vê-lo ali. Desejei que pudéssemos estar em uma ligação de vídeo agora.

Ih, assim eu também sou, e é culpa sua!

Desculpa ter que te fazer passar por isso. — rio.

Nada, mano... era muito bom pegar no sono com a gente assistindo.

Coloquei as mãos na pia me apoiando e rio me olhando no espelho.

Acho que você tá bêbado.

Tô... e você também tá. Nem vai se lembrar da gente conversando amanhã.

Tem certeza que sou eu?

Uhum... vai ser difícil eu esquecer da gente hoje.

Olha, olha, hein. — rio.

Foi mal, Ana.

Ana... — rio.
Mano, você era a única pessoa que me chamava de Liz. Eu adorava.

Como tudo deve ser - Pedro OrochiOnde histórias criam vida. Descubra agora