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Dumbledore: essa memória é tudo.
Sem ela, estamos cegos.
Sem ela, entregamos o destino
do nosso mundo à própria sorte.
Você não tem escolha.
(Harry Potter e o enigma do príncipe)

06 de fevereiro de 2017.

A pele bronzeada começou a descascar nos dois últimos dias. A marca do sol deixam as bochechas e o nariz avermelhados.
Suspirava de dor devido à ardência que acontecia no corpo inteiro. A única coisa que ameniza a dor é o vento que bate às exatas 6h da manhã.

O clima de verão antes das nove era menos de 20° graus.
Com uniforme e mochila nas costas estávamos caminhando para a escola que fica na avenida, levando quase 15 minutos para chegarmos.
Esse era o meu penúltimo ano do ensino médio e de toda a minha vida na escola. Acho que todos inícios de ano escolar existe aquela adrenalina, e vontade de realmente estudar.
Era uma das minhas obrigações por inteiro esse ano, porque no seguinte haveria mais testes para vestibulares.

— Ansioso pro' seu primeiro dia do último ano? — puxei assunto.

Estávamos completamente calados desde que saímos de casa. Por motivos de: sono.

A pior parte de estar de volta as aulas é precisar acordar cedo quando ficou desacostumado durante as férias.

— Ansioso só pelo último dia de aula. — diz sem ânimo.
Rio da sua cara de sono.

— Vamos ali na dona Amélia, vou comprar umas coisas...

Seguindo meus passos, damos a volta na rua para passar no comércio que abria justamente para os estudantes.
Comprei alguns halls e energético para sobreviver aquele dia. O ponteiro do relógio marca 6h39.
Precisamos nos apressar para passar pelo portão antes das 6h45 pois fecharia, e ninguém mais entraria a não ser pela direção.

Entrar pela secretaria no primeiro dia é terrível em um nível absurdo para Clarice, a diretora da escola.
A latinha de monster branca é esvaziada em dois minutos com a pressa que tomamos e corremos para lá.
Por pouco não passaríamos a tempo de entrar na sala e pegar os horários das aulas.

O moletom é tirado em pouco tempo depois pelo calor que fazia na sala, apesar do ventilador estar ligado.
Joguei a cortina da janela em meu rosto para poder dormir em paz, mas foi em vão.

— Huuum, toda bronzeada. Tá bonita hein. — Alana diz sentando ao meu lado.

Sabíamos que era errado e que não podíamos, mas em todas as aulas sentamos juntas. Acho que os professores simplesmente desistiram de nos chamar a atenção quanto a isso.
Sua carteira é posta junta à minha, e me abraça de lado.

— Chegou atrasada! Achei que não ia vim' mais... — fiz biquinho ao tirar a cortina do rosto.

— Aí guria, o busão atrasou horrores no terminal hoje.

— Ah... senti saudades. — encostei minha cabeça em seu ombro.

— Também senti! Mas você ficou viajando né... meteu o pé daqui. — revira os olhos abrindo o caderno.

— Fui viajar com a família do Pedro... — sorri. — Só faltou você lá. — abri minhas coisas procurando a lapiseira.

— Ia ser legal... toda a turma junta. Aí, mano, é de matemática essa aula? — cochichou.

— Uhum... o Peter já já tá aí... mas parece que tá feliz, viu. Me deu bom dia até sorrindo.

— Que milagre. — ela ri.

Como tudo deve ser - Pedro OrochiOnde histórias criam vida. Descubra agora