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Vivian: Eu agradeço todo esse jogo de sedução que você está fazendo, mas deixa eu te dar uma dica: eu já estou garantida.
(Uma linda mulher)

26 de junho de 2017


O meu maior traço de personalidade é me explicar e querer a explicação das coisas. Notei que isso acontecia frequentemente quando me tornei adolescente, vai por mim que você não vai gostar de ser uma adolescente de 13 anos que precisa o tempo inteiro de uma explicação sobre exatamente tudo onde as pessoas ao seu redor se negam a dar um motivo.
Hoje em dia eu sei bem o porquê, mas pasmem, quando crescemos continuamos a não saber a razão de qualquer coisa que acontece.
Eu gosto bastante do nosso instinto de sempre querer nos rotular em tudo, seja ideias, personalidade, pessoas, momentos e até coisas que não são tão rotuladas.
Temos essa crença enraizadas de querer fazer parte de algo. Afinal, parte de quê eu faço?

Eu sei muitas coisas explicáveis, e inexplicáveis sobre mim. Sei um monte de rótulos que descobri através de cultura e de vida.
Sei que em um mundo irreal e ideal dos meus sonhos de vida faço parte da casa sonserina de Harry Potter por exemplo. Sei que sou leonina e que sou do chalé 10, de Percy Jackson.
E isso eu sei que é geral, porque assim como gosto de falar — gostam de me falar. E é um modo muito maluco e gostoso de termos conexões com as pessoas que nos identificamos através de cada rótulo nosso, e em cada segundo creio que descubro mais de mim, e dos outros.

São tantas coisas que gosto de fazer parte, mas há momentos que desejei ser única. Desejei ser única quando ele sorriu para mim chamando meu nome. Ele fecha os olhos com um sorriso ainda maior com os lábios umedecidos contornados pelo aparelho, com o cabelo preto liso de lado e com o rosto vermelho.

— Liz! — sorri.

Contradizendo tudo o que disse anteriormente eu não preciso de explicação nenhuma.

— Você viu que dia 10 vai ter o nipo? — perguntei olhando o site no celular.

— Ah... vai ser vários dias, né? — digita no computador.

— É... tô querendo muito ir! Tipo, se for igual o de São Paulo que fui ano passado vai ser muito legal.

Encostei meu corpo na cabeceira da cama olhando ele de costas para mim mexendo no meu computador.

— Liz... — ri. — Você sabe que só vai velho, né?

— Pedro, pô. — rio. — Você vai ser meu par, meu velhinho. A gente vai, vê as exposições de coisa japonesa e volta...— sugeri.

— Tu nem curte muito isso.

— Mas você gosta. — respondi. Deixei o celular de lado carregando olhando o seu corte de cabelo.

Esse cabelo preto... muito bonito e sempre perfeito.
Ele vira a cadeira rodando para me olhar e curva os lábios em um sorrisinho.

— Vem com esse sorrisinho de puto pra mim não.

— Sorrisinho de puto? — assenti. — Como?
Revirei os olhos e não respondi.

— Fala aí..

— Fica sorrindo mostrando o aparelho e mordendo essa boca aí, toma jeito. — jogo a almofada nele.

Ele a pega no ar colocando sobre meu colo e repete o sorriso.

— Tu não gosta desses bagulho. Vai só por minha causa?

— Uhum. Se você gosta, eu também gosto.

— Achei que a gente podia ir na expo.

Arregalei os olhos ansiosa, não sabia se ele gostaria de ir na expoingá que acontecerá logo, já que nunca curtiu andar em muito tumulto.

Como tudo deve ser - Pedro OrochiOnde histórias criam vida. Descubra agora