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Klaus: Caroline, eu tô parado em um dos meus lugares favoritos no mundo. Cercado de comida, música, arte, cultura, só pensando no quanto gostaria de te mostrar tudo isso. Talvez um dia você me permita.
(The Vampire Diaries)

22 de julho de 2023
Lado B

Na filosofia há uma relação entre a filosofia moderna e o período socrático.
Onde o Montaigne procurava estar em sabedoria em prática, defendendo o ceticismo, e relativismo. Usando um argumento que deveríamos sempre duvidar de nossas certezas e reconhecer a diversidade de perspectivas.
Não sei bem como reagir a isso, mas quando o ouvi, pensei, que cara genial. É muito surreal como vêm e surge a tal de genialidade na nossa mente. É tanto o que pensam, defendem, criticam, e sobretudo — explicam.

Além de criticar a arrogância intelectual dos outros pensadores, e dos burgueses. Valorizando a autenticidade e uma autodescoberta; livre de artifícios, prezava pela sinceridade, transparência, e libertação de convenções sociais.
Gosto de como isso soa, por existir grandes pessoas que me represente no modo de pensar e agir há séculos antes mesmo e eu nascer.
Talvez eu curta a autenticidade e a minha autodescoberta.

Olhei a hora, 21h30 a segunda garrafa é esvaziada.
Nós estamos de volta ao chão, sentados, com as taças nas mãos, e a gargalhada ecoa pela sala.

— Aí, gente... — ela limpa os olhos. — Não tô aguentando...

Rafaela tenta recuperar o fôlego enquanto estava limpando as lágrimas que caiam dos seus olhos rindo sem parar.

— A gente só era amigos naquela época.

— Mas ele já dava de cima dela, tá? — Liz me avisa.

— Ah é? Que espertinho. — rio erguendo a sobrancelha.

— Então, daí tava todo mundo se arrumando pra calorada... e eu cantei aquela música da Rita Lee, sabe? Me põe de 4 no ato, me enche de amor. — cantarola.

— Lança perfume, né? — virei a taça. Liz me olhou.

— A Rita Lee canta essa música? — questionei.

— Aham! — diz desacreditada. — Rita Lee era safada demais nas músicas dela.

— Cacete... dessa eu não sabia. — rio.

— Daí tá. — sua irmã se ajeita. — Ele ficou tipo isso, falou bem assim, "credo Rafaela, olha essas músicas que você ouve!". E eu fiz igual a Ana agora, falei que ele era da Rita Lee.

— Ele falou pra mim, "eu te dou meu cu se essa música for da Rita Lee". — ela sorri animada. — Eu mostrei que era dela.

— Meu deus! O cara botou o cu pra jogo mesmo. — comentei e a Liz sorri rindo.

— Isso que era só de meme, né.

— Então, aí eu fui ficar com ele depois. — me explicou.

— Assim que fabricaram a Elena? — perguntei entre risos.

— Aham. Depois de dois anos a gente casou, e a Elena veio quase mais dois anos depois.

A taça que ela virou é mais rápido e de uma vez a colocando no chão de volta.

— Muito bom! Tava com saudades. — ela pegou na mão da sua irmã. — De vocês dois. Da gente juntos. — nos olha.

Olhei a Liz que me envia um olhar carinhoso.

— Eu também tava, irmã.

Ouvimos um choro de fundo baixinho e ela se levanta rapidamente correndo de meia pela casa.

Como tudo deve ser - Pedro OrochiOnde histórias criam vida. Descubra agora